mãos trêmulas

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POV YEJI

Me vi em uma bela manhã em um quarto silencioso. Claramente não era o meu.

Roupas jogadas por todos os cantos e um peso sobre meu corpo. O peso do corpo de Ryujin.

Ela tinha sua face enterrada em meu pescoço enquanto suas mãos gentilmente acariciavam meus quadris, seu corpo nu praticamente no topo do meu.

Meu corpo não doía ou tremia, era a primeira vez que tinha sentido o toque de Ryujin ser gentil.
Foi uma noite cheia de amor, e não apenas de desejos incontroláveis.

-Ryujin... - Chamo pela morena bem baixinho, acariciando seus fios de cabelo e couro cabeludo.

A ouvi murmurar enquanto abria um de seus olhos devagar, levantando a cabeça e me olhando nos olhos. Um sorriso gentil lentamente aparecendo em seu rosto.

-Bom dia. - Eu sussurrei em um tom calmo, acariciando e arrumando o cabelo bagunçado da mesma.

-Eu te amo. - Ela murmura, me fazendo rir levemente enquanto recebo beijos calmos em minhas bochechas, ponta do nariz e lábios.

⏱️QUEBRA DE TEMPO⏱️

-Nós temos que contar tudo mesmo, Ryujin? - Digo em um tom manhoso. Estávamos eu, Ryujin, Lia, Yuna e Chaeryeong sentadas juntas em uma mesa de uma lanchonete local muito bonita.

-Se você não contar quem vai contar sou eu. - Ryujin diz em um tom meio desafiador, trazendo o canudo de seu milk shake de baunilha para os lábios.

-Chega de enrolação, caramba! Eu quero saber! - Lia diz em um tom impaciente, esperando uma resposta clara e objetiva.

-Tá, vamos lá... - Começo, respirando fundo enquanto me preparo pra perder toda a dignidade que me resta. - Na sua festa de despedida eu acabei bebendo demais pra esquecer que você ficaria longe por tanto tempo. Nisso, eu acabei esbarrando com a Ryujin e... - Paro minhas palavras para pensar antes de falar, não querendo me envergonhar.

-E a gente transou na sua cama. - Ryujin completa enquanto continua com o canudo entre os lábios, levando um pequeno empurrão meu.

-Como é que é? - Os olhos de Lia se esbugalharam, sua irritação era clara. Chaeryeong segurava a risada, tão surpresa quanto. Yuna, que já sabia, cobria a própria boca para tentar manter-se na linha.

-Já passou, garota. Deu sorte que eu não quebrei. - Ryujin diz em um tom tão impaciente quanto. Elas não são exatamente as duas melhores pessoas para ficarem juntas em um cômodo. Já que nenhuma têm um pingo de paciência.

-Tá... E depois? - Lia suspira alto, tentando se manter na linha, sabendo que tinha mais.

-Ai a gente tentou namorar, ficar, a gente tentou de tudo e ela fodia com meus planos toda vez. Ai ela não quis me assumir, eu fiz um barraco, ela foi lá em casa dizer que me ama e a gente transou até umas 5 da manhã. - Ryujin me interrompe antes que eu pudesse falar, meu rosto tão surpreso quanto de quem ouvia, porém dez vezes mais vermelho.

-Ok.... Eu vou fingir que não ouvi a última parte. - Lia murmura e olha para Yuna, esperando que a mesma quebrasse o gelo ou mudasse de assunto.

-Esqueci de contar pra vocês! - Yuna começa, falando sem parar a partir daí.

Parei de prestar atenção no minuto em que senti a mão de Ryujin segurar minha coxa com força, apertando sem piedade. Tudo isso enquanto olhava tranquilamente para Yuna, a ouvindo falar.

Encostei em sua mão levemente, como um aviso da minha ciência de seu toque. O que apenas a fez apertar mais e começar uma massagem leve.

⏱️QUEBRA DE TEMPO⏱️

POV AUTOR

Dias depois, Ryujin caminhava calmamente em direção a casa da ruiva em passos curtos. Ela apreciava a beleza da noite e da lua, mas especialmente do silêncio noturno.

Ryujin notou as luzes acesas, o que a tranquilizou, sabendo que a ruiva com certeza estaria acordada.

Contudo, através da cortina fina, notou sombras diferentes. Eram pessoas mais altas, de grande estrutura. O que não combinava nem um pouco com os Hwang, que apesar de altos, eram todos muito magros.

Notou também um carro preto estacionado. Não era de Hyunjin e nem dos pais de Yeji. Mas quem sabe fosse novo?

Ela ignorou as observações e continuou andando, suas mãos em seus bolsos enquanto olhava calmamente o resto da rua.

Quando chegou ao destino, bateu gentilmente na porta mas não obteve resposta. Ouviu passos largos e firmes, julgou ser Hyunjin.

Quando a porta abriu-se, a garota rapidamente foi apanhada por um homem alto, de grande porte e pele bronzeada. Seu braço malhado ao redor da garota enquanto apontava uma arma em sua cabeça e sussurrava para que ela ficasse quieta e estável.

Só aí, Ryujin percebeu que tratava-se de um assalto à mão armada. 

"Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa."

Todos estavam deitados no chão com as mãos na cabeça na sala de estar. Quando Yeji reconheceu o rosto de Ryujin, tentou gritar mas foi calada por seu irmão Hyunjin.

Ryujin, calmamente, andou até a sala de estar - tentando seu melhor esquecer que estava com uma arma apontada em sua cabeça - e deitou-se no chão com os outros. Abaixando a cabeça e colocando as mãos na parte de trás.

Quando não estava mais na vista dos três homens, agarrou a mão de Yeji com força. A ruiva segurava o choro e tinha as bochechas rosadas em nervosismo.

Olhou para cima, avistando os três homens.

Eles eram todos muito altos e fortes.
Todos usavam máscaras e roupas bem escuras.
Dois seguravam armas maiores, cuidando dos reféns enquanto o terceiro vasculhava por toda a residência.

Uma vez que saíram, todos esperaram um tempo até que se levantassem. Yeji rapidamente procurou por sua namorada, a apertando forte suficiente para mostrar o tamanho de seu medo. Suas mãos trêmulas enquanto ela enterrava o rosto no pescoço da garota.

-O que aconteceu aqui? - Ryujin pergunta preocupada, abraçando a ruiva enquanto olhava para os pais da mesma.

-O que você tá fazendo aqui, Ryujin? Tá super tarde! Por que justo agora? Você poderia ter se machucado! - A mãe de Yeji diz em um tom preocupado, agarrada ao filho enquanto o pai de Yeji checa se já foram embora e rapidamente aciona a polícia.

-Relaxa, senhora Hwang, eu to legal. Quero saber de vocês. Eles machucaram alguém? - Ryujin pergunta em um tom preocupado, apertando a namorada em uma tentativa falha de reconforta-la.

-Não, não machucaram. Subam, por favor, nós cuidaremos disso. - A mãe de Yeji lentamente se levanta e guia os três adolescentes para cima, ordenando que ficassem lá.

Os três obedecem, todos ficando no quarto - agora revirado e bagunçado - de Yeji. Hyunjin sentado na cadeira enquanto Yeji permanecia na cama no colo de Ryujin, implorando por conforto.

-Ei, meu bem... Se acalma, tá bom? Eles já foram embora, eles não vão voltar. Uhum? - Ryujin sussurrou no ouvido da namorada, gentilmente acariciando seu cabelo e massageando suas costas. Yeji murmura em confirmação, mas continua de olhos fechados e respiração instável. - Posso perguntar o que aconteceu? - Ryujin diz em um tom calmo para o mais velho de olhos rasgados.

-Estávamos jantando e eles entraram, mas não sabemos exatamente como. Fomos pegos de surpresa. - Hyunjin responde em um tom ansioso, como se estivesse tentando lembrar do ocorrido.

Ninguém entendia o que havia deixado Yeji tão chocada e desesperada. Claro que é uma situação complicada, mas suas mãos tremiam... fora do normal.

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E aí, pessoal? Teorias?

Precisava de um caos né, mais um!

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Desculpa pela demora do tempo de postagem vius?

AÇÚCAR COM PIMENTA - ryeji Onde histórias criam vida. Descubra agora