RAFAELLATentei fechar a porta rapidamente, mas José era bem mais forte do que eu.
- Sentiu minha falta enquanto brincava de casinha? - perguntou fechando a porta e vindo para perto de mim. Tentei me afastar, correndo de um lado para o outro da sala.
- Por favor, José. Vai embora. Nos deixe em paz.
- Deixar vocês em paz? - sorriu debochado - Nunca! - ele riu diabolicamente. Sinto nojo do seu deboche, do tom da sua voz, sinto nojo dele inteiro. Na verdade, sinto nojo até de mim por ter me envolvido um dia com esse homem.
- Monstro!
- Você bem que gostava do monstro aqui. Sei que sente a minha falta. Falta de gritar meu nome quando eu te fiz minha. É uma pena você não querer colaborar com os meus planos. - Sinto meu estômago embrulhar ao escutar ele falar.
- Cala a boca! - digo e ele vem até mim e aperta minhas bochechas com sua mão.
- Quem você pensa que é para me mandar fazer alguma coisa? Sou eu que dito as regras. Sou eu que mando. - ele diz apertando ainda mais o meu rosto e eu dou alguns passos para trás até encostar minhas costas na parede. Me segurei para não chorar.
- Mamãe! - ouço Sofia gritar do quarto. Ela não devia ter acordado agora. Droga.
- Olha aí a minha menina de ouro. - sinto vontade de estrangula-lo ao ouvi-lo proferir tais palavras. Logo Sofia apareceu na sala. A peguei no colo, queria de alguma forma protegê - la daquele homem.
- Mamãe. Quem é ele? Cadê a tia Gi? - minha filha perguntou baixo. Eu via no olhar dela o quanto estava confusa e um pouco assustada.
- A tia Gi já tá vindo, meu amor. Vai ficar tudo bem.
- Mentir para criança é feio, Rafaella. Não vai dizer para ela quem eu sou?
- Vai embora, Zé. Eu te imploro!
- Eu sou o seu papai, Sofia. E vim te ver. - Se aproximou dela e levou a mão até sua bochecha.
- Não acredite nas coisas que ele fala, filha. - a apertei em meus braços.
- Soso não tem papai. - ela diz mordendo o dedo dele.
- Aiiii, sua... - ele grita e levanta a mão para dar um tapa em Sofia, mas me viro, e ele acaba me acertando. - CHEGA! JÁ FUI LEGAL DEMAIS. - gritou transtornado e começou a distribuir tapas e socos na gente. Tentei proteger Sofia, mas infelizmente alguns tapas a acertaram e ela chorava copiosamente. E eu desabava em lágrimas também ao ver minha filha nessa situação. Nada abala mais uma mãe do que não conseguir proteger seu filho do que quer que seja.
- Odeio crianças! Ainda bem que não vou precisar aturar essa daí por muito tempo... - antes que ele terminasse a frase, alguém mexeu na porta. Pensei ser Gizelly. E por mais que eu desejasse que fosse ela, também temia por sua vida, pois sabia que era perigoso demais. De qualquer forma, eu desejava que fosse alguém que pudesse salvar ao menos minha filha. Porém, assim que a porta foi aberta, vi passar por ela uma mulher, na certa mais uma comparsa de seus crimes. Me perguntei o que tinha acontecido com seu outro capanga, não duvido de que José tenha o matado por algum motivo.
- Até que enfim. Pega essa menina chata e leva para o carro. - ele ordena e ela o obedece rapidamente. Tentei manter Sofia em meus braços, mas a mulher conseguiu arranca-la de mim
- MAMÃE! EU QUELO A MAMÃE! - Sofia gritava chorando. E eu chorava ainda mais. Eu estava perdendo a minha filha.
- SEU MONSTRO! EU TE ODEIO! EU ME ODEIO POR TER ACREDITADO EM VOCÊ UM DIA. SEU DESGRAÇADO! - eu gritava dando vários tapas e socos nele, mas o maldito me segurou, me jogando no chão logo depois.
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Meu Pequeno Problema
Fiksi PenggemarGizelly não acredita no amor, nem do que ele é capaz de fazer, até o destino resolver colocar em seu mundo uma menininha linda de quatro anos de idade, que lhe mostra que o amor pode surgir quando menos se espera. Aviso: Gizelly G!P (se não gostam...