Lembro-me muito bem de ter prometido a mim mesma nunca mais escrever nada sobre você. Mas tudo bem, você não lerá, eu nunca te contarei isso e ninguém saberá quem foi você.
Eu não sei...
De verdade, não sei
Não sei se sentia algo por você
Não sei se só estava carente demais ou se realmente sua presença surtiu algum efeito neste meu coração de pedra.
Odeio ter que admitir, mas chorei quando você partiu.
Eu queria ter implorado para que ficasse, entretanto, não podia.
Não fomos feitos um para o outro.
Há um tempo atrás escrevi algo sobre você:
"É estranho escrever sobre você, quando eu poderia estar conversando contigo por horas, como fazíamos, quando você escreveu aquela poesia sobre mim. Juro, que me senti especial uma única vez, eu pensei que pudesse quebrar essa barreira para sempre e que me permitiria sentir algo de verdade. Mas quando você se foi, quando te vi se despedindo assim tão fácil sem motivo algum, pensei no quão idiota eu fui por acreditar. Agora não sobrou nada de "nós", porque eu te deletei da minha vida, mas você fez questão de fazer isso primeiro. Lembra daquela promessa boba? "Você sabe, eu sei, nós sabemos que não fomos feitos um para o outro. Mas se o mundo estivesse acabando, você viria, certo?" Você disse que viria, porém, na primeira oportunidade tu simplesmente partiste. Eu sinto muito, por ainda lembrar de "nós", afinal a culpa é minha por pensar achar que 'você' seria minha cura. VM, se algum dia chegar a ler isso, leia como minha última carta a respeito de ti."
Não foi a última carta, sinto muito.
Acho que te superei, mas ainda existem lembranças suas que me rodeiam, eu odeio isso.
Por quê?
De tantas pessoas no mundo, tinha que ser você?
Agora somos estranhos.
Estranhos.
Te chamava de "meu docinho" — também amava implicar com seu sobrenome — e você de "minha mulanguinho", seria engraçado pensar nisso se fosse há alguns meses atrás. Sabia que já faz quase um ano de quando trocamos nossa primeira mensagem?
Você dizia que eu era dura na queda e que estava te dando vários foras em um dia só, mas não era verdade, você sabia bem.
Eu era insegura e você era confuso, embora tão seguro de si.
Tínhamos acabado de fazer 18 anos, tão bobos.
Você insistia em dizer que estávamos flertando e tinha razão, estávamos, só não quis admitir.
Mariposas, roda gigante, floresta e drogas viciantes lembra alguma coisa?
Foi engraçado a sua reação quando disse que você era minha droga viciante, óbvio que no sentido bom, você parecia tão feliz com isso... de repente as coisas mudaram.
Deixamos de ser algo especial um para o outro. Mesmo você dizendo que jamais me esqueceria e tudo bem, também não te esqueci, mas não quero lembrar.
Fomos apenas um pequeno conto, uma pequena lembrança um do outro.
Me perguntei várias vezes se pensaria em mim tanto quanto pensei em você. E vejo que agora não quero saber.
Acho que um dia amei você
Não queria
Vou me arrepender mais tarde, mas ainda sinto falta de você.
Querido ex-docinho, se um dia eu desistir não é sua culpa, mas espero ter feito parte de uma boa lembrança sua.
P.S.: 143.
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Se um dia eu desistir
Poetry" E se um dia eu desistir, não vai ser por falta de forças, e sim por falta de motivos para continuar. " - Enéas. Cartas, textos, poesias, desabafos e mensagens ocultas. Este livro não tem o objetivo de causar impactos fortes, são apenas desabafos d...