Chapter 2: It's me. I'm the problem, it's me.

279 32 20
                                    

2. Sou eu. Eu sou o problema, sou eu.


Como ele não é mais um paciente de emergência, eles o transferem para um quarto diferente. A enfermeira explica que ele pode receber visitas agora, embora Robby não tenha ideia de quem o visitaria. Ele não tem ideia de com quem passou o tempo no ano passado. Ele realmente não precisa da visita de Trey e Cruz enquanto sua cabeça ainda parece que alguém a encheu de peixinhos dourados moribundos.

— Estaremos de volta em meia hora. — Diz ela. — A tomografia computadorizada foi normal, mas faremos uma ressonância magnética para cobrir todas as nossas bases e aguardaremos os resultados do laboratório enquanto você fala com nosso departamento de neurologia.

— Tudo bem. — Diz Robby.

— Você tem um amigo lá fora. Você quer vê-lo antes ou depois da ressonância magnética?

A última coisa que Robby quer é levar todo esse nervosismo consigo para quaisquer exames e conversas que eles farão. Então ele pede que ela mande o cara entrar agora.

Poucos minutos depois, um menino entra desajeitadamente em seu quarto e se posiciona perto da TV. Provavelmente mais ou menos da idade de Robby. Cabelo escuro, aparência atlética, mas ainda mais magro. Robby continua olhando para ele de cima a baixo, como se fosse encontrar uma placa dizendo "nós nos conhecemos da aula de matemática" pendurada em algum lugar se ele apenas continuasse olhando com atenção. Depois de se lembrar de LaRusso, ele pensou que o resto das mudanças ocorreriam com a mesma rapidez, mas, novamente, ele sabia sobre ele antes do ano passado.

Nem uma única memória está surgindo sobre esse cara novo.

Isso é tão frustrante.

— Ei. — O garoto finalmente diz, provavelmente tendo decidido que deixaria Robby olhar para ele por tempo suficiente.

— Oi. — Robby diz, com expectativa.

— Sensei Lawrence disse que você não se lembra de mim?

— Sen... — Robby limpa a garganta.
— Meu pai está ensinando karatê para você?

— Quero dizer... sim, cara. Nós... — O cara franze a testa para ele e parece um pouco pasmo. — Você realmente não se lembra de nada, hein?

Robby balança a cabeça.

— Achei que isso fosse apenas uma atuação para que você não se metesse em problemas pelo que aconteceu na escola. Mas não acho que você pudesse esconder o quanto estava chateado comigo. E você não parece chateado. Então. Isso é real, hein?

— Sim? — Robby diz, mas sai como uma pergunta. — Por que eu estava chateado com você?

— Eu meio que… beijei sua namorada. Numa festa.

— Ah. — Diz Robby. Ele não esperava aquela reviravolta.

— Você se lembra de Sam?

Robby morde o lábio e balança a cabeça.

Sam. Uma namorada. Ele esqueceu os aniversários das garotas com quem saiu. Ele nunca esqueceu uma namorada inteira antes. Isso deve fazer com que ele fique entre os três primeiros na lista dos namorados mais ruins de todos os tempos, com certeza.

Embora se ela beijasse outra pessoa, talvez eles se merecessem.

— Nós brigamos por causa disso? — O menino tenta novamente, e quando Robby balança a cabeça pela segunda vez, ele ativa o modo de contar histórias. Alegre demais, se você considerar o fato de Robby estar no hospital com amnésia.

Anti-Hero [pt/br] • lawrussoOnde histórias criam vida. Descubra agora