09 | caso encerrado

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Entre a sala de estar e a cozinha, um silêncio pesado pairava no ar, preenchido apenas pela respiração acelerada e agitada de Skylar. A garota mantinha com firmeza a empunhadura da faca em suas mãos trêmulas, os seus olhos fixos no corpo inerte do sequestrador. O homem jazia pálido, com os olhos arregalados e gélidos; o olhar da morte. Sua boca escancarada revelava uma expressão assombrosa de dor e incredulidade, enquanto respingos de sangue denso e escuro adornavam o ambiente, criando uma aura macabra e perturbadora.

Skylar piscou diversas vezes, uma mistura de emoções bailava em seu rosto, agora tingido pelo líquido ferroso e carmesim que escorria lentamente por suas bochechas. Seus olhos refletiam um misto avassalador de alívio, medo e a estranha sensação de liberdade queimava em íntimo. Respirando fundo, sentindo a pontada aguda da dor em cada movimento, ela deixou a faca cair de suas mãos. O barulho metálico ecoou pelo cativeiro. A jovem lutava para recuperar o fôlego e controlar o tremor que percorria seu corpo, enquanto tentava processar o que acabara de fazer. O choque das próprias ações a paralisava, mas ela sabia que precisava agir.

Mesmo com o sequestrador agora inerte aos seus pés, Skylar ainda se sentia aprisionada por suas garras invisíveis. Com uma determinação feroz, a garota se arrastou para longe do corpo de Keagan, sentindo cada centímetro de progresso como uma vitória árdua. Com um esforço colossal, ela finalmente se colocou em pé, ignorando o protesto agudo de suas costelas machucadas. Cada movimento era uma batalha contra a dor lancinante que a consumia, mas Skylar se recusava a sucumbir. Com as mãos manchadas de vermelho, ela se apoiava nas paredes enquanto deixava rastros do líquido carmesim por onde passava. Cada passo em direção ao quarto onde sofrera por tantas horas era um ato de coragem.

Uma vez no cômodo, abriu a gaveta do guarda-roupa e encontrou mais lingeries femininas e sensuais, cuidadosamente embaladas. Skylar estremeceu e fechou a gaveta com força, sentindo o desconforto crescer dentro dela. Determinada a encontrar algo para vestir e esconder sua nudez vulnerável, ela abriu as outras gavetas em busca de uma solução. Suas mãos finalmente encontraram uma camiseta cinza masculina e uma calça de moletom. Ao tocar as roupas, o cheiro impregnado de Keagan invadiu suas narinas, provocando náuseas que se reviravam em seu estômago. No entanto, ela não tinha outra opção senão se cobrir com aquelas peças.

Depois de se vestir, Skylar percorreu o olhar pelo quarto em que passara horas amarrada à cama, revivendo a dor alucinante dos momentos intermináveis em que foi abusada. Seu coração batia desesperado, ecoando as lembranças angustiantes que a assombravam. Fechou os olhos com força, tentando afastar as lembranças dolorosas, e em seguida os abriu novamente. Foi então que seus olhos úmidos capturaram um vislumbre da chave de um automóvel, pendurada na parede, algo que, em meio ao pânico e à tortura constante, ela não tinha notado.

A visão da chave era como uma promessa de liberdade, e Skylar avançou em direção a ela com determinação. Cada passo a aproximava mais da tão almejada libertação. Ao sentir o metal frio em sua mão, a realidade de sua emancipação começou a se concretizar, inundando-a com uma mistura intensa de alívio e esperança.

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