NATASHA
Eu podia jurar que tinhamos entrado em segundo plano. Era como se eu estivesse do outro lado nos vendo ter essa conversa extremamente delicada.
Suas palavras parecia ter entrado pelos meus ouvidos em velocidade máxima indo em direção certeira de encontro com meu coração. O peso que suas palavras tiveram em mim fez meu estômago se afundar e meu peito ser comprimido.
Ela não pode estar brincando com um assunto tão sério como esse. Não, ela não está. Constatei isso quando um sopro em minha mente me fez acordar e perceber suas mãos tremendo absurdamente. As lágrimas deixando rastros em suas bochechas avermelhadas. Seus olhos opacos e perdidos no meio do medo que tentava de todas as formas lhe sugar para algum lugar sombrio e barulhento dentro de si mesma.
A culpa! A maldita culpa!
Wanda não conseguia manter seus olhos em mim. Esfregava suas mãos nas coxas em uma tentativa falha de consolar a si mesma. Podia até ouvir seus pensamentos como se dissesse frases encorajadoras para que não fosse arrastada de vez.
Desde o dia que me contou sobre seu irmão caçula. Percebi que sentia culpa por nunca ter ido atrás do menino. Menino esse, que hoje é meu filho mais velho adotivo. No entanto, tudo pareceu se intensificar dentro de si, ao revelar para mim que era irmã do meu menino de ouro.
Por mais que o choque dessa revelação esteja tentando me controlar. E precisava ser mais forte, precisava ter total controle das minhas ações, dos meus sentimentos, das minhas emoções, para cuidar dela.
Wanda estava claramente se perdendo dentro de si. Eu já tive um colapso causado pela ansiedade e angústia. Sei exatamente como funciona. E devido ao seu histórico de depressão, sei que vai levar apenas alguns segundos para que ela desmorone de vez se eu não fizer alguma coisa.
E eu fiz.
A abracei. Abracei seu corpo trêmulo com força. Afaguei suas costas e seus cabelos tentando de alguma forma acalmar suas emoções, sua ansiedade e sua angústia. Com o rosto na curva do meu pescoço, ela começou a chorar e chorar alto. Suas lágrimas molhando minha pele me quebraram ainda mais.
Seus braços me envolveram com tanta força e intensidade que por alguns segundo me senti sufocada. Mas não me importei. Ela precisa de mim.
Coloquei acima de qualquer coisa, e qualquer situação. O amor sincero e real que sinto por ela. Ela esteve ali por mim tantas vezes, e tudo o que eu queria nesse momento era que ela sentisse que eu estava ali por ela.
Wanda chorava que nem uma criança que se perdeu no supermercado e pensou que nunca mais encontraria a mãe.
Era um choro tão doloroso que foi impossível impedir que minhas próprias lágrimas escapassem dos meus olhos.
- Me des... Me desculpa... Eu... Eu...
Sua voz abafada tentava formular alguma coisa incompreensível. Ela não deveria estar pedindo desculpas.
- Shiii... Está tudo bem. Vai ficar tudo bem.- Suspirei acariciando seus cabelos ruivos.
A envolvi mais em meus braços quando seu corpo começou a convulsionar por causa do choro compulsivo e desesperado.
Acho que posso dizer que passamos mais de meia hora envolvidas nesse abraço até que ela foi se acalmando. Não totalmente, mas o choro alto havia diminuído.
Com calma e cuidado afastei um pouco seu corpo pelos ombros para que eu pudesse olhar em seu rosto. Ela estava toda vermelha de tanto chorar. Passei as mãos em seu rosto lindo e delicado secando os vestígios das lágrimas que estavam ali.
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IRRESISTÍVEL (WANTASHA- G!P)
RandomNatasha Romanoff é uma mulher de 35 anos. Mãe solteira de duas crianças, e chefe de um departamento de investigação. A pouco mais de dois anos, ela enfrenta uma rotina cansativa entre o trabalho, casa e atenção aos filhos. Uma mulher atraente...