03 | não irrite o sequestrador

391 45 366
                                    

• • •

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

• • •

Quando Skylar recobrou a consciência, foi como emergir de um abismo escuro, onde a escuridão cedia lentamente à luz difusa. Os sentidos retornaram gradualmente, revelando uma dor pulsante que parecia ecoar por todo o seu rosto, como se cada batida de seu coração fosse um lembrete cruel da agonia que experimentara. Seus olhos, ainda pesados e embaçados, lutaram para se abrir, encontrando-se com um ambiente desconhecido e sombrio. A sensação de pânico a envolveu quando percebeu a pavorosa constatação de que estava imobilizada, amarrada à cama por cordas ásperas que mordiam sua pele delicada, deixando-a vulnerável.

A tênue luz do cômodo revelava contornos sombrios e formas indefinidas ao seu redor, deixando Skylar ainda mais inquieta diante da incerteza que a envolvia. Seus olhos vasculhavam o ambiente, buscando compreender o que havia acontecido e a natureza do lugar em que se encontrava. Cada som abafado ecoava como um eco sinistro, alimentando o medo que crescia dentro dela.

O silêncio opressivo era rompido apenas pelo som irregular de sua própria respiração, um lembrete constante de sua vulnerabilidade. Ela tentou controlar a batida acelerada do coração, mas era inútil. Em meio à escuridão, um movimento sutil no canto do cômodo chamou sua atenção. O homem ali presente, mal visível na penumbra, era a fonte dos sons abafados que ecoavam no aposento.

O coração de Skylar disparou freneticamente ao constatar a realidade devastadora em que se encontrava. Ela tentou mover-se, mas as amarras implacáveis impediam qualquer movimento, prendendo-a em um pesadelo cruel. O medo agudo e paralisante envolveu-a, como uma névoa gélida que a sufocava lentamente.

A ansiedade crescente misturou-se com a confusão, enquanto Skylar explorava mentalmente as últimas lembranças fragmentadas, como peças soltas de um quebra-cabeça. Cada pensamento era uma corrida contra o tempo, uma tentativa desesperada de reconstruir os eventos que a haviam levado àquela situação desesperadora.

Em um movimento súbito, o homem girou, encarando Skylar de frente. A luz branda do abajur lançava reflexos ameaçadores no metal afiado do canivete que ele segurava, criando um brilho tenebroso no cômodo. Seu rosto estava oculto nas sombras, apenas os contornos sinistros de uma máscara grotesca eram visíveis, destacados pela luz trêmula. O coração de Skylar disparou ainda mais descompassado, como se quisesse escapar do peito a qualquer custo. O medo gelado a tomou por completo, paralisando-a perante a figura ameaçadora diante dela. Cada sombra projetada pelo brilho do metal parecia dançar ao ritmo acelerado de sua respiração entrecortada.

A ironia da situação não passou despercebida por Skylar: a ferramenta que deveria garantir sua segurança agora estava nas mãos daquele que representava sua ameaça. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber a cruel inversão de papéis: o canivete que seu irmão lhe dera como símbolo de proteção, agora era uma ameaça em mãos erradas. O metal frio e cortante refletia a apavorante realidade, e um nó de desespero se formou em seu peito.

Não Irrite O SequestradorOnde histórias criam vida. Descubra agora