Capítulo 15

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Olivia acordou na manhã seguinte encharcada de suor. Tinha acabado de ter um sonho erótico com Sabrina. Ao abrir os olhos, com o coração ainda acelerado, soube que precisava retomar o controle. Precisava aproveitar a despedida de solteira como qualquer noiva faria. Precisava focar nas amigas e na família que celebravam seu casamento e não só na madrinha de mentira. Sua madrinha sexy pra caramba, mas de mentira. Era fácil, não era?

Enfiou os dedos na calça e fechou os olhos ao encontrar umidade ali. Ela se concentrou no sonho que teve. Sabrina estava vestindo um biquíni vermelho que deixava pouco para a imaginação. Seu corpo esguio estava reclinado em uma das cadeiras enquanto tomava sol. Olivia se aproximou, subiu em cima dela e deslizou um dedo para dentro da parte debaixo do biquíni, quase como estava fazendo consigo mesma no momento. Sabrina também estava molhada. Ninguém havia dito nada. Sabrina simplesmente abriu um pouco mais as pernas, dando espaço para Olivia penetrá-la.

"Pare com isso!" Abriu os olhos, tirou os dedos dali e os limpou na coxa. Soltou um suspiro estrangulado e então pulou da cama, andou até as janelas e abriu as cortinas. O dia em Cannes estava radiante. Mas enquanto estava ali de pé, não conseguia afastar a imagem de Sabrina no biquíni vermelho. Tudo parecia muito real: sua pele e a sensação de tocá-la. Ela tinha o cheiro da luz do sol. Fechou os olhos conforme o batimento cardíaco desacelerava. Seu clitóris se contraiu, mas ela ignorou. Precisava voltar a ser uma noiva normal. Seja lá o que isso significasse.

Hoje fariam um passeio de iate. Uma tarde no barco com música, diversão e bebidas inclusas. Deveria se controlar no bar, isso já sabia. Ainda bem que a sua cabeça estava no lugar e que ela não passou dos limites na noite anterior. Só o suficiente para falar uma estupidez para Sabrina. Balançou a cabeça enquanto se lembrava de que contou que já havia transado com uma mulher. Que disse para ela que talvez devesse estar com uma mulher. Puta merda. Precisava se comportar hoje. Focar no que estava ali e no que precisava fazer.

Olhou para a área da piscina abaixo da varanda. Não conseguia ouvir mais ninguém. Checou o relógio. Ainda eram sete e quinze da manhã. Será que nadar logo de manhã ajudaria a aliviar a tensão sexual e o excesso de energia que estava sentindo? Era melhor do que ficar surtando no quarto. Foi até a mala e pegou o biquíni preto. Aquele que não chamava nenhuma atenção. Deixou o mais sexy para o iate, onde teria mais público.

Foi até a cozinha, com o piso branco polido cheio de fios de cabelo comprido. Era isso que acontecia quando tinha mulheres demais em uma casa. Foi até a geladeira e pegou uma garrafa de água, bebendo um pouco como fazia toda manhã. Ela amava esse horário, quando o dia ainda estava começando. Ainda haveria dramas por causa de cabelo, maquiagem, roupa e itinerário. Mas por enquanto, o dia continuava calmo. Deixou a garrafa de água de lado, passou pelo solário e abriu as portas de vidro enormes do terraço. A vista era magnífica. Os terraços e piscinas desciam pelo até o mar. A luz fraca do sol brilhava na superfície da água.

"Bom dia, Cannes." Não conseguiu evitar abrir um sorriso, esticando os braços e despertando os músculos. Durante um momento perfeito, se esqueceu de todas as suas dúvidas. Só havia ela, a luz do sol e a vista. Inclinou a cabeça para trás e sacudiu o cabelo escuro. Foi até a beira da piscina, sentindo o concreto quente debaixo dos pés. Era a coisa que mais amava em estar fora do Reino Unido. O calor a fazia feliz. A superfície da piscina ondulou quando colocou o pé para testar a temperatura e se afastou. Estava mais frio do que ela pensava. Ainda assim, devia mergulhar e encarar o desafio. Um pouco como deveria fazer no final de semana. Decidir ser a noiva que queria. Segura de si. Assentiu. Era exatamente isso que faria. Começando agora, ao pular na piscina.

O choque da água gelada acordou seu corpo e quase não conteve um grito. Ela conseguiu. Quando voltou à superfície, estremeceu um pouco. Respirou fundo algumas vezes, se esticou e começou a nadar. Tinha tomado a decisão certa. A água era límpida e conforme forçava os músculos, as preocupações também começaram a se esvair. Olivia atravessou a piscina dez vezes, amando a luz do sol da manhã no rosto. Ela esticou a mão e se apoiou na beirada da piscina, deslizando os dedos pelos azulejos azuis.

Será que ela e Marcus voltariam para essa casa depois que se casassem? O noivo disse que um amigo da família havia emprestado o lugar. A ideia de voltar a encheu de calma e felicidade. Eles podiam fazer ioga para casais, como ele queria. Olhou para cima e viu o céu sem nenhuma nuvem. Ela e Marcus seriam assim: sem nuvens.

Alguém limpou a garganta perto dali, e Olivia se virou para olhar. Ela semicerrou os olhos. E quase desmaiou. Porque ali, na beira da piscina, usando um biquíni vermelho que deixava pouco para a imaginação, estava Sabrina. Exatamente como em seu sonho. De nada adiantou vir nadar para não pensar mais naquilo. Seus sonhos estavam se tornando realidade. Do pior e do melhor jeito possível.

— Você faz um bom movimento com as mãos. — Sabrina caminhou até onde Olivia estava. 

Movimento com as mãos? Sério? 

Sabrina não fazia ideia.

— Obrigada. Não sabia que tinha público. 

— Grandes mentes pensam da mesma forma. Achei que poderia descer para despertar antes de termos público. Como está a água? — Ela colocou o pé e depois recuou. Encolheu os ombros, fazendo careta. — Argh. Mais fria do que eu pensava.

Olivia respirou fundo e recuperou a compostura. Conseguiria fazer isso. 

— Só no começo, mas fica ótima depois que você entra. Se joga. A água realmente ajuda a acordar.

Sabrina ergueu uma sobrancelha que claramente dizia que não acreditava em Olivia. Ela tentou não encarar a barriga bronzeada de Sabrina. Exatamente como em seu sonho. De jeito nenhum. Uma futura noiva não deveria fazer isso.

Sabrina entrou, acompanhando a escada de metal ao lado da piscina, soltou um gritinho ao mergulhar e depois nadou até Olivia. Mergulhou de novo e então voltou para a superfície, afastando os cabelos loiros do rosto. Tirou a água dos olhos antes de abrir um sorriso enorme para Olivia. Esqueça tudo que Olivia disse. Não conseguiria fazer aquilo. Ver Sabrina de perto e molhada só estava piorando a situação. Ficou tensa, e então tentou pensar em coisas horríveis para desviar a atenção de uma Sabrina seminua em sua frente. Geleia de enguia. Medula em torrada. Coentro. Martin Keown. Não estava funcionando. Seus olhos ainda conseguiam ver o lindo rosto de Sabrina e seu corpo estava processando aquilo com certa alegria.

— Dormiu bem? 

— Bastante. — Ela estava corando, conseguia sentir.

Sabrina não precisava saber do seu sonho. Mas Olivia e seu corpo sabiam. Esteve dentro de Sabrina. O desejo a percorreu, se concentrando em seu centro. 

— Eu também. Como uma pedra. Só acordei quando te ouvi aqui. — Ela fez uma pausa. — Está pronta para o passeio de iate?

Olivia assentiu. 

— Prontíssima. Ontem foi uma abertura gentil para despedida. Acho que hoje vai ser uma explosão de vida.

Sabrina lhe deu um sorriso deslumbrante. Ela realmente não estava ajudando. Olivia ainda estava se segurando na beira da piscina. E tentando segurar o resquício de sanidade que ainda tinha. A madrinha a estudou como se fosse uma obra de arte.

— Só queria dizer que qualquer coisa que você me diga nesse final de semana é segredo. Sigilo profissional. Só no caso de você ter se sentido um pouco exposta depois da nossa conversa de ontem à noite. 

— Nem posso culpar a tequila. — Olivia fez uma pausa. — A única pessoa, além de você, que sabe que transei com uma mulher é a Delta, e preferia que continuasse assim. Se as primas do Marcus descobrirem, pode chegar até ele. Ou pior, na Marjorie. Ela já tem uma opinião bem ruim da minha pessoa.

Sabrina ofereceu um sorriso triste. 

— Se transar com uma mulher é a pior coisa que você pode fazer, a Marjorie definitivamente precisa expandir seus horizontes. Mas esse segredo está a salvo comigo. Eu te disse isso quando nos conhecemos. Todas as minhas noivas sabem disso. 

Todas as noivas dela. Porque isso era um trabalho para Sabrina. E nada mais. Olivia precisava se lembrar desse fato.

— Que tal uma corrida? A última que chegar do outro lado faz o café.

 Olivia sorriu. 

— Temos um acordo.

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Heslouuuu, cap curtinho mas com conteudo... 

Olivia  sua safadinha, mas não posso julga-la.

Até mais ;)

Antes que você diga sim - SaliviaOnde histórias criam vida. Descubra agora