🗯˚ Café Quente?

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  Como devem imaginar, meus amigos, a raiva às vezes será nosso maior arqui-inimigo contra situações da incógnita, principalmente, no silêncio da noite ou um fim de tarde quando confrontamos os desafios e dúvidas.

  Acredite quando digo que a vida vai lhe dar as mais gloriosas vitórias, mas também os mais dolorosos socos um em cima do outro, os piores que nos fazem desejar desaparecer, até parece que nunca irá acabar. Entretanto, creia que sim, uma hora irá finalizar e não parecerá o monstro de sete cabeças. O conselho dado nesta página é o seguinte, aguarde, tenha cautela e.. se for necessário, quebra qualquer um que ameaçá-la no meio. Brincadeira! (ou talvez, não).

   Seja você mesmo(a), e mantenha a calma, evite reagir impulsivamente ou agressivo(a), mas a realidade é eu sou apenas um maldito hipócrita e fiz o completamente contrário.

  Ao acordar naquela tardezinha após o almoço, o sol se esgueirava através das cortinas, pintando meu quarto com tons suaves de laranja. A luz filtrada parecia tentar dissipar as claridades que o início de tarde havia deixado. Enquanto meus olhos se ajustavam à luminosidade, a realidade se impunha, e o peso das revelações daquela manhã pairava no ar. A cama ao meu lado, agora vazia, ecoava a ausência de Whee-In. Cautelosamente, tentei desembaraçar os fios dos acontecimentos confusos que haviam conduzido a um beijo delicado, a confissões de sentimentos e à redefinição de uma amizade que eu pensava conhecer tão bem. O futuro parecia incerto, como as nuvens escuras que anunciavam uma chuva iminente. Mesmo com as incertezas pairando, uma determinação silenciosa nascia dentro de mim, pronta para enfrentar o desconhecido.

  Deslizei para fora dos lençóis, sentindo o toque frio do chão sob meus pés ao passar meus dedos longos pelos fios. O silêncio do quarto estava carregado de significados não ditos, e enquanto me vestia, meus pensamentos dançavam entre as memórias da manhã anterior. Cada passo em direção à porta era uma jornada para enfrentar o mundo lá fora, onde a normalidade do cotidiano aguardava. As palavras trocadas, os olhares compartilhados – tudo ecoava em minha mente.

  Ao abrir a porta, fui recebido pela luminosidade do corredor, que contrastava com a penumbra. Cada passo me levava mais longe da confusão, mas também mais próximo da clareza. O café da tarde, uma refeição rotineira, tornou-se uma paleta de sabores indistintos enquanto minha mente vagava pelos eventos que moldaram nosso presente.

  Ao encontrar Whee-In, nossos olhares se entrelaçaram, e a intensidade da noite anterior ressoou entre nós. Palavras não eram necessárias; entendíamos que algo havia mudado. O dia seguinte se desdobrava como um livro em branco, esperando para ser preenchido por escolhas, diálogos e sentimentos que, agora mais do que nunca, moldariam o curso de nossas vidas entrelaçadas.

  — Whee-In... — murmurei seu nome, a incerteza pairando entre nós.

  Ela me olhou, uma mistura de emoções refletida em seus olhos.

  — Tae-Hyung...

  O silêncio fez presença durante alguns segundos até a mesma colocar suas mechas da franja para trás onde eu claramente senti a vergonha da Jung.

  — Hoje foi... inesperado. — disse a menor, quebrando o silêncio.

  — Sim, mas também foi sincero, — respondi, buscando as palavras certas para expressar o que sentia.

  Ela suspirou, desviando seu olhar.

  — Eu pensei enquanto dormia, e.. não quero complicar as coisas, Tae. Temos nossos próprios desejos..

  — Mas não podemos ignorar o que aconteceu, — insisti, sentindo a necessidade de entendermos juntos.

  — Podemos, sim. Às vezes, é melhor deixar certas coisas no passado, — respondeu, firmeza em sua voz.

(Não) Escrevendo sobre Elɑ Onde histórias criam vida. Descubra agora