Capítulo Cinco: Turn your back on Mother Nature

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A casa dos Black tinha muitos segredos.

Harry encontrou cômodos escondidos nas paredes que ele teve que limpar pessoalmente, afinal, o serviço de limpeza não os detectou; achou mais artefatos das trevas do que poderia contar e honestamente ele mantinha um quarto apenas para guardar essas tralhas; diários, cartas e bilhetes de diversos membros da família (era até legal se divertir com fofoca geracional), além de seus itens pessoais, claro, como jóias, roupas e artigos mágicos.

Normalmente, bruxos eram enterrados com suas varinhas, mas os Black mantinham varinhas que eram passadas de pai para filho assim como diversas outras famílias puro sangue, Harry até mesmo experimentou algumas, mas não chegavam nem aos pés do conforto que sua própria fornece - as varinhas Black eram temperamentais e não se dobravam fácil aos desejos do seu portador, assumiu que só algum filho legítimo da linhagem conseguiria controlar uma dessas.

Era apenas ele e Kreacher naquela casa enorme, a comida era normal, as vezes ele escutava Walburga gritar, a biblioteca tinha mais livros do que ele poderia ler em toda a sua vida, dinheiro não era um problema e tinha mais do que o suficiente para viver bem, principalmente com a fortuna dos Black adicionada ao seu nome.

Ele não estava se esquecendo de algo?

Ah, sim, Draco.

Prometeu que o visitaria nas férias de verão... honestamente, Harry não estava disposto a sair do seu pequeno paraíso que era a casa de uma família decadente, mas uma promessa é uma promessa, afinal. Será que deveria fingir uma doença? Uma viagem urgente para fora do país?

Bem, isso o levava a outra questão fundamental - Harry não tinha uma coruja. Eu sei, eu sei, chocante, né? Ele tinha as de Hogwarts a sua disposição quando estava lá, mas agora eram férias de verão e viajar para o beco diagonal toda vez que precisasse enviar uma carta parecia trabalho demais. Porém, Harry também não apreciava muito a ideia de um bichinho de estimação (Kreacher contava como um? Um bem velho e bem rabugento), porque bruxos não inventaram uma forma mágica de transmitir mensagens? Algo como os trouxas e seus telefones.

Quando precisava de notícias do andamento dos seus processos, parecia que seus advogados adivinhavam e mandavam alguns dias depois uma carta informando do progresso feito. Portanto, apenas esperou que Draco lhe mandasse uma coruja e foi isso que aconteceu. Ele pareceu chocado até mesmo por correspondência quando Harry lhe disse que ele não tinha uma coruja nem pretendia ter, mas, voltando ao foco, eles finalmente combinaram uma data. Passaria pelo seu aniversário... já conseguia prever que Draco planejava algo com isso, mas se fingiu de desentendido quando pegou suas malas e passou pela lareira.

Tossiu como um cachorro velho quando colocou os pés na sala de estar dos Malfoys, trombando com alguém e tendo suas malas retiradas de suas mãos.

— "Você está parecendo que acabou de sair de uma mina de carvão." — Draco o segurou pelos ombros e sorriu para ele, Harry fez cara feia, seu cabelo que deu trabalho para arrumar provavelmente estava sujo agora e, por todos os deuses, ele tinha lavado aquela manhã.

— "Bom dia para você também, Malfoy." — Bufou, batendo suas roupas e tirando um lenço para limpar seu rosto. Maldito Kreacher que nunca limpava a lareira quando ele mandava.

— "Vamos, foi só uma piada e já voltamos aos sobrenomes?" — Draco bagunçou seu cabelo e Harry cogitou assassinato, mas teve que lembrar a si mesmo que ele gostava de Draco, lá no fundo.

Ca-ham.

Harry saiu do seu mundinho com Draco e se virou para notar Lucius e Narcisa em um canto. Endireitou a postura e tentou parecer apresentável.

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