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"Ouço o bater de espadas, o estalalalar de escudos se chocando e se partindo ao meio

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"Ouço o bater de espadas, o estalalalar de escudos se chocando e se partindo ao meio. O sangue correndo feito um rio pintando a camada fina de gelo, um lobo uivando  sobre a pilha de cadáveres sobre neve ou talvez sejam cinzas das grandes muralhas e dos castelos que ardem em chamas como seus respectivos lordes.  Uma coroa caí ao chão levando consigo o corpo sem vida de seu rei, gritos e choros ecoam no campo de batalha. O dragão rugiu enquanto voava em busca de vingança".

O rei acorda mais uma vez assustado pelo mesmo sonho que vinha lhe assombrando ao longo de um curto período de tempo. Para ser exato, nesses três meses de paz  entre os reinos que procedem desde  o nascimento dos príncipes herdeiros e a reivindicação da baía. Para quem  viveu anos à espreita das batalhas como Park, o silêncio é algo perturbador. A calmaria não significa que todos estão em paz —, ele pode significar bem mais que isso; 

— Majestade, o senhor está bem?

A voz feminina suave e aveludada se mistura ao barulho de água derramando de um recipiente a outro. A criada enche o furor com água quente enquanto observa o rei deitado sobre a cama. Ele acaba de acordar e se senta sobre a cama levando ambas mãos ao seu rosto quente, o suor escorre por entre suas têmporas e a suas vestes se encontram molhadas.

— Estou bem, não se preocupe — o rei se pronuncia com a voz ofegante.

— Vossa senhoria, o seu banho está pronto— disse  a moça que deixa o balde e se aproxima receosa em passos lentos de onde ele estava. Parando diante dele se inclina em reverência dizendo: — Precisa de algo mais?

— Não. — responde ao passo que se levanta a observa de cima. Ele leva as mãos para trás mantendo a postura elevada e o queixo erguido — Esse broche…

— Ah — Ela ergue o tronco mantendo o corpo ereto levando uma de suas mãos ao broche prateado preso ao vestido simples cinza com detalhes em azul marinho na altura do colo. — Ele pertenceu a minha mãe. Foi um presente que meu pai deu a ela.

— Uma rosa em chamas, símbolo da casa do antigo lorde do jardim dos ventos. Isso significa que  és de família nobre — conclui observando a moça que de tão bela parece uma pintura e apesar das vestes simples mantinha a altivez de uma garota nobre o que deixa o rei deveras intrigado. Ele não exitou em  questioná-la: —  O que faz trabalhando como criada em meu castelo, my lady?

— É uma honra ser chamada assim pelo senhor, rei Park, mas eu não sou uma lady — responde com  sorriso mínimo inclinando o corpo minimamente como sinal de respeito.

A um passo diante da moça o rei a observa afinco, curioso espera para saber mais  sobre ela e a história por detrás daqueles olhos escuros.  Há um mistério envolto naquele olhar e não temor como em tantos outros com que convive.

— Eu nunca conheci o  meu pai, fui criada aqui nesse castelo desde os meus seis anos de idade pela minha mãe que era cozinheira desde muito nova. Ela foi acolhida por sua mãe então deve imaginar o motivo por  conhecer quem de fato foi o  meu progenitor.

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