Era junho quando percebi que sua presença me fazia bem, bem demais. Sendo sincera, não sei descrever se ainda sinto sua falta, mas pode ter certeza: todos aqueles momentos engraçados e únicos estão guardados como belas lembranças presas em um diário colorido de arco-íris. E não, não imagino glitter com tons néon; isso se torna clichê demais.

O último ano do ensino médio pode parecer o fim do universo, com explosões no multiverso. Realmente, havia dias cruéis demais para respirar. Sabe a sensação de estar enterrado como um cadáver dentro de um caixão, abaixo da Terra? Não parece sufocante?

Eu me afastei de amigos, aproximei-me da melhor amiga, a querida ansiedade. Só não achei que encontraria você e que aqueles quatro meses seriam os melhores. Que pena que algumas coisas não nos ajudaram a nos manter próximos; teria sido, com certeza, a melhor fase do ano.

"People You Know" tocava entre os fones de ouvido. Eu o carregava todos os dias dentro daquele ônibus amarelo e preto (ridículo) e na escola sem graça. Podíamos ter durado um pouco mais, não acha?

Sei que sentiu minha falta porque senti a sua quando seus olhos se esbarravam nos meus. Eu tive certeza de que sabia. No final, sempre nos esbarrávamos; agora não fazemos mais parte do mesmo ciclo.

Será que ainda lembra de mim? É tão desumilde da minha parte fazer uma pergunta dessas, quando só me lembro de você ao ouvir a mesma música.

Obrigada por me fazer rir naqueles dias sombrios.

Se um dia eu desistir, nunca me arrependi de te conhecer, L.

Se um dia eu desistirOnde histórias criam vida. Descubra agora