Fill the void - jikook

Seis | A porta de entrada

Músicas sugeridas para este capítulo:

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Bring me to lie - Evanescence
Needed me - Rihanna

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Yoongi pendeu a cabeça para o lado, observando a forma como Taehyung servia os poucos clientes. Ele não sabia como as coisas haviam começado, só sabia que aquele garoto significava algo para Hoseok.

O cheiro de croissants invadia seu olfato, a boca salivou em instantes, no entanto, seus olhos estavam fixados nas costas do garoto, ele virou todo o café e o chamou com um gesto sutil demais para um homem como ele.

Yoongi sente o cheiro fraco do perfume sobrepondo o cheiro amanteigado do pão, é tão quente que ele sente o sangue fervilhando em suas veias.

Taehyung está olhando para baixo, com as mãos unidas na frente do avental e aquilo, de certa maneira, destravou um tic que Yoongi não fazia a um tempo.

– Quanto custa? – arqueou uma sobrancelha e passou a língua na linha dos dentes.

– Não cobramos pelo café, senhor. – Taehyung ergue o rosto, encontrando os olhos felinos por um centésimo de segundos, segundos esses que parecem uma eternidade para ele,  fazendo tudo ao redor desaparecer.

– Não falo sobre o café, garoto. – o tocou com a ponta dos dedos – Aqui, segure isso. – entregou um guardanapo com algo escrito – Esteja nesse lugar às 21 horas.

– M-mas...

– E garoto, não se atrase. – avisou – Ele odeia atrasos.

– Ele? Ele quem?

– Meu marido.

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Seokjin prendeu a respiração enquanto olhava para baixo, o corpo tremia e o choro molhava o rosto com o peso da culpa. A culpa por não ser como os pais queriam.

Soltou o ar devagar dos pulmões, chiando baixo quando a mão daquele homem grande o puxava para longe da morte certa.

O homem de semblante sério, olhos marcantes e lábios cheios carregava uma voz tão densa quanto o olhar. Seokjin lembrava de como o viu semimorto, com uma palidez que não fazia jus aquela melanina esbanjada.

– Você tá vivo!

– E você existe. Quase acreditei que era fruto da minha imaginação. – parou diante a televisão, quando voltou o olhar, Seokjin sentiu as pernas amolecerem – Como veio parar aqui?

– Meus pais...

– Que pais de merda, heim... – Namjoon sorriu – Como você se chama, anjo?

– Jin... Seokjin. – sussurrou, sem desviar o olhar e tentou sorrir, mas os olhos carregavam lágrimas pesadas demais e o cansaço não permitia que ficasse em pé.

Então diante de um deus, um anjo caiu.

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Hoseok tem uma mira impecável já que ainda mantém todos os costumes de quando serviu ao exército como fuzileiro por cinco anos. O ex-atirador de elite nunca errou um alvo, não importasse a distância, Hoseok nunca falhou.

Foi assim que ele conseguiu o primeiro comando dentro da Gaküen, depois o posto de primeiro líder.

Até a culpa da morte do irmão mais novo cair sobre ele.

A partir daquele dia as coisas mudaram.

Depois daquela maldita explosão, ele mal conseguia enxergar direito e o luto se tornou um hóspede inconveniente em sua mente. Foi quando Yoongi surgiu em vida, talvez ainda mais denso que aquele nevoeiro que avançava pelo toda sua mente.