YOU DO NOT UNDERSTAND

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Caros leitores, por favor comentem nos capítulos. Só peço isso, prometo capítulos bons e rápidos.


Catarina

— Quem vai cortar o peru? — meu pai perguntou, atraindo a risada de todos na mesa.

— O homem da casa. — Daniel brincou, segurando a mascotinha da família em seu colo.

— Estamos em 2028, pai. — Camila disse, revirando os olhos.

— Tudo bem, eu cortou. — Joaco disse, do outro lado da mesa.

Assisto do outro lado da ponta seus movimentos, ele pegou a faca limpa que a sua mãe tinha deixado do lado do peru, o jogador assentiu com a cabeça algum assunto sobre futebol com o meu pai que provavelmente ele não estava prestando atenção.

— Cate, pode me ajudar na cozinha? — Ana perguntou.

— Claro.

Me levanto rapidamente indo de encontro a minha madrasta que estava no corredor ao lado da minha sogra, ambas pareciam preocupadas.

— O que houve? — pergunto, caminhando até a cozinha enorme.

— A gente pergunta para você, o que está acontecendo entre vocês dois? — Ana perguntou, seriamente.

— Estamos bem. — digo, pegando a terceira garrafa de vinho.

— Tem certeza? — Ana perguntou, bancando a mãe protetora que eu nunca tive.

— Essa é sua quarta garrafa, querida. — minha sogra disse, em tom de voz preocupante. — Ele mal consegue olhar em seus olhos.

— Estamos bem. — digo, em tom de voz mais alto.

— O que está acontecendo aqui? — Joaco perguntou, deixando todas nós em silêncio.

Pela primeira vez depois de dias ele me encarou, conseguia sentir todo o arrependimento, decepção e tristeza em seu olhar.

— Só estamos conversando. — digo, ele assentiu.

— Inês está te chamando no andar de cima. — ele disse, antes de dar as costas para nós três.

— A ceia está servida, podemos ter um natal em família? — digo, ambas assentiram.

Abandonou as duas mulheres mais velhas, caminhando até o andar de cima onde estava o meu irmão e as minhas duas irmãs.

— Ele se recusou a ir jantar com a gente. — Inês disse, em tom de voz baixo.

— Tentamos de tudo, Cate. — Mariana disse, cruzando os braços.

— Tudo bem, me deixem resolver isso. — digo, elas me abraçaram rapidamente e saíram para fora do quarto.

Fecho a porta do quarto, me sento na beira da sua cama observando o menino que já estava grande deitado de pijama na cama.

— Eu não quero descer, Cate. — ele murmurou.

— Bom, nem eu. — digo, exausta. — Você tem essa escolha de não querer descer, ficar aqui dentro junto com toda sua tristeza e ódio que está sentindo por ter perdido uma pessoa tão importante, ninguém vai te julgar.

Ele tirou o lençol da cara e me encarou com aqueles pares azuis idênticos aos da nossa mãe.

— Como você superou a morte dela? — ele perguntou, engulo seco.

— Não superei, querido. — digo, honestamente. — Eu não posso me dar o luxo de ceder a tristeza, me trancar dentro de um quarto e nunca mais falar com ninguém.

YOU'RE LOSING ME - JOACO PIQUEREZOnde histórias criam vida. Descubra agora