Ela corre, não se importando como outros a olham quando ela passa, deixando os modos de lado, assim quando era apenas uma criança. Sor Harrold tinha a informado sobre o ocorrido com Lucerys. Seu coração pulsa em puro desespero, ela irrompeu a grande porta.
— Jace! — chama.
Suas crianças se encontram ao lado de Corlys, Lucerys com seu rosto coberto de sangue. Seu próprio sangue ferve.
— Luke! — enquanto abaixa para ver melhor o rosto de seu filho. — Deixe-me ver. Mostre-me. — pediu retirando os dedos gorduchos de sua face rechonchuda. — Quem fez isso?
Ao questionar o grande salão encheu-se de gritos infantis, cada criança tentando explicar o ocorrido, mas ela nada conseguia ouvir, estava com muita raiva e também com muito medo. A única frase que ela conseguiu ouvir claramente foi "ele queria matar Jace.", sentiu seu corpo gelar e seu estômago embrulhar, a culpa pesando em sua mente. Se ao menos eles fossem mais iguais a ela, uma voz lá no fundo de seu âmago sussurrou.
— Chega! — exclamou Viserys. A gritaria continou. — Silêncio! — gritou o rei.
Os gritos cessaram, Rhaenyra percebeu então que Alicent também gritava fervorosamente junto com as crianças, ela sentiu que poderia desmaiar a qualquer momento. Ela respirou fundo e endireitou-se. Ela precisava ser forte.
— Aemond. Eu quero as verdades dos fatos. Agora! — seu pai ordenou enquanto descia os degraus da pequena escada. Sua voz e o som da bengala batendo no chão frio e escuro eram as únicas coisas que se ouvia no grande salão.
— O que mais precisa ouvir? — disse Alicent, seu rosto contorcido. — Seu filho foi mutilado! O filho dela foi o responsável!
— Foi um acidente lamentável — Rhaenyra escutou-se dizer, ainda perdida e sentindo-se tremer. A mão de seu segundo filho enroscada na sua, a acalentando.
— Acidente? — Alicent esbravejou. — O príncipe Lucerys levou uma adaga para a emboscada. Ele queria matá-lo!
— Foram os meus filhos que foram atacados e forçados a se defender! — Rhaenyra exclamou, ela deu um passo à frente, se colocando em frente aos seus dois filhos. — Insultos vis foram desferidos contra eles. — interpôs.
— Quais insultos? — Viserys perguntou. Por alguns instantes apenas o som das tochas queimando se fazia presente.
— A legitimidade do nascimento dos meus filhos foi questionada. — ao dize,r Rhaenyra engoliu em seco. Corlys ficou mais próximo da princesa herdeira, tenso.
— O quê? — o rosto de Viserys contorceu, claramente frustrado.
— Ele nos chamou de bastardos. — disse Jacaerys.
No outro lado Alicent suspirou e deu um pequeno sorriso, enquanto seu filho, Aemond, como um espelho, refletia a expressão da mãe, contudo segurando o sorriso por mais tempo. Rhaenyra notou, seu sangue borbulhou.
— Meus filhos estão na linhagem de herança do Trono de Ferro, Majestade. — a princesa herdeira aproximou-se mais do pai. Corlys tomou seu lugar colocando-se protetivamente em frente aos netos. — Essa é a maior das traições! — novamente fez silêncio.
Daemon, que tinha vindo com sua sobrinha, manteve-se na porta, apenas observando toda a situação, atentando-se principalmente a suas filhas, Sor Cole e a mão do rei.
— O príncipe Aemond deve ser severamente interrogado, para que saibamos onde ele ouviu tais calúnias. — ao terminar de falar, Rhaenyra sentiu o olhar de seu pequeno irmão sobre ela. Ela quase arrependeu-se por dizer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dragões de Tinta
RomansaCom o acontecimento de Driftmark, Rhaenyra decide que precisa se resolver com os verdes antes que a situação piore e a guerra ecloda, seu irmão, Aemond, está feliz em ajudar.