5-Ameaça ao norte

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O vento sopra trazendo o ar mais gélido

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O vento sopra trazendo o ar mais gélido. O que raramente costuma acontecer  nas terras do Sul, mas, ao ver do rei dragão é algo compreensivo já que o inverno estava chegando e até mesmo a paisagem que antes era composta pela maior parte verde que vinha  das árvores majestosas que rodeavam o castelo e do vermelho sangue das belas e raras orquídeas que se destacam em meio aos jardins do reino, agora jaz sem vida praticamente tudo morto e com as folhas rolando pelo chão.

Ele  caminha a passos lentos com as mãos para trás posicionadas a altura do quadril e o queixo erguido, o homem de cabelos platinados e vestes pretas  se destaca por sua desenvoltura e imponência, entretanto, o coração se encontra aflito e a mente cheia. A sensação de que algo muito ruim estava por vir não o abandona desde o nascimento de seus herdeiros e aquele sentimento o sufoca, entretanto, não é a única coisa que o incomoda naquele momento importuno.

Havia algo de errado com Katla, e esse pensamento angustiante martela a cabeça do Park enquanto ele direciona seus passos  até o fosso onde reside o seu dragão.

— Vossa graça — o guarda se curvou brevemente, com o corpo trêmulo e se ergueu logo em seguida seguindo os passos ligeiros do rei dizendo: — Já tentamos de tudo, mas ela não quer sair. O senhor quer um chicote ou uma lança?

— Vocês têm sorte de estarem vivos… — ele freou seus passos girando os calcanhares e o tronco se direcionando ao outro  com um olhar mortal. O homem tremeu desviando o olhar imediatamente e o rei prosseguiu com a fala: — Ela é um animal selvagem com um montador, mas, ainda sim, é um animal selvagem. Acha mesmo que usar uma lança ou chicote fará a diferença?

— Perdoe-me, meu rei, eu não quis…

Ele não deu ouvidos, apenas seguiu trajeto subindo as escadas da grande estrutura de pedra adentrando o portal que leva a um corredor extenso e escuro até chegar no amplo salão onde a sua "menina" se encontra deitada. A presença do seu dono fez com que ela erguesse a cabeça movendo o seu pescoço esguio, Jimin se aproximou estendendo a mão para tocá-la ao passo que seus olhos se enchem de lágrimas e o seu peito se resume em dor.

A criatura mantém olhos negros e opacos vidrados na figura masculina, ela sente a sua dor e compadece dela na mesma proporção e intensidade que seu dono através da amizade, a confiança  e o elo que há entre eles ao longo dos anos que vivem juntos conectados pelo sangue mágico que corre entre suas veias.  Ela o ama mais que tudo e daria a sua vida por ele se preciso assim, como ele faria por ela, não havia dívidas ou enganos entre eles. Apenas eles e isso basta para que ela se sinta melhor.

— Oi, menina… — A voz do homem de cabelos prateados saiu embargada.

A comoção é algo inevitável para si, quando se trata da sua fiel e amada companheira inseparável, ele percorre a lateral da cabeça monstruosa do dragão sentindo a textura áspera das suas escamas negras com um fundo azulado. Ela solta o ar por entre as narinas e move o longo rabo que rodeando o seu próprio corpo, o montador entende o recado e sorri largo mesmo com lágrimas presas prestes a derramar. 

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