CAPÍTULO 4: Dragões acorrentados pelo dever

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O capítulo 4 finalmente chegou, pretendo passar a atualizar a cada 2 semanas.

Ele acordou cedo, antes do nascer do sol, com a garoa molhando o interior da janela aberta. Levantou-se entediado, pegou a lamparina, trocou de camisa e saiu silenciosamente para evitar acordar o guarda de sua porta. Dirigiu-se à biblioteca do palácio, caminhando na ponta dos pés. O trajeto transcorreu sem incidentes.

Ao chegar à biblioteca, dirigiu-se ao canto que organizara para si. Uma poltrona de couro grande e confortável fora colocada no mezanino, próximo aos livros de culinária e veneno. Ali, guardava seus livros favoritos da história valeriana, alguns relatos sobre dragões e as cartas que Rhaenyra havia mandado lhe entregar há 4 meses atrás, os papéis perfumados e a pena continuavam intactos e ele gostaria que permanecesse assim.

Enquanto passava o tempo, envolto em uma manta macia, ouviu o ranger da pesada porta da biblioteca. Surpreso, espiou por baixo da manta, testemunhando seu avô e o que parecia ser uma serva adentrarem o grande salão. Aemond permaneceu oculto, observando silenciosamente.

— Pegue. — A voz apática de Otto ecoou. — Dentro da caixa está o chá e 50 moedas para organizar suas coisas e deixar o palácio.

— Meu Lorde... — a voz trêmula da mulher ressoou. — Não tenho para onde ir, preciso cuidar do meu irmão doente. Juro que não farei nada sobre o que Sir Gerald fez — Implorou a mulher. Aemond aguçou a audição ao ouvir o nome do tio, percebendo o som característico que o avô fazia com os lábios quando discutia com Aegon.

— Não discuta! Se eu a ver hoje à tarde, saiba que não precisará mais se preocupar com seu irmão. E se mencionar o nome dele novamente, não acordará para contar a história. — Otto saiu rapidamente, batendo os pés. Ainda sob a manta, Aemond ouviu a mulher chorar baixinho. Assim que a porta rangeu novamente, emergiu da manta, curioso para entender o desenrolar.

Aemond saiu sorrateiramente da biblioteca, decidido a deixar aquela cena desconfortável para trás. Seus passos eram rápidos e silenciosos, guiados pelo desejo de escapar momentaneamente das intricadas tramas do palácio. Seu destino era o poço dos dragões, onde Vhagar aguardava.

Aemond deslizou pelas vielas do palácio, os pés tocando o chão úmido após a chuva. Com a lamparina em mãos, avançava determinado em direção ao poço dos dragões. A luz fraca lançava sombras dançantes pelas paredes de pedra, enquanto o silêncio noturno era quebrado apenas pelos murmúrios distantes dos serviçais.

Ao chegar ao local, sentiu a presença imponente da criatura alada. Vhagar, apesar de sua natureza indomável, reconheceu Aemond e abaixou a cabeça, emitindo um rugido suave, tal ato pareceu assustar os domadores de dragão, que estavam concluindo a tarefa de alimentar a imponente criatura. Aemond não pôde deixar de rir. Os domadores acolheram Aemond com respeito, cientes da relação única que ele compartilhava com Vhagar, oferecendo a Aemond uma saudação discreta enquanto terminavam de alimentar Vhagar.

Enquanto os domadores prosseguiam com suas atividades, Aemond permaneceu perto de Vhagar, observando a interação entre a criatura e seus cuidadores, quando afastaram-se Aemond decidiu que era hora de voar, com mãos habilidosas, Aemond preparou a montaria, acariciando as escamas reluzentes montou na grande dragão que balançou a cabeça em reconhecimento.

Juntos, elevaram-se aos céus, deixando para trás o poço dos dragões e os eventos tumultuados do palácio, buscando um refúgio momentâneo nas alturas, cortando os céus nublados. Aemond apreciava a sensação das gotículas de nuvem em seu rosto, embora Vhagar sempre se mostrasse descontente, tornando-se difícil de domá-la. Hoje, decidiu evitar estressá-la, apenas puxando suavemente as rédeas para indicar que deveria abaixar o voo.

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