III

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No dia seguinte, acordei em meu quarto com uma forte ressaca após ter bebido a madrugada com os rapazes assim que meu expediente terminou. Peguei meu celular para ver as horas e me assustei ao notar que já era mais de 11horas da manhã, me levanto rapidamente resmungando por causa da dor de cabeça e me arrasto até o banheiro.

Fiz minha higiene matinal, tomei um banho e decidi ir logo almoçar ao invés de tomar café da manhã. Ao abrir a porta e caminhar até a minha sala, eu noto que os rapazes que me acompanharam na bebida estavam literalmente dormindo agarrados em minha sala, Muta e Hajime estavam no sofá em uma conchinha perfeita, enquanto Hakari estava no chão em uma cama improvisada com cobertores e segurava a mão caída de Hajime. 

Dou um tapa na minha testa por ter me esquecido desse detalhe e deixo a ideia do almoço de lado, um café da manhã seria melhor. Abro um sorriso enorme com aquela cena em minha frente e já tiro o celular do bolso, aponto a câmera para eles e tiro a foto. Percebo o rapaz de cabelo ciano se mexer, mas não acorda.

Comecei a preparar o café para nós. Não imaginava que eles estavam falando sério sobre dormir na minha casa, até porque, Kashimo é o meu vizinho. E lembrar dele me fazia lembrar do olhar que ele me lançava enquanto dançava. Senti meu corpo ficar tenso, ele não pode saber que eu sou a mascarada.

Perdida em meus pensamentos na cozinha, sinto uma mão percorrer pela minha cintura e me envolver em um abraço. Dou um pulinho assustada logo percebendo os fios de cabelo da cor ciano caírem por cima do meu ombro, o que ele pensa que está fazendo me abraçando dessa forma?

— Te assustei?

— Um pouco — Continuei a olhar a água no fogo pois não tinha coragem de encara-lo.

— Te incomodamos em ter dormido aqui?

— Não, está tudo bem — Dei de ombro — Admito que esqueci da presença de vocês assim que acordei... O que você pensa que esta fazendo me agarrando assim?

— Você tem um cheirinho bom — Se aproximou do meu pescoço e eu recuei

— O que você acha que está fazendo? — Novamente o questionei já sentindo meu coração acelerar

— Desculpa, acho que fui invasivo.

— Que nojeira — Ouço a voz de Hakari invadindo o local com um sorriso debochado — Não perde tempo, não é mesmo, Kashimo?

Reviro os olhos terminando de preparar o café e pondo na mesa para que eles possam se servir. Vou até a geladeira tirando as coisas para caso queiram comer algo de diferente e logo me servi com um sanduíche. Muta ainda não havia aparecido e o roxeado disse que o mesmo estava adormecido ainda, Kashimo, como uma criança atentada, foi até a sala acorda-lo. Neguei com a cabeça logo voltando a devorar o meu sanduíche.

— Você faz algo durante o dia, S/n? — Hakari me encarou curioso

— Apenas trabalho e a minha faculdade é remota.

— E seus pais?

— Ah... estão no Brasil...

— Conheço umas músicas legais de lá — Fingiu dançar e eu dei uma risada — Mas você faz faculdade de que?

— Marketing.

— Hum, entendo — Deu um gole em seu café — Parece legal. Eu faço administração, porque não encontrei algo que me chamasse a atenção e dizem que se você não sabe o que fazer... Essa é a escolha.

— Eu também já ouvi dizerem isso — Dei uma risadinha — Mas você poderia apenas se dar um tempo e procurar algo que realmente gostasse.

— Humf — Deu de ombro — Eu só preciso de um diploma e fim de assunto, detesto estudar.

— Certo — Comi mais um pedaço do meu sanduíche.

Logos os outros dois se acomodaram nas cadeiras enquanto continuavam puxando assunto sobre a minha vida. Após tomarmos o café da manhã, Hakari e Muta disseram precisar ir embora e agradeceram a hospedagem, dou um sorriso e os levo até a porta.

Me viro olhando para Hajime e ele continuava no mesmo lugar me encarando, arqueio a sobrancelha enquanto o mesmo tinha um sorriso nos lábios. Caminho até ele e puxo uma cadeira para me sentar ao seu lado.

— Gostou de se divertir conosco ontem ?

— Não tenho o costume de fazer isso durante a semana, mas me senti bem. — Apoiei meu rosto na mão — Você não deveria estar na faculdade?

— Sim, mas não ligo de faltar e os rapazes também não. — Apertou um lado da minha bochecha — Coisinha fofa.

Reviro os olhos e vou até a pia para lavar a louça que eles haviam deixado, Kashimo se propôs a me ajudar, mas eu neguei pois acho que ele é convidado e isso seria abuso. Mesmo assim, ele resolveu me ajudar a secar cada peça de prato e colher.

Eu cantava uma música baixinho enquanto ouvia o rapaz me acompanhar ao meu lado, soltei uma risadinha e ele fez o mesmo. Estava sendo gostosa a nossa interação, o clima não era pesado.

— E então, você irá me ajudar com a moça do seu trabalho?

— Está aqui até essa hora só por isso ? — Ele negou de imediato, mas estava explícito em seu rosto — Já disse que não posso fazer isso, são regulamentos. — Disfarcei.

— Porque eu preciso ir até ela?

— Porque é uma identidade, ela quem deve se sentir pronta para dizer quem é e não será eu quem irei estragar isso.

— Você é certinha demais — Bufou revirando os olhos

— Se era isso que estava te fazendo ficar aqui, pode ir embora então — Me levantei da cadeira já pronta para ir até a porta, mas o mesmo tocou minha mão e me encarou.

— Desculpa, não era isso que eu queria, só estava curioso pois a moça dançava tão bem e isso me encantou — Vejo suas bochechas corarem — Mas não era somente isso que estava me fazendo ficar aqui. Quero saber se você esta afim de sair comigo.

— Sair? Sair em que sentido? — Franzi a sobrancelha.

— Podemos fazer disso um encontro, talvez?

— Você está me convidando para um encontro ? — Coloquei a mão na cintura e o encarei séria. Não fazia muito tempo que eu tinha terminado meu namoro, não estava preparada para me relacionar com alguém novamente, mas acho que um encontro não fará mal — Sendo que esta afim da dançarina do meu trabalho?

— Caramba, se decide se você quer fazer disso um encontro ou não — Revirou os olhos — Para mim tanto faz sua escolha.

Cruzo meus braços o encarando e analisando cada traço do seu rosto, viro as costas com uma certa ansiedade tomando conta de mim igual ontem enquanto eu dançava.

— Tudo bem, e-eu aceito. — Ele abre um sorriso e se aproxima com os braços abertos, mas eu o impeço — Mas não ache que irá conseguir tirar uma informação minha sobre a dançarina.

— Quero apenas te conhecer — Kashimo levantou os braços fazendo sinal de juramento.

Assim que ele passa pela minha porta indo embora para sua casa, vejo o mesmo parar e se virar rapidamente, me deu um beijo na bochecha de repente e saiu correndo até a casa ao lado. Fico paralisada sentindo um formigamento no local em que houve o contato. Droga, o que ele está querendo de mim ?

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Capítulo não revisado :)

Espero que gostem!

Beijinhos

𝑇𝐻𝑈𝑁𝐷𝐸𝑅 - 𝐻𝑎𝑗𝑖𝑚𝑒 𝒦𝑎𝑠ℎ𝑖𝑚𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora