Todos falam que o amor não é uma escolha, que não se pode escolher por quem se apaixonar e quando isso pode, ou não, acontecer. Mas e se você for obrigada a escolher entre o amor da sua vida, ou o seu futuro?
Esse é o caso da Arabella. Garota subur...
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Fechei a porta do carro com um estalo seco e comecei a caminhar em direção à entrada do prédio. Ali, naquele mesmo edifício, ficava o apartamento que um dia dividi com a minha esposa, ou melhor, ex-esposa. Tudo ali parecia carregado de memórias.
Já no hall, cumprimentei com um aceno discreto o porteiro, um senhor de meia idade que já conhecia meu ritmo apressado de sempre. Caminhei até o elevador, apertei o botão com o número 20 gravado em relevo e fiquei ali, imóvel, segurando a pasta de documentos com a mão direita, enquanto o pé batia impaciente no chão. Está seria a primeira vez que eu veria Maya desde de que tudo desmoronou, eu não estaria ali se não fosse necessário, seria a quarta tentativa de fazê-la assinar os papéis do bento do divórcio.
Mas talvez seja melhor eu me apresentar.
Me chamo Billie Eilish, tenho 31 anos e sou empresária. Fui casada por dez anos, anos que agora parecem ter sido jogado no lixo pela mulher que eu amava. Maya minha futura ex esposa, me traiu com o seu melhor amigo, e foi assim que tudo acabou. Eu descobri do pior jeito possível. Numa noite em que deveria estar viajando a trabalho, decidi voltar mais cedo, sem avisar. Quando entrei em casa, me deparei com acena que assombra minha mente até hoje. Ele e aquele que se dizia seu amigo, estavam agarrados no nosso sofá, quase sem roupa. Foi, sem dúvidas, a pior noite da minha vida.
Quando tudo aconteceu, ela ainda tentou correr atrás de mim, desesperada para se explicar. Suas palavras vinham rápidas, tropeçavam uma na outra, mas eu não conseguia acreditar em nada do que saía de sua boca. Não havia arrependimento nos seus gestos, nenhum traço de remorso que pudesse me fazer reconsiderar. O que ela queria me dizer, parecia vazio, como se já não houvesse maias espação para desculpas.
Depois de deixá-la naquele apartamento, enquanto o silêncio preenchia o caminho de volta, tive a certeza de um coisa. Eu nunca mais seria a mesma. Algo em mim havia mudado para sempre. O amor que eu sentia, os planos que fizemos, tudo parecia distante, como se pertencesse a uma vida que eu já não podia mais alcançara
Então, depois de muito pensar, tomei a decisão mais difícil e certeira de todas. O divórcio. Seria o único caminho que poderia tomar. Mas Maya, mesmo errada, como sempre insiste em prolongar o inevitável, recusando-se a assinar os papéis. Eu já mandei todos os documentos pelo advogado mais de uma vez, e tudo que recebi em troca foi silêncio. Por isso, aqui estou, tentando mais uma vez resolver, mas dessa vez cara a cara.
Assim que a porta do elevador se abre, eu respiro fundo e caminho até a última e única porta do corredor. Toco a campainha, e não demora muito para ouvir o som da trava sendo solta. A porta se abre, revelando a figura de Maya.
-Oi, O'connell- ela me encara com aquele sorriso presunçoso que só ela sabe dar, e me seguro para não revirar os olhos. -Não estava esperando sua visita.
-Preciso falar com você. Será que posso entrar?- pergunto, apontando com a cabeça para o interior do apartamento.
Ela me olha de cima a baixo, mordendo o lábio inferior antes de, finalmente, abrir espaço para que eu entre. Passo por ela, sentindo a familiaridade do lugar, apesar do peso que carrega agora. Caminho até o sofá e me sento, enquanto Maya para do outro lado da sala, observando-me com os braços cruzados.
