14 ➜ 𝒐 𝒊𝒏𝒇𝒆𝒓𝒏𝒐 𝒆́ 𝒂𝒑𝒆𝒏𝒂𝒔 𝒖𝒎𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒊𝒅𝒂

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As luzes das pedras brilhantes iam se desvanecendo, e a escuridão cinzenta tomava conta dos arredores. A respiração entrecortada de todos presentes perdurou por alguns instantes antes de ser interrompida por um ruído estridente.

"Ela precisava morrer". um riso sem humor atingiu seu rosto. "Agora Valentim não conseguirá o que almeja. Estaríamos todos condenados se isso acontecesse."

"O que ele quer?" antes que Hodge respondesse à pergunta de Sebastian, sentiu uma aproximação de onde estava.

"Fiz um favor a todos nós, Izzy..."  a frase pairou no ar pois em seguida a garota Lightwood avançou nele.

O punho de Isabelle encontrou o rosto de seu antigo instrutor e desferiu socos freneticamente, cada um deles com mais fúria que o anterior. A preocupação em forma de protesto de Sebastian não parecia o suficiente para tirá-la do transe em que estava, e passos apressados eram ouvidos ao longe. Mas nada daquilo importava mais.

"Isabelle, pare! gritou Sebastian. Isso não vai trazê-la de volta."

Dessa vez a garota lançou o homem longe com um chute. Seu chicote de electrum deslizou por seu punho ensanguentado, se flexibilizando em um bastão firme com o formato de serpente na parte superior. Isabelle foi se movimentando em direção a Hodge, que rastejava de modo sofrido ao tentar se levantar. 

"Eu posso ajudá-los a vencer Valentim..." disse quase suplicando.

"No momento, não dou a mínima para Valentim." Isabelle apontou a parte afiada do chicote para o pescoço de Hodge. "Eu vou matar você pelo que fez."

"Izzy, já chega!" quando o metal estava a centímetros da pele do homem Isabelle parou, olhando para onde vinha a voz do irmão. Alec caminhava em sua direção antes de olhar rapidamente para o corpo sem vida da garota elfo, com tanta dor em sua face que Isabelle cambaleou para trás, sentindo-se tonta com a verdade insuportável. Podia ver mais adiante o olhar petrificado de Jace e o semblante pálido de Magnus, cujos joelhos cederam no chão ao chegar perto do corpo frágil. O corpo do feiticeiro tremia, e apesar disso, seus olhos não pareciam piscar.

"Eu sinto muito, Izzy. Ela se foi." o mais velho dos Lightwood se aproximava com cautela da irmã, que ainda segurava o chicote. As mãos de Alec tocaram levemente os braços de Isabelle, e seu corpo desabou bem como suas lágrimas enquanto era amparada por seu irmão. "Emmeline se foi."



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Aquela paisagem parecia saída de um filme assombroso de contos de terror. O crepúsculo avermelhado do céu era totalmente diferente daquele visto no final de tarde de Nova York; era mais tenebroso e inerte, dando a impressão de que criaturas pavorosas iriam se materializar e destruir qualquer vestígio de vida que ali ousasse surgir.

Um arrepio latejante percorreu a espinha de Emmeline.

A garota foi caminhando vagarosamente à procura de uma saída, enquanto percebia o solo rochoso e cruelmente seco sob seus pés descalços. Ela xingou baixinho ao sentir um objeto afiado a perfurar, e ao virar o pé para ver o que era, gritou em terror. Um pedaço de osso humano jazia no chão, e ao avançar mais seus olhos se arregalaram em pânico. Diante dela havia fileiras e mais fileiras de cadáveres pútridos formando uma pilha de ossos.

Além daquelas montanhas ossificadas, via-se mais ao longe dois tronos colossais feitos igualmente de ossos, cuja altura provavelmente permitiria uma visão perfeita de todo aquele local. O que os divergia dos demais corpos decompostos ali era que ambos os assentos brilhavam em grandiosidade e poder.

- Você gostou? Eu dei o meu toque pessoal antes de você chegar. - falou uma voz masculina. Emmie saltou de susto, pegando o osso mais afiado no chão e apontando para o estranho em sua frente. O homem sorriu.

- Não precisa disso. Não irei machucá-la. - ele deu um passo para frente.

Emmie segurou mais firme o objeto, recuando para trás cautelosamente.

- Espere, eu já te vi antes. - ela franziu o cenho tentando se recordar. - Você apareceu em um sonho esquisito que tive um tempo atrás.

O homem sorriu abertamente achando graça.

- Oh não, aquilo foi tão real quanto a conversa que estamos tendo agora.

- Mas isso não é possível. - sua cabeça balançava em confusão. - Eu... eu estava morta. Uma espada atravessou o meu coração e eu morri. Estou no Inferno? - lágrimas que ameaçavam cair faziam seus olhos brilhar ao receber flashes do que havia acontecido. - Izzy... 

- Por Belzebu, por que se importa tanto com essa Caçadora de Sombras insignificante? - ele revirou os olhos e desapareceu de repente. Emmie piscou para afastar as lágrimas, e suas costas bateram em algo sólido como rocha. Ela saltou e virou para trás, dando de cara com a figura sombria. - Acho que eu deveria dar um jeito nela.

Sem sequer notar direito, a mão delicada da garota que segurava o objeto afiado estava a centímetros da carótida do homem.

- Se ousar machucar ela, eu juro... - ela não completou a ameaça pois a risada irritante do homem soou por todo aquele lugar desértico.

- Você e seu irmão são tão parecidos as vezes que me enoja. Mas devo admitir que você me surpreendeu, minha criança. Não achava que tivesse esse ódio dentro de si. - ele riu mais uma vez. - Bom, muito bom. Iremos usá-la quando a hora chegar.

Contudo, nada do que aquele homem dissera para Emmeline tinha importância, pois tudo o que sua mente emaranhada conseguiu captar foi aquela única palavra.

- Irmão? - seu coração batia tão forte que poderiam derrubar aquelas montanhas de ossos, e o pedaço que segurava foi de encontro ao chão. - Do que está falando?

- Vejo que como sempre seu irmão não lhe contou nada. Não se preocupe, Magnus sempre foi mais reservado com a família.

Emmie sentia que o chão debaixo de seus pés iria ceder.

- Isso... isso não é possível. - a garota elfo temia que os nós de confusão criados em sua cabeça fossem até o seu pescoço e a sufocassem. - Você está mentindo.

- Nada além da verdade foi dito por mim desde que nos conhecemos. - ele avançou. - Diferente daqueles Nephilim hipócritas eu levo o que digo muito a sério. Tudo o que eles fazem é mentir e enganar, e é o que vêm fazendo com você, criança tola. Mas posso lhe mostrar a verdade sobre quem você é, Emmeline.

As batidas do coração da garota elfo doíam sobre seu corpo, e sua boca parecia tão selada que nenhuma palavra ousava sair dela.

- Posso ensiná-la a como controlar o seu dom e torná-la o ser mais poderoso que já existiu. Posso lhe dar as respostas que sempre buscou mas nunca obteve.

- Não estou interessada. - ela se odiou por dentro pois sua voz saiu mais trêmula do que gostaria. O homem riu em deleite.

- Ambos sabemos que isso não é verdade. Quando chegar a hora você irá me procurar, criança. Estarei esperando. Mas agora, quero volte para o seu corpo e acorde.


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𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄 ➳𝒊𝒔𝒂𝒃𝒆𝒍𝒍𝒆 𝒍𝒊𝒈𝒉𝒕𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora