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No dia seguinte lá estava eu sendo acordada pelo som horroroso da campainha que ecoava pela casa de forma irritante, me levanto totalmente destruída e vou me arrastando até a porta. Não fazia a menor ideia de quem pudesse ser e seja lá quem fosse, iria ter o enorme prazer de lidar com a minha aparência de bela adormecida da Shopee. Entretanto, ao abrir a porta, aquele perfume invadiu meu olfato e um vulto passou por mim, era o meu ex entrando minha casa totalmente furioso e também sem ser convidado.

— Precisamos conversar.

— Bom dia para você também — Debochei — Permiti sua entrada em algum momento?

— Não teste meu limite, S/n — Respirou fundo e bateu os pés no chão impaciente

— Ta, ta — Revirei os olhos e bufei — Deixa eu apenas jogar uma água no rosto antes de você começar o seu showzinho para cima de mim.

Vou até o banheiro me xingando mentalmente por ter aberto a porta quando na verdade eu poderia ter apenas fingido não estar em casa, colocaria um travesseiro no meu rosto e me faria de morta até que desistisse.

Conforme o sono vai se dissipando, meu coração começa a errar um pouco as batidas me fazendo compreender melhor a situação que estou atualmente. Meu rosto está abatido e as olheiras estão tão evidentes quanto ontem, tudo isso por causa daquele ser desprezível que está no cômodo ao lado. Escovo meus dentes e prendo meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo, volto para a sala e noto que ele mexia despreocupadamente em minhas coisas.

— Certo, agora podemos conversar — Coloco a mão na cintura e o encaro — O que quer em minha casa?

— Quero saber em que momento você resolveu dar uma de maluca e dizer para todos que eu te traí, sendo que a traidora aqui dessa história é você. — Colocou um porta retrato meu de volta no lugar que tinha pego.

— Espera... Como é ?

— Saori me contou a verdade — Se aproximou de mim tocando em meu braço e apertando meu rosto — Que você saiu espalhando para todos que terminou comigo após descobrir que eu te trai, tentou criar uma história em que você é a vítima e eu o maior filho da puta. O que você acha que ganha com isso, hum ? Acha que está destruindo a minha vida ? Porque não falou também que tinha se relacionado com outros enquanto estava comigo ?

— Eu não me relacionei com ninguém, Takashi, você sabe do meu trabalho e como funciona perfeitamente, eu te avisei quando começamos a namorar. Somente realizo danças no palco e ajudo meu chefe com outras tarefas tranquilas, nada além disso. E eu jamais contaria uma mentira dessas sobre você, como pode acreditar nela?

— Vocês não eram melhores amigas? Porque eu não acreditaria naquela que vivia grudada com você?

— Porque está na cara que ela está mentindo ! — Me exaltei e o mesmo pareceu imparcial, ele tinha um sorriso nos lábios enquanto eu me desesperava tentando me justificar — Saori e eu não somos mais amiga faz tempo, ela vinha criando mentiras sobre mim e me fodendo com todos aqueles que eu amo.

— Você realmente é uma mitomaníaca, S/n. — Aquelas palavras novamente me assombraram.

Fecho os olhos puxando ele até a porta, não quero mais olhar na cara de Takashi e muito menos saber que um dia namorei ele. As lágrimas escorriam em demonstração da minha fraqueza, estava apenas exausta querendo que essas pessoas saíssem da minha vida. Porque eu acreditie um dia neles?

— Não irá se defender ? — Riu cinicamente

— Saia da minha casa, Takashi — Tentei empurra-lo mas o mesmo ficou no meio da porta parado

— Ei — Segurou meus dois braços com força me fazendo encará-lo com ódio — Não finja que não está me ouvindo, sua vadiazinha suja.

— Me solta — Me debati, mas foi em vão pois o mesmo apertou meus braços com mais força ainda — Porque você não vai correndo para os braços dela? Eu devo ter sido uma péssima namorada, mas não entendo o porquê de termos ficado três anos juntos. — Falei ironicamente

— E eu me arrependo de ter sido tão cego com você — Suas palavras foram como um tapa estalado em meu rosto pois imediatamente eu parei de me debater e encarei seu rosto que estava sombrio.

Ao soltar meu braço, acabei caindo no chão com o empurrão que me deu. Ele passou por mim e entrou em seu carro, me deixando ali na frente de todos como se fosse um lixo. A vergonha e o nojo de mim se fizeram presentes e me encolhi me escondendo dos olhares, era isso, o único pingo de dignidade que eu tinha foi-se embora.

Não sei quanto tempo fiquei naquela posição, mas ao levantar meu rosto, dei de cara com o meu vizinho estendendo sua mão até mim. Sussurros por todas as partes, diversas pessoas do lado de fora de suas casas me encarando. O encarei confusa e completamente desconfiada de sua ação, não queria mais um para me humilhar, principalmente um desconhecido. Funguei limpando as lágrimas em meu ombro, mas no final aceitei sua ajuda.

— Se levanta, não vai ficar ai se lamentando com as palavras daquele idiota, né?

— Você é bem desocupado pelo jeito... — Falo em um sussurro ao perceber que ele havia escutado minha conversa com Takashi. Kashimo me olha com atenção e da uma risada nasal.

— Talvez eu seja, mas não é do meu fetiche ver garotas bonitas sendo fracas e se humilhando por caras que não a merecem.

Meu rosto corou com suas palavras mas logo tratei de disfarçar, ele pelo jeito não tinha vergonha alguma de dizer essas coisas.

Meu rosto corou com suas palavras mas logo tratei de disfarçar, ele pelo jeito não tinha vergonha alguma de dizer essas coisas

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𝑇𝐻𝑈𝑁𝐷𝐸𝑅 - 𝐻𝑎𝑗𝑖𝑚𝑒 𝒦𝑎𝑠ℎ𝑖𝑚𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora