XIV

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Estávamos no carro do Hajime a meia hora em silêncio. Apesar de ter amado o presente, eu e ele precisávamos ter uma conversa antes de tudo. Conseguia sentir toda a tensão dele no volante enquanto encarava a pista e eu pensava em tudo que diria, algumas vezes notei ele apertar forte o volante enquanto mordia os próprios lábios involuntariamente, nossos olhares se encontravam nesses segundos.

Não iria deixar de trabalhar para Satoru, muito menos iria fazer dele o centro da minha vida. Precisamos nos entender antes de eu dizer sim, uma relação precisa de limites além de sinceridade um com o outro.

Ao abrir a porta de casa e entrarmos em silêncio, apenas nossos sapatos faziam sons a cada passo. Fecho de chave e encaro o rapaz que estava de cabelos soltos e olhava para todo canto menos nos meus olhos, Hajime realmente estava nervoso. Coloquei o buquê na mesa e me aproximei dele tocando em seu rosto e o trazendo até mim.

— Por favor, me diga que dessa vez você está falando sério — Balbuciei enquanto nossos olhos pareciam responder todas as dúvidas entre nós.

— Estou, eu quero namorar você. Não dá, não aguento mais te ver nos braços dele ou pensar em você com outro. Sinto muito, estou sendo egoísta em achar que tudo é fácil, mas eu quero que seja mesmo. A única coisa que eu pensei ao sair de casa foi em correr até você, te colocar em meus ombros e faze-la ser minha a todo custo.

— Você gosta de mim então? — Ignorei sua última frase que soou mais como nervosismo do que um plano realmente.

— Achei que já tivesse demonstrado o suficiente — Me puxou para os seus braços e tocou em minha nuca. Nossas respirações estavam em sincronia enquanto olhávamos um no olho do outro. Hajime mordeu meus lábios inferiores antes de se aprofundar em um beijo correspondido, minhas mãos estavam em sua cintura mas logo subiram até suas costas por dentro da camisa que vestia. Dei um leve arranhão que o fez gemer gostoso entre o beijo e se sentar no meu sofá e me puxar para o seu colo.

Nenhum momento nos separamos, envolvi minhas pernas na sua cintura enquanto ele pressionava para que eu rebolasse em seu colo, me fazendo sentir seu membro roçar em minha intimidade e me deixar completamente em êxtase.

Nos afastamos conforme a falta de ar se fazia presente, essas provocações iriam a qualquer momento acabar de um jeito que não daria mais para voltar atrás. E acreditem, era tudo que eu mais desejava.

— S/n... Eu preciso da sua resposta.

— A-Aceito — Pisquei os olhos voltando a realidade enquanto meu coração ainda estava acelerado.

Não consigo descrever sua reação, ele parecia uma criança à minha frente. Hajime abria um sorriso enorme enquanto parecia soltar fogos internamente, quem diria que ele estaria agindo dessa forma depois do que havia me dito no passado.

— Você será tratada feito uma rainha — Beijou meu rosto enquanto apertava minhas bochechas

— Certo certo — Mordi meus lábios controlando a risada — Mas eu tenho uma pergunta e preciso que responda com sinceridade.

— Faça todas as perguntas que quiser.

— O que mudou? — Ele me olhou por alguns segundos tentando compreender a pergunta e logo seus olhos se arregalaram antes de dar uma tosse fraca

— Certo, acho que você quer entender o que mudou desde aquele dia até hoje — Assenti — Mudou o fato de que eu cansei de tentar agir de forma para agradar os rapazes. Durante anos eu queria ser o melhor em tudo, quanto mais difícil fosse, mais interesse eu tinha. Na primeira vez que nos conhecemos foi quando você estava fumando e olhava para a minha casa... Naquele primeiro dia eu já te achava uma garota problemática.

— Bom, acho que sou um pouco — Dei de ombro.

— A segunda vez foi com o teu ex namorado falando todas aquelas coisas e eu te vendo indefesa, igual um filhote de cachorro abandonado — Dei um tapa em seu ombro e o mesmo resmungou — Eu não queria realmente te ajudar, mas meu corpo agiu involuntariamente, não sei explicar, não tive controle. Mas era a forma que eu queria que tivessem me tratado quando foi com a Saori... Achei que não era um momento bom para que você se sentisse sozinha.

— Obrigada pela parte que me toca — Ironizei

— Queria que eu mentisse ? — Neguei — Certo. A dançarina foi um sentimento de obstáculo, por saber que eu não podia tocá-la ou falar com ela... Isso criou um desafio dentro de mim. E saber que vocês eram "amigas" era quase como colar em uma prova — Vejo o mesmo soltar um suspiro e sua expressão mudar — Mas sempre que eu estava contigo, uma sensação estranha crescia.

Hajime me colocou sentada ao seu lado e se levantou do sofá, andou de um lado pelo outro em minha casa enquanto pensava no que diria a seguir, entretanto, seus olhos não estavam em mim, mas sim na caixinha que ele havia me dado de aniversário que eu ainda não abri, vacilo meu, tinha me esquecido.

— Desculpa, acabei esquecendo de abrir.

— O bolo estava gostoso demais pelo jeito — Ele riu pegando o objeto e entregando em minhas mãos. Abri a caixa e vendo um lindo colar. — Quando falei aquelas palavras que te machucaram, foi pensando que eu não tinha mais o que apostar e que naquele momento conseguiria o que eu almejava. Mas no dia em que fiz a festa e notei sua ausência, só queria... Sei lá como dizer, mas eu não consegui aproveitar nada.

— Fala sério, Kashimo, eu não era nada para você — Dei uma risada fraca e ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.

— Estou falando, eu não conseguia. O tempo todo corria para o meu quarto e olhava para a sua janela esperando que você aparecesse, estava uma droga as coisas. Admito que não entendia que estava afim de você, mas eu estava.

— E depois?

— Depois foi tudo aquilo que vivemos, você jogando as coisas na minha cara, eu me afastando... E todas as noites sentindo o quão idiota eu tinha sido. O engraçado disso tudo, foi o medo que senti quando notei que estava te perdendo.

— É, você estava — Olhei pro lado disfarçadamente

— Eu sei, os seus novos amiguinhos estavam fazendo de tudo para juntar vocês dois — Deu uma risada e sentou-se novamente ao meu lado — Pelo jeito a filha do Satoru terá que aceitar que eu peguei a minha garota de volta e que não há mais nada que nos fará separar.

— Não sei não — Dei um sorriso de lado — Se você vacilar, sempre tem um Nanami, Sukuna...

— Quem são esses? — Ele apertou minha cintura firme me fazendo soltar um gemido baixo e rir — S/n?

— Ninguém — Levei as mãos até meus lábios abafando a risada e sentindo o Kashimo me jogar no sofá e começar a me fazer cócegas.

— Experimente me provocar com um desses caras.

— O que você fará? — Arqueei a sobrancelha o desafiando.

Kashimo se calou por alguns segundos antes de se aproximar do meu ouvido e sussurrar as mais diversas perversidades que ele poderia ter dito e meu rosto automaticamente esquentar. Ao se afastar, ele me analisava com malícia enquanto eu estava boquiaberta, meu coração havia parado.

— Que safada, está imaginando tudo isso? — Ele soltou uma risada enquanto eu escondia meu rosto com o travesseiro — S/N! 

— VOCÊ QUEM COMEÇOU.

Sinto que não estou dando tanta atenção para essa história como ultimamente

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Sinto que não estou dando tanta atenção para essa história como ultimamente... Irei mudar essa situação a partir da próxima semana!

Bjbj

𝑇𝐻𝑈𝑁𝐷𝐸𝑅 - 𝐻𝑎𝑗𝑖𝑚𝑒 𝒦𝑎𝑠ℎ𝑖𝑚𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora