Sobrevoamos a Cidade Catedral, passando por seus muros gigantescos e observando seus prédios cinza de pintura desgastada tocando o céu como um mar de torres.
A fraca luz do sol passava por entre as nuvens no céu nublado, refletindo nas poucas janelas intactas das construções, criando pequenos pontos luminosos nos arranha-céus.
As ruas de asfalto desgastado logo abaixo mostravam a passagem do tempo, com suas faixas, placas e sinalizações apagadas, enquanto carros enferrujados eram lentamente transformados em pó pelo clima.
As construções menores não passavam de ruínas, casas, negócios, prédios pequenos e muitos mais, no fim eles eram uma pilha de entulho irreconhecível espalhado pela periferia da cidade.
Fora isso; avistei alguns pontos de interesse que me lembravam de casa e me trazia os sentimentos de saudade e nostalgia, os restos de um hospital, um shopping caindo aos pedaços, um grande parque cheio de árvores. Acho que ainda sinto falta da vida que deixei para trás.
A falta de multidões seguindo seu dia a dia e carros buzinando em engarrafamentos me perturbava um pouco, mesmo que Tóquio estivesse caindo aos pedaços, ainda havia barulho ocasionalmente.
Se eu não soubesse o quão importante esse lugar era, teria pensado que a Cidade Catedral não passava de uma cidade fantasma.
Isso me traz a primeira coisa que notamos quando chegados à cidade, que a Cidade Catedral estava estranhamente vazia, não havia ninguém nas ruas ou prédios, eu esperava guardas soando um alerta ou algo do tipo, mas não havia nada.
A segunda coisa era que a Cidade Catedral não combinava com a época atual, pois era uma metrópole cheia de arranha-céus presa em uma terra medieval.
Seriamente, como diabos uma cidade do século XXI parou aqui? Provavelmente veio de outro mundo assim como eu e trouxe monstros e seres mágicos junto.
O que levanta uma série de perguntas. Segundo os livros de história, a aparição da Cidade Catedral trouxe a magia a esse mundo.
Isso significa que a Cidade Catedral veio de um mundo onde a humanidade e seres mágicos evoluíram juntos e naturalmente?
Ou a Cidade Catedral salta de um mundo para outro, absolvendo um pouco da cultura de outros mundos antes de seguir para o próximo?
Ou talvez a Cidade Catedral exista em Midgard, mas no futuro, e voltou no tempo de alguma forma, trazendo todos os seres mágicos que surgirão em algum ponto? Isso tudo não passa de um looping temporal?
Mas no final, uma pergunta prevalece acima de todas às outras. De onde a Cidade Catedral veio?
"Existe algo lhe incomodando, falso dragão?" Gabriella perguntou, me olhando com curiosidade.
"N-não, por que a pergunta?" Gaguejei, saindo de meus pensamentos.
"Você fez um monte de caretas, parecia que sua cabeça explodiria de tanto pensar." Gabriella respondeu com diversão em sua voz.
"Não é nada... Apenas estou familiarizado com a Cidade Catedral em mais de um sentido." Murmurei, focando nos prédios logo abaixo, tentando esquecer meus pensamentos anteriores.
Mas franzi a testa e cerrei os dentes quando avistei uma cratera familiar à distância, fechei meus punhos com força e respirei fundo, tentando dissipar a raiva que queimava em meu peito.
"Sinto que você esconde algo de todos nós, mas esse não é o momento para discussão, o Portão Mercúrio está próximo." Gabriella falou desconfiada enquanto apontava com sua cabeça para a pequena catedral logo afrente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Drakengard Anomalia: A História de um Anjo e uma Intoner
FanfictionUma cidade gigantesca surgiu repentinamente na Península Ibérica após o Grande Cataclisma, com Dragões, Fadas, Elfos, Golens, monstros e outros seres mitológicos aparecendo logo em seguida, mergulhando Midgard em conflito e iniciando o reinado cruel...