Capítulo Um: There's no coming back now

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Um homem alto, magricela, vestido como um maldito morcego, de cabelo oleoso e nariz adunco encarava Harry como se ele não passasse de sujeira sob seus pés. Harry honestamente não entendia de onde vinha tanta confiança de um homem que parecia que não lavava seu cabelo faz no mínimo uma década, ele também tinha um odor muito estranho. 

— “Meu nome é Severus Snape, eu sou o guarda-caça da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a instituição que você parece ignorar veementemente.” — Harry arqueou as sobrancelhas. Ok, esse louco não usava o uniforme, será que pegou alguns trapos para vestir?

— “Então você é o merdinha que está pregando peças comigo? Ótimo, quero que você pare com isso, agora, se não quiser aprender uma lição.” — Harry despejou sua vontade em cada palavra e o tal de Severus franziu o cenho, parecendo ligeiramente intrigado. 

Ele não esperava receber um ataque mental tão forte de um menino que nem sabia manusear uma varinha. 

— “Hogwarts é real.” — Harry revirou os olhos ao ver que não funcionou, pensando qual era o problema desse cara. Será que ele já era tão maluco que não era vulnerável a tal condicionamento?

— “Então prove.” — Cruzou os braços, empinando o nariz, ao passo que Severus torceu o seu. Ele já era feio, não deveria ficar fazendo careta e deixar sua situação pior, na opinião de Harry. 

— “Tch.” — Ele tirou um graveto das mangas de sua roupa de morcego e balançou na direção da pilha de cartas, fazendo que elas levitassem e voassem ao redor de Harry. Ok, ele ficou um pouco impressionado. — “Como o senhor parece se achar bom demais para responder nossas cartas, eu estou aqui para buscá-lo pessoalmente e levá-lo para comprar seu material.”

Harry ficou chocado demais para responder por um momento. 

Primeiro, a magia era real. 

Segundo, ele estava sendo oficialmente retirado do hospício por um desconhecido. Que importa se é um sequestro? Bem, não seria um se ele fosse de livre e espontânea vontade. 

Terceiro, ele teria mais uma virada de cento e oitenta graus em sua vidinha. 

O que era a vida sem um pouco de emoção? 

Sentou na sua cama após as cartas se acalmarem, com um brilho quase infantil em seus olhos. 

— “Conte-me mais, senhor Snape.” — Estava esperando ansiosamente. Ah, Severus não sabia o que lhe esperava. 

… A cabeça de Harry doía tentando absorver tanta informação. Primeiro, seus pais eram bruxos, ele era bruxo, e estava sendo atualizado de uma bagunça política de no mínimo uns 20 anos. Harry não gostou dessa parte, ele preferia a dos truquezinhos mágicos e os bichinhos também mágicos.

Como poderia existir um mundo tão complexo assim bem debaixo do seu nariz?

Ele também gostou da parte que era uma espécie de herói aclamado sem ter feito praticamente nada por isso. 

— “Satisfeito? Podemos ir agora?” — Para onde? O beco diagonal, é claro! Harry sabia o que ele era agora, uma espécie de feirinha mágica. Snape lhe explicou o básico do teletransporte (ele chamava de aparatação, mas Harry estava pouco se fodendo, teletransporte era muito melhor) e, por Deus, ele nunca se sentiu tão enjoado em sua vida. 

Quase vomitou nos pés de Snape quando reapareçam num beco de Londres. 

— “Ainda vivo, Potter?” — Harry odiava ser alvo de zombaria e rapidamente se recompôs, mas ele ainda estava com o estômago revirando e suando frio, tentando ao máximo manter seus órgãos dentro do seu corpo. Como se fosse um animal patético, até mesmo se engasgou com a saliva e, de novo, quase vomitou. 

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