(...)
Os demônios estavam a atacar algumas cidades, mas nunca ousavam atormentar a aldeia por ordens diretas de Kali.
Estava lendo um livro sentada no escritório de Donna. Sentiu uma dor terrível na cabeça, era Allie querendo assumir sua forma. Deveria ter um jeito de ser as duas ao mesmo tempo, pois não poderia continuar desse jeito que estava, e levaria tempo para Kali perceber que a solução era Donna, e sempre foi ela desde quando a conheceu.
---Alcina veio buscar as crianças para passar um tempo com ela, ela insistiu tanto que tive que deixar.--- Disse Donna parando no batente da porta e cruzando os braços enquanto olhava sua esposa sentada e completamente concentrada no livro, mas logo deu atenção a ela.
---Ela adora as crianças, principalmente a Nell.--- Disse Kali fechando o livro depois de marcar a página com um grampo.
---Eles crescem muito rápido.--- Donna se aproximou de Kali. ---Vamos passar esse tempinho juntas , não é?---
---Que pergunta é essa? Claro que vamos ficar juntas, isso se Angie não ser empata foda nesse caso.--- Kali disse fazendo Donna corar levemente e sorrir de forma doce. ---Mas talvez eu não queira tirar esse sorrisinho lindo e puro do seu rosto.--- Kali se levantou e puxou a esposa para perto, o suficiente para a mesma encostar a cabeça em seu ombro.
---Muito romântica.--- Ela brinca aceitando o abraço da esposa, mas ainda não fazia ideia de que aquela era Kali e não Allie. ---O que você fez com a minha esposa perversa?---
---C-Como?--- Kalli se afasta um pouco e arregala os olhos como se sua esposa estivesse acabado de descobrir algo que não estava em seus planos.
---Estou brincando.--- Ela riu. ---Gosto de você assim.---
---Você fica ainda mais linda com raiva.--- Disse Kali dando um sorriso de canto.
---Como?---
---Quando eu quebro o espaguete ao meio.--- Kali rouba um selinho de Donna, que gargalhou baixo com sua ação.
---Nunca mais faça isso, é um pecado.--- Donna ponderou envolvendo os braços pelo pescoço de sua esposa.
---Vou adicionar isso na lista de pecados.--- Kali riu e abraçou Donna novamente.
---Devia ter feito isso desde quando falei para você que se quebrasse o espaguete no meio eu iria te matar.--- Brincou Donna escondendo o rosto no pescoço da mais velha.
---Não sou muito chegada em dicionários, mas sei que incomensurável é algo sem medição, igual o meu amor por você.---
---Gostei da cantada, a gente deve casar?--- Donna riu baixinho. ---Vamos lá para cima, preparamos alguma coisa e depois a gente passa um tempinho sem ter que separar brigas, ou salvar Angie de ser enterrada.---
Riram e foram até a cozinha, comeram e começaram a jogar xadrez. Estava tudo calmo, até Kali perder pela terceira vez e Angie ficar eufórica com a vitória de Donna.
---Eu aposto tudo que Donna ganha!--- Karl surge quase quebrando a porta como de costume, Donna deu um pulo e colocou as mãos no peito, suspirando pesado.
---Porra....--- Sussurrou Donna baixinho, mas os três ouviram e encararam a mulher com estranheza.
---É real, o mundo irá explodir.--- Disse Karl deixando o martelo em um canto na parede. ---Cara... O que você fez com a minha irmã?---
---Nem eu sei direito, mas agora eu posso morrer em paz.--- Kali gargalhou, mas segurou o riso ao notar o olhar de repreensão de sua esposa. ---Mas é claro que eu não vou morrer, né? Até porque eu tenho imortalidade, eu tenho.---
---Ihhh, amarelou cunhadinha.--- Karl zombou rindo, mas Donna direcionou o mesmo olhar para ele. ---Vou calar minha boca.---
---Dois trouxas amarelando.--- Angie riu.
---Eu te odeio.--- Karl sussurrou para a boneca, que revirou os olhos e cruzou os braços.
---É recíproco.--- Respondeu Angie. ---E eu também odeio você... Odeio os dois.---
---É recíproco.--- Disse Kali e Karl em sicronia, que logo caíram na gargalhada. E Donna se calou um pouco até dar um tapinha na esposa e no irmão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
~Bela dama~
De TodoAlícia Delavega é uma importante mulher na vila, que entrou na vida de Donna Beneviento para amolecer seu coração, e mostrar que ela ainda pode ser feliz se tentar.