capítulo 2

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-Solta minha filha - ouço a voz do meu pai atrás de mim - Não pode tocar nela - ele grita e observo o mesmo homem virando as costas  pra mim  ficando de frente pra ele.

O grupo de homens que antes rodeavam a loira olham em nossa direção observando a cena.

- Vai fazer o que se eu não soltar - ele ri e vira a cara me encarando - mudaram hoje e já são tudo cuzão não passaram pra vocês a regra dessa phora não.

Meu pai agora estava com um semblante de raiva e medo.

A mercearia agora já estava sendo fechada ótimo, agora eu ficaria com fome e com raiva desse inútil maconheiro.

- você que sabe se quiser arrumar briga com seu chefe - meu pai sorri .

O homem na minha frente agora me encara sorrindo um sorriso branco e sem som.

- Nova marmita é - enquanto ele diz isso a loira se aproxima, cabelo  tão desidratado que parece uma palha.

Porque essas mulheres pintam e não cuidam foda querer ser loira e não ter dinheiro pra se manter .

- Que phora que você tá falando caralho - ela fala grossa e me encara - PJ é meu marido, como que  essa criança aqui vai ser marmita dele, nem peito tem.

Incrível como mulher gosta de desmerecer outra mulher pra ser achar a mais gostosa.

Eu não fazia ideia do que esse povo tava falando, eu só queria ir pra casa já que eu iria dormir com fome.

- não quero saber da conversa de vocês - digo e dou alguns passos indo para longe deles - Não sou marmita de macho nenhum e se um dia eu chegar a ser esse J seila lá oque nunca vai conseguir me comprar.

Sou comida de qualidade.

Eles me encaravam agora, acho que não agradei nenhum dos dois, porém nem Deus agradou.

-Se acha não sua sonsa - a mulher me encara - te passo pro inferno em Dois minutos - ela sorri e da um passo ficando perto de mim .

Sonsa é você inútil!

- chega de papo - meu pai me encara - vamos pra casa.

Não nego que eu tenho medo ainda mais porquê eles tem armas e a gente não, porém não iria ficar aguentando ser humilhada nesse lugar não, logo eu sairia daqui .

Caminho de volta pra casa em silêncio meu pai não dizia uma palavra, mais eu estava com a cabeça a mil.

- Porque você falou aquilo -  meu pai me encara agora seu sorriso desaparece.

- Não é nada de mais - ele diz - o Dono daqui me passou as regras aquele cara estava quebrando elas .

- e posso saber qual são essas regras? - ele abre a porta e senta no  primeiro sofá da sala, minha mãe me encara confusa e abaixa os olhos procurando alguma sacola.
- não consegui comprar mãe, um marginal me impediu me parou na esquina e quando vi já tinha fechado.

- você está bem - ela se aproxima de mim procurando algum machucado.

- estou sim mãe, foi só um susto mesmo - abro um sorriso e deixo eles na sala entrando no meu quarto .

Droga eu estou com tanta fome!

Tudo por culpa daquele sem noção, aonde se viu sair por aí parando as pessoas que nem se conhece na rua , por incrível que pareça aqui isso é normal.

Agora uma coisa que   não estava batendo era que até a minha rua esse filha da puta sabia, será que era normal isso aqui todo mundo sabe de tudo ?
Será que se  eu cagar e não limpar a bunda eles vão saber também?

Meu TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora