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Jungwon

Não pensei que estaria na casa de um garoto que conheci há dias, deitado no sofá dele esperando apenas que me beije.
Sendo efeito da bebida ou não, estou o desejando desde o momento que o vi na festa.
Diferente de mais cedo, sua respiração é mais tranquila, e seu toque bem melhor do que eu imaginava. Tirando as mãos da minha cintura, ele acaba com o espaço que havia entre nós e se apoia em mim.
Percebo-o engulindo em seco, antes de acariciar meu rosto e me olhar.

— Não vai se arrepender? - ele ergue a sobrancelha.
— Não mesmo.

Apoio a mão em sua nuca e sorrio. Cada detalhe do seu rosto é encantador. Encaro seu cordão, que está pendurado na direção do meu peito.

— Fica bem em você.

Jay não parece ter ouvido isso, está com o olhar fixo em mim. Ele me beija com calma, fazendo com que eu sinta sua mão passando pelas minhas costas.
Me abraçando, ele me levanta, movimentando meu corpo até que eu fique no seu colo. Passo as pernas pelo seu tronco, enquanto sinto seus dedos tirarem meu cabelo da testa.
Ele fica de pé, e me dando o apoio necessário com o braço, anda até uma porta que imagino ser a do seu quarto.
Me colocando na cama, ele se apoia com o joelho e tira a camisa. Não consigo disfarçar meu olhar para os seus ombros.
Junto nossos lábios novamente, e me puxando para cima, ele tira a blusa que estou usando por cima da regata.
Passo a mão pela suas costas, indo até o pescoço, onde defino sua mandíbula com a ponta do dedo. Não consigo pensar em mais nada.

[...]

Acordo com uma dor de cabeça horrível. Não estou acostumado a beber. Muito menos fazer uma mistura de bebidas.
Sinto um peso na minha barriga, e vejo o braço de Jay. Me assusto e viro para olhar melhor. Ele está sem camisa, com a coberta apenas até o quadril.
Olho para mim e também estou sem blusa. Por extinto, levanto o lençol e fico aliviado ao ver que ainda estou com o resto da roupa.
Levo minha mão até a nuca, que está rígida. Começo a lembrar de coisas soltas sobre ontem, e só consigo pensar na pergunta dele. Não me arrependi, mas não vai acontecer de novo.
Levanto e pego minha blusa que está jogada na cadeira junto com a dele. Confiro o relógio e são seis da manhã. Me visto e fecho a porta tentando não fazer barulho.
Procuro meu tênis e calço saindo da casa. Nem sei o endereço para pegar pelo menos um uber, então forço minha mente para lembrar o caminho que fizemos da faculdade até aqui.
Virando a esquina, esbarro com alguém e me desculpo. Acho que já o vi em algum lugar. Ele está indo em direção a casa de Jay.
Sigo em frente e consigo chegar no condomínio. Agradeço por hoje não ter aula.
Tomo um banho e procuro o remédio. Pego meu celular e vejo algumas mensagens de Sunoo. A última vez que o vi, ele estava sendo beijado por algum menino que não reconheci.

- Sunoo

Aonde você se meteu?
Se você não aparecer vou ter que
denunciar desaparecimento.
Responde.
Tenho coisa pra te contar viu?
Das boas.

Já imagino o que seja. Respondo avisando que estou vivo e me jogo na cama. Verifico a hora novamente e posso dormir sem preocupação.
Fico pensando sobre Jay. Ele já é conhecido por ser pegador, então significa que vamos só agir como se nada tivesse acontecido. Me convenço sobre isso e reviro na cama até cair no sono.

[...]

Mesmo dois dias depois da festa, algumas pessoas ainda parecem estar de ressaca. A olheira é evidente.
Recebi uma mensagem de Jay ontem, perguntando se estava tudo bem, mas não respondi. Não me preocupo tanto, já que não tem motivo para nos falarmos.
Encontro Sunoo parado, olhando para o sol.

— Fazendo fotossíntese?
— Recarregando energias! Passei o final de semana igual uma caveira. - ele me olha como se lembrasse de algo. — E você até agora não falou porquê sumiu.
— Nada em específico. Estava cansado.
— Achei que tinha ficado com alguém, mas lembrei que você é muito fofinho pra isso.

Começo a tossir e ele me olha confuso. Disfarço puxando-o pelo braço e levando até a sala. Nunca torci tanto para que uma aula começasse. Mas para minha sorte, Sunoo muda de assunto e começa a contar sobre suas experiências.

— Calma, você 'tá falando que o menino era aquele que te dou o próprio número? - ele acente.
— Niki. Ele beija tão bem. - reviro os olhos enquanto ele sorri. - Conversamos nesse final de semana.
— Vão manter contato?
— Acho que sim. - inclino a cabeça e levanto a sobrancelha. Rimos e ele me empurra.

Passamos a primeira aula apenas anotando o que o professor explicava. Ao sinal para a segunda aula, fomos surpreendidos com um novo aluno do curso.

— Esse é o Nicholas. - ele sorri e procura um lugar para sentar.

Estou com a cabeça apoiada nos braços, quase cochilando, quando vejo que Sunoo sumiu. Olho para trás e ele está sentado com o garoto do número. Não acredito que em dois dias ele me trocou por ficante.
Mando mensagem para tirar satisfação e recebo um emoji piscando.
Entendo seus pensamentos quando o novo calouro me olha e pergunta de uma forma discreta se pode se sentar. Respondo positivamente e nos apresentamos. Fito Sunoo e ele está sorrindo, como se seu plano tivesse sido um sucesso.

Sou o cara pra você | JaywonOnde histórias criam vida. Descubra agora