OUR FAMILY HAS INCREASED

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   Catarina

— O que você achou do contrato? — meu irmão perguntou, com certa insegurança em sua voz.

Engulo em seco.

— É um bom contrato. — digo, me levantando da mesa segurando a xícara vazia levando até a pia. — Posso ligar para o advogado que cuidava das minhas coisas na época que jogava tênis, se quiser.

— Por favor. — ele disse, em tom de voz mais baixo. — Ainda não acredito que consegui uma vaga na fórmula dois.

— Fez uma temporada sensacional na fórmula três, era claro que conseguiria uma vaga na fórmula dois, meu bem. — digo, virando meu corpo encarando o seu rosto. — Estou orgulhosa demais.

— Será que a mamãe ficaria feliz com essa notícia? — ele perguntou, com a voz trêmula.

Assenti com a cabeça, obviamente mentindo.

— O importante que todos nós estamos. — digo, ele abriu um sorriso tímido. — Piquerez foi no mercado comprar algumas coisas para fazermos um jantar de comemoração.

Ele se levantou da cadeira, segurando a xícara de chá agora vazia deixando na pia. O piloto se posicionou ao meu lado.

— Louis me convidou para morar com ele em Monaco. — português disse, encarando o chão de mármore. — O que acha?

Desvio o foco para o barulho da porta, encontrando os pares de olhos do meu marido paralisado segurando as sacolas de papel com semblante nitidamente magoado.

— Vou deixar aqui no balcão, não queria interromper. — uruguaio disse, colocando as sacolas na mesa e saindo rapidamente da cozinha.

— Kika. — Leo abriu a boca tentando encontrar as palavras que pareciam que tinham sumido.

— Ela não estaria orgulhosa. A nossa mãe nunca amou ninguém além dela mesma, o melhor, do que dinheiro. — digo, sendo tomada pela fúria. — Você quer viver nessa realidade paralela onde seus pais te amavam e afastando a gente, viva! Mas não venha chorar quando perceber quem eles realmente são.

— Ela não amava você, não confunda. — ele gritou, me encarando com seus olhos confusos e vazios.

— Acha que me magoa falar que ela não me amava? — pergunto, ironicamente. — Você não tem ideia de tudo que ela me fez passar. Sua sorte é que ela está morta, caso contrário nunca teria pisado em kart.

— Vocês dois não são diferentes dela. — ele sussurrou.

— Como?

— Eu era o garotinho de vocês até não ser mais. Até começarem ter filhos, tudo se só sobre eles. — ele murmurou, com os olhos lacrimejados. — Me colocaram de lado, todos os planos eram sobre vocês três e agora quatro.

— Não foi assim. Você se afastou de nós. — digo, franzindo o cenho.

— Não queria ser deixado pela terceira vez.

— Eu nunca deixaria você. Muito menos o Joaco.

O garoto mais novo não responde, caindo no chão em lágrimas. Antes que eu pudesse chegar até ele, o meu marido que provavelmente estava ouvindo a discussão na sala, cruzou o cômodo segurando o garoto fortemente em seus braços.

— Estou aqui, está tudo bem. — Joaco murmurou, com o português em seu peito. — Você não está sozinho, querido. Nem por um segundo, estou te segurando.

Me virou de costas embargada em meu próprio sofrimento. E mais uma vez, e mesmo morta a minha mãe ainda tinha influência enorme não só em minha vida, mas também do meu irmão.

— Eu sinto muito. — Leo sussurrou, em meio às suas lágrimas.

Me viro novamente encontrando os dois na mesma posição. Caminho em direção deles, me agachando na altura para também abraçá-lo.

— Está tudo bem. — Piquerez disse, ainda segurando ele.

— Eu realmente não sei o que estava acontecendo comigo. — o mais novo disse, se afastando do jogador, ficando sentado de frente para nós dois.

— Nós dois erramos achando que você precisava apenas de espaço e você concluiu que a gente tinha deixado você de lado. Agora, iremos trabalhar pata lidar com toda essa dor sua. — Joaco disse, seriamente.

— Isso. Sinto muito por tudo, principalmente por nunca perceber como ela também causou danos em você. — digo, limpando suas lágrimas.

— Eu tive um verão horrível. Nunca senti tanto falta de casa como naquele período. — ele murmurou, segurando seu rosto no meio das pernas. — Aquele homem não sabe nada sobre mim. Eu odeio o fato de querer tanto a aprovação dele, sendo que eu tenho pai aqui comigo.

Desvio meu olhar para o meu marido que parecia que começaria a chorar a qualquer instante.

— Pra mim, você não precisa provar nada. Eu te amo do jeitinho que você é. — uruguaio disse, olhando no fundo dos olhos do loiro que assentiu com a cabeça ainda chorando.

— Eu também te amo. Obrigado por ser o meu pai mesmo quando eu não merecia. — Leo disse, agora eu limpava as minhas próprias lágrimas.

— Meus dois homens finalmente bem. — digo, em meio às lágrimas.

— Você está muito chorona, Kika. — Leo brincou.

— Verdade, normalmente você é assim quando está grávida. — Piquerez disse, pensativo.

— Surpresa. — digo, ambos arregalaram os olhos surpresos. — Nossa família está crescendo... eu amo tanto vocês.

YOU'RE LOSING ME - JOACO PIQUEREZOnde histórias criam vida. Descubra agora