Capítulo 01

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Mais uma pra vocês e talvez seja a última. Divirtam-se!

Baseado na obra original de @97bella.



RAFAELLA

Às vezes, quando somos adolescentes,  pensamos que nossos pais não sabem o que é melhor para a gente. Mas eles sabem, como sabem. E com isso, a gente acaba aprendendo da pior maneira que eles tinham razão.

Hoje me arrependo amargamente de ter desobedecido meus pais, de não ter escutado seus conselhos. Com certeza eu não estaria fugindo e levando a vida que tenho agora, se eu tivesse os escutado antes. 

- Por que não fomos pra nossa casa, mamãe? - minha pequena de quatro anos pergunta esticando os bracinhos para mim. Ela é o meu melhor presente no meio disso tudo. A melhor consequência. Se não fosse por ela, eu já tinha desistido há muito tempo.

- A gente já vai, meu amor. Só temos que pegar umas coisinhas aqui. - tento disfarçar meu nervosismo dela. Sofia é uma criança muito esperta. E não quero que ela se preocupe. Entramos no mercadinho e peguei uma cesta. Não iria comprar muitas coisas. Além de que já estava tarde. Já tínhamos que estar em casa a essa hora.

- Quelo i no banheilo, mamãe. - Sofia diz. Não podíamos demorar muito. Eu estava com um mau pressentimento. Além da sensação de estar sendo seguida o dia todo.

- Tudo bem. A mamãe te leva. - olho para os lados, observando se estava tudo normal, e segui com a Sofia para o banheiro.

Havia somente uma mulher de cabelos longos dentro do banheiro, mas ela nem ligou quando entramos e seguiu para a terceira cabine. Fui para dentro da primeira com Sofia e logo senti meu celular vibrar.

 Fui para dentro da primeira com Sofia e logo senti meu celular vibrar

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Sinto vontade de gritar, chorar, mas nada disso adiantaria. Me controlo e ajudo a minha pequena a se limpar. 

- Lava as mãozinhas, mamãe! - Sofia diz querendo sair da cabine.

- Amor, lembra do que a mamãe te ensinou? - pergunto e ela faz que sim com a cabeça. Ela já sabia mais ou menos o que estava acontecendo agora - Você vai ter que fazer aquilo de novo. Fica aqui quietinha. Não fale com ninguém. A mamãe te ama. Fica com a mochila. E logo logo eu volto. Eu prometo!

Digo lhe entregando a mochila e novamente ela não diz nada. Só balança a cabeça positivamente. Dou um beijo nela, e saio da cabine a deixando sozinha. Eu me culpo todos os dias por minha filha ter que passar por isso desde tão cedo.

Do lado de fora do banheiro, ainda encontro a mulher de antes. Dessa vez ela estava lavando as mãos. Nesses últimos dois anos, uma das coisas que eu aprendi foi que eu não podia confiar em ninguém. Mas agora não tinha jeito. Eu sei que é arriscado e que posso estar dando um tiro no próprio pé. Mas eu tinha que fazer isso. Eu não tenho muito tempo.

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