NATASHA
7 anos depois
Pela milésima vez em menos de dez minutos solto outro suspiro entediado. Levo a taça de marguerita nos lábios e tomo um pequeno gole. Olho ao redor do salão analisando todos. Homens e mulheres muito bem vestidos em suas roupas de grife.
A música que tocava era o que mais deixava a festa tediosa. Música clássica tocada em eventos de convenção deveria ser proibida. É quase como se quisessem testar a sanidade de todos, principalmente dos novos recrutados.
Se bem que realmente esse deve ser o teste final. Aguentar uma festa tão chata como essa e com músicas semelhantes a de funerais dos anos 60 não é pra qualquer um.
Mas o lado bom, é que dessa vez não estou tendo que aturar essa chatisse sozinha.
Ah não!
Esse ano eu obriguei quase metade do departamento a vir comigo. Não ia passar por isso sozinha nem se me pagasse bilhões.
Anos nessa profissão eu já deveria ter me acostumado. No entanto, para essa parte do trabalho, realmente não nasci para isso.
Um pequeno sorriso ladino nasce em meus lábios só por sentir o aroma levemente cítrico. Não preciso olhar para saber quem acabou de chegar do meu lado.
- Ai minha linda, você pode me servir uma bebida que ajuda a empurrar goela abaixo essa...- Pelo canto de olho notei ela olhando para os lado como se analisasse a festa. - Festa tediosa, se assim posso dizer.- Deu risada da sua própria piada. Mas parece que encantou a jovem do bar. Minha ótima visão periférica me permitiu ver que ela encostou o cotovelo no balcão permanecendo de pé porém virada para mim. - Ah, e serve um pouco mais do que essa gata aqui estava tomando, acho que ela está tão entediada quanto eu.- Ela falou sem tirar os olhos de mim. No entanto, olhei para minha taça e vi que já estava quase vazia.
E tomando um pouco de coragem para dar rosto a essa voz bonita. Virei o pescoço de forma lenta em sua direção. Arqueei a sobrancelha com sua ousadia.
- Pelo amor de Deus. Pensei que menores não pudessem entrar.- Revirei os olhos ao dar de cara com a mulher mais linda da festa.
Ela deu uma risadinha e negou com a cabeça. Fazendo meu coração acelerar como sempre.
- O que te faz pensar que sou uma adolecente?- Perguntou se aproximando um pouco.
Olhei ela de cima a baixo e subi novamente analisando tudo nela. Ela usava uma calça social azul turquesa, um cropped branco que deixava a mostra seu abdômen delicioso e parte de suas lindas tatuagens, e para finalizar seu charme um blazer da mesma cor da calça.
Seus cabelos agora estavam mais curtos, estilo Pixie. Que aliás a deixou ainda mais linda. Ela adotou esse novo visual há quase três anos. Aquela carinha de adolecente deu lugar para o mulherão que está agora encaixada no meio das minhas pernas.
- Você não cansa de fazer isso? Todo ano repetimos essa cena.- Abracei seu pescoço e dei um selinho em seus lábios enquanto ela negava a cabeça.
- Impossível cansar desse diálogo nessa época do ano. Consigo me lembrar de cada assunto, cada olhar, e todas as sensações que me causou desde o primeiro momento em que coloquei os olhos em você quando passei por aquela porta. Hoje faz treze anos desde que nossos olhos se encontraram pela primeira vez.- Sua mão esquerda desliza calmamente na parte nua das minhas costas enquanto a direita colocava algumas mechas dos meus fios platinados atrás da orelha.
- E o que mudou de lá pra cá?- Rocei meus lábios nos seus.
- Tirando o fato de que agora temos 3 filhos, que você está cada vez mais gata, e que meu amor por você só aumenta. Nada mudou.- Sorri com sua declaração brega negando a cabeça.
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IRRESISTÍVEL (WANTASHA- G!P)
De TodoNatasha Romanoff é uma mulher de 35 anos. Mãe solteira de duas crianças, e chefe de um departamento de investigação. A pouco mais de dois anos, ela enfrenta uma rotina cansativa entre o trabalho, casa e atenção aos filhos. Uma mulher atraente...