Capítulo Dois: Even while you sleep, parte 1

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Hogwarts foi uma visão de tirar o fôlego.

No mesmo barco que Draco, sendo guiados pelo lago negro por Severus, eram Crabbe e Goyle quem faziam o trabalho pesado de remar, deixando que os outros dois aproveitassem a vista. Infelizmente, Draco não deixaria que aproveitasse o momento em paz, fazendo perguntas e mais perguntas sobre a vida do menino-que-sobreviveu.

Será que deveria estragar a diversão dele e dizer que era clinicamente insano logo?

Nah.

Harry se sentiu muito feliz em espalhar mentiras profusamente, assistindo os neurônios de Draco fritando enquanto tentava acompanhar.

Conhecia pouco de toda aquela história de casas e as rivalidades entre elas, mas aparentemente todo bom sonserino odeia todos os grifinórios, o inverso também é válido. Draco continuava falando que, ele sendo um Malfoy e Harry sendo o menino-que-sobreviveu, iriam dominar a sonserina em questão de uma semana no máximo.

Queria perguntar qual o lance das casas para ele, mas, honestamente, Draco já falava bastante sem incentivo algum.

Mesmo assim, de alguma forma, Harry até gostava de ouvi-lo e queria fazer parte do seu mundo, mesmo que por um instante. Havia muitas coisas que ele não entendia ainda e Draco até que não era tão ruim como uma companhia.

Alguém caiu no lago, Harry não poderia se importar menos com a comoção enquanto ouvia Draco falar sobre as famílias puro sangue — era mais informação do que tinha no livro que leu.

Como primeiranistas, eles ficaram em uma fila indiana numa sala adjacente ao salão principal, depois, entraram, ficando de frente a um banquinho com um chapéu em cima próximo a mesa dos professores. Imagine a surpresa de Harry quando surgiu um rasgo no chapéu e, além de falar, ele começou a cantar? Draco estava tão impressionado quanto ele, então provavelmente também não sabia disso.

O chapéu seletor.

O céu estrelado sobre sua cabeça o trazia paz…

Draco foi para a sonserina, sem surpresa. Assim como todo seu grupinho.

Harry pensava onde iria se encaixar. Ele não atendia nenhuma qualidade das casas de Hogwarts, pelo o que ouviu na canção do chapéu. Ele não era nobre e corajoso, nem justo e leal, muito menos um homem sábio (novamente, clinicamente insano), ou ainda, ambicioso. Harry não tinha ambições, ele apenas queria viver sua vida em paz, tranquilo, sem muitos altos e baixos.

Era a sua vez de subir no banquinho.

Esse chapéu realmente iria ler seus pensamentos?

“É claro que não, não há magia no mundo capaz disso, certo? Vamos, não fique surpreso, como eu seria capaz de lhe classificar sem dar uma olhadinha na sua cabeça? Você realmente esteve metido em coisas bem sérias, Harry. Clinicamente insano, é? Acho que sei o que fazer com você.”

E foi assim que Harry acabou seguindo um monitor para um dormitório próximo às cozinhas.

A ficha que ele estava fora do manicômio e em uma escola mágica apenas caiu quando encostou sua cabeça no travesseiro e ficou no meio daquelas cobertas quentinhas. Seu mundo virou de cabeça para baixo e ele teria que se adaptar, novamente, a uma nova realidade. Não iria dizer que se arrependia, talvez um pouco, mas era bom estar livre. Só… não lidava bem com coisas desconhecidas.

Magia era uma dessas coisas.

Porra, ele literalmente tem um graveto mágico capaz de fazer coisas que desafiam a ordem natural das coisas. Às vezes se beliscava para ter certeza que não era um sonho, mas ainda existia a possibilidade de estar maluco de vez e vivendo em uma alucinação extremamente realista. Bem, sonho ou não, alucinação ou não, ao menos ele estava bem.

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