Capítulo 11

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RAFAELLA

Os dias passaram rápido e hoje faz um mês que estou na casa de Gizelly. Eu finalmente havia me recuperado e estava só esperando o momento certo para poder ir embora com Sofia. Decidi que será na próxima semana, mais precisamente na segunda-feira. Agora é rezar para dar tudo certo.

Desde o dia, ou melhor, a noite onde me permiti chorar perto de Gizelly, ela vem me tratando diferente, tem estado mais paciente e a nossa convivência melhorou muito. Por hora, decidimos que Sofia dormiria um dia comigo e outro com ela, e por incrível que pareça estava dando certo. Confesso que se eu não tivesse um passado que afetasse tanto o meu presente, aceitaria o convite de Gizelly e ficaria por aqui mais um tempo. Porém, não quero prejudicar a vida deles. Eles me ajudaram quando mais precisei, meu jeito de agradecer é saindo daqui e impedindo que algo de ruim aconteça.

Em relação ao restante da família, até que eu vinha me acostumando aos poucos com eles. Estava me dando uma chance de conhecê-los melhor, mesmo que por pouco tempo. Afinal, eles sempre fizeram de tudo para que eu me sentisse em casa, desde que cheguei aqui.

- Mamãe! - Sofia me chamou toda animada.

- O que foi meu amor?

- Vamo no paique? - por que ela gosta da maioria das coisas que não podemos fazer?

- Sofia, você sabe que é perigoso.

- Pu favô, mamãe! É rapidinho. A tia Gi também vai. - me pediu com aquele olhar do gatinho do Shrek que ela sabe que não consigo resistir.

- Tudo bem. Mas não podemos demorar. - digo e ela sai comemorando pela casa. Não demora muito e ela aparece com Gizelly, prontas para irem ao parque.


*****

- Ela fica tão feliz quando vem aqui! - Gizelly se senta do meu lado no banco enquanto observamos Sofia brincar com as outras crianças.

- Ela nunca saiu pra brincar. Sempre ficava olhando as crianças brincarem pela janela de casa.

- Você tinha medo dela ser pega se fosse brincar?

- Eu tenho medo. Você não sabe o quanto estou me esforçando para não tirar ela dali e voltarmos pra casa.

- Eu já disse que eu não vou deixar nada acontecer com vocês. - ela responde firme e logo introduz um outro assunto. - Você não desistiu de sairmos hoje, né?

- Acho que se eu não for a Sofia morre. Ela está toda empolgada.

- Eu já expliquei para ela que não é uma festa igual de criança. Mas ela tá feliz do mesmo jeito.

- Sofia é uma criança alegre, pra ela tudo é diversão. E ela gosta muito de todos vocês.

- Ela é nosso xodó.

- Daqui um tempo o Antônio nasce, aí vocês vão ter outra pessoa para mimar.

- Que conversa é essa? Sofia já tem espaço nessa família. Sempre terá.

- Mamãe, tia Gi, vamo bincá! - Sofia corre até onde estávamos sentadas e nos puxa pela mão, nos fazendo levantar e ir brincar com ela e as outras crianças.


*****

- Eu não acho isso uma boa ideia. - digo enquanto Manu abria sua maleta de maquiagem. Ela já estava pronta e veio me ajudar a me arrumar. Íamos sair hoje para um restaurante, para comemorar o aniversário do Júlio e de Gizelly que estavam chegando.

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