capítulo 5

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As palavras doíam, ele era realmente coxo o que o deixava triste, não conseguia nem correr pela sua própria vida

Um sentimento de desistência veio do fundo de sua alma, por que ele estava lutando tanto, ninguém se importava realmente com ele, agora mesmo um colega de sua própria tribo o entregou.

Em um passo em falso ele caiu, suas pernas se embolaram fazendo ele cair no chão, por estar perto de uma inclinação seu corpo rolou até bater contra uma árvore, sua cabeça estava meio tonta pela queda, mas Milo estava de bruços no chão, sua mente ficou em branco por um momento e ele levantou a cabeça olhando para a neve caindo, ele estendeu um pouco a mão, um pequeno floco de neve caiu em sua mão, estava nevando. A visão da neve e das árvores meio mortas era de certa forma aconchegante para si, como se estivesse em casa.

O homem lobo veio xingando por onde Milo caiu tentando não escorregar, ele pegou a espada na bainha de sua espada pronto para esfaquear o garoto no chão, mas vendo sua cauda e orelhas brancas de raposa ele se sentiu sortudo e gritou para seus amigos que vinham atrás dele atrasados.

Os outros amarraram o garoto alce para que não fugisse e vieram ajuda

O grande homem se abaixou e puxou o colarinho da roupa de Milo " Olha e realmente uma raposa branca, se vendermos ela vai valer muito mais do que aquele alce, muito carnívoros gostam de brincar com esses pequeninos "

Milo não gostou da ideia, ele estava dispoosto a morrer, mas não a ser humilhado pelo resto da vida, seu pescoço estava se sentindo sufocado o fazendo se contorcer a procura de ar, vendo que a outra parte não iria soltar, seus olhos seguiram até seu machado velho, sim essa arma seria útil, assim com uma coragem avassaladora ele pegou o machado jogado e virou o corpo, fazendo que o homem lobo perdesse um pouco do equilíbrio.

Usando toda a sua força ele usou a lâmina do seu machado para acertar o rosto do homem mal, deixando um corte da testa ao queixo, claro não era tão profundo mas ainda saía muito sangue, fazendo o outro dar um uivo de dor, nesse momento soltando o garoto

Aporveitando essa oportunidade Milo correu como se não houvesse amanhã, ele não se importava mais se suas pernas o atrasavam um pouco, sua força de vontade de viver foi acionada

Os companheiros do lobo desceram desesperados para ir até seu amigo que gritava de dor no chão, não correndo atrás do garoto imediatamente a grande hiena gritou desesperado " Amigo ! Você está bem ? Ainda consegue enxergar ?"

O lobo parecia infeliz e usava uma mão pra cobrir seu corte "achem a raposa ! Eu estou bem, eu vou acabar com aquele garoto antes de o vender pra algum homem nojento "

Ouvindo isso os dois amigos foram correr atrás de Milo sem se preocupar mais, claro apesar do garoto se esforçar ele ainda foi pego, o homem hiena correu até ele o acertando com a bainha de sua espada nas pernas o fazendo cair no chão, os dois o pressionaram contra o chão, ainda assim Milo se debatia gritando, ele não pediu socorro, por que tinha medo que se fizesse isso alguém reconheceria sua voz é ninguém viria o ajudar o fazendo só poder grunhir de raiva

A hiena olhou para o seu companheiro " Vá buscar uma corda, amarre as mãos e os pés, coloque também algo em sua boca pra ficar quieto"

Ouvindo isso a outra besta fera foi atrás de uma corda, a hiena olhou para a raposa branca com um pouco de desejo, hienas comiam qualquer coisa que elas conseguissem pegar, e essa pele e branca era uma delícia, só de imaginar o gosto, o deixava elétrico, mas era uma pena que necessitavam de dinheiro e ele não era rico o suficiente pra pagar por isso.

Não muito longe o olfato de Tundra sentiu um cheiro estranho de visitantes indesejados, ele era uma fera territorialista e realmente não gostava de outros seres em seu local de descanso, o fazia se sentir inseguro.

Ele estava em sua caverna, aproveitando sua refeição quente, na verdade era mais uma sopa de peixe que ele conseguiu fazer, ele realmente não tinha muitas habilidades apenas jogar o peixe dentro da água, junto com algumas coisas que ele conseguiu desenterrar da neve, talvez era algum vegetal selvagem

Como sua refeição foi interrompido o grande homem se levantou e pegou um machado, ele o havia feito com uma pedra afiada, era um pouco rústico, mas muito eficiente, colocou uma enorme pele de animal sobre seu corpo e saiu pela neve atrás do sangue de inimigos

Quando estava a poucos quilômetros de distância ele conseguia captar os ruidos de fuga desesperada, junto com as vozes perdidas, estavam vindo em sua direção, então ele apenas se escondeu um pouco vendo toda a luta de Milo com seus perseguidores. Tundra realmente não sentia muito por isso, o mundo era dos mais fortes, se não tivessem invadido seu território isso realmente não teria nada haver com ele, mas olhando para os olhos desesperados do garoto ele franziu um pouco a testa e dúvida, ele o deixaria vivo.

Decidindo o que faria ele saiu de trás da árvores, ele não tinha a intenção de chegar de fininho ou nada do tipo, Tundra olhou para a fera hiena e sentiu nojo, essa criatura fedia e ó desagrada.

O homem hiena ao perceber a outra imagem não se sentiu com coragem de questionar o outro, aquele homem fera era gigante, sua aparência era aterrorizante, seu rosto era deformado seus cabelos eram preto e branco longos, e bagunçados, fazendo parecer uma juba. Com medo, ele deu alguns passos para trás e abaixou a cabeça em submissão, continuando com os joelhos sem a intenção de levantar, estando em completa desvantagem ele só poderia deixar sua pressa para trás, na esperança de que aquela fera o esquecesse e o deixasse ir

Tundra não pareceu levar o comportamento a sério e vendo que o homem abaixou a cabeça ele foi em sua direção, o chutou fortemente, fazendo sua vitima ficar deitada no chão tossindo, ele levantou sua mão com o machado e o desceu com muita velocidade acertando a cabeça da vítima, sangue foi espirrado para todos os lados, até alguns pedaços de cérebro se espalharam, não houve cerimônia, nem nenhum tipo de hesitação, apenas a pura morte, sangue foi espalhado por toda a neve e ele finalmente se virou para o garoto raposa.

Milo tinha se levantado quando foi solto, mas suas pernas estavam fracas pra fugir, ao ver toda a cena suas orelhas se abaixaram com medo, por estar perto do homem hiena, muitos respingos de sangue acertaram seu rosto e cabelo, fazendo sua pele branca ter um pouco de cor. Ele ficou petrificado, um pouco de sangue caiu em seus olhos o fazendo enxergar o seu "salvador" em um cenário vermelho, ele fez um pouco de xixi na roupa, ele não estava com tanto medo antes, mas agora seu corpo estava tremendo, uma pena, não lhe restou nem um pouco de dignidade.

Tundra não deu muita atenção a situação do jovem, ele tinha ouvido os outros companheiros dessa hiena chegando, ele aproveitou para pegar as armas do corpo do defunto.

Quando os dois viram a situação pegaram suas espadas imediatamente e começaram a cercar Tundra, na esperança de vencer por número, o homem lobo estava meio cego de um olho mas ainda assim investiu primeiro, ele tinha uma espada longa, seu outro amigo tentou correr por trás, ele usava uma adaga

Tundra não  gostava de desviar então escolheu o alvo mais difícil de lidar, vendo o lobo mexer a espada tentando acertar um golpe alto, ele usou toda sua força para se esquivar da grande lamina e acertar o cotovelo do homem se virar ao lado contrário, o fazendo gritar de dor. O seu companheiro tentou acertar a grande fera com sua adaga e um golpe em seu estômago, mas sua lâmina foi repelida pelo couro da pele da criatura que Tundra usava o fazendo cair no chão pela inércia.

Seguindo isso Tundra não teve mais trabalho com os dois, ele apenas seguiu o princípio de pisar nos corpos até que eles não se levantassem mais da terra, os homens viraram manchas de sangue distorcidas na neve. Isso fez o homem ficar desgostoso esses eram os únicos sapatos que ele tinha

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