15 ➜ 𝒓𝒆𝒆𝒏𝒄𝒐𝒏𝒕𝒓𝒐𝒔 𝒆 𝒍𝒂́𝒈𝒓𝒊𝒎𝒂𝒔

498 65 28
                                    


A agitação daquele ambiente era palpável mesmo na melancolia daquele quarto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A agitação daquele ambiente era palpável mesmo na melancolia daquele quarto. Os únicos fios de iluminação vinham das pequenas frestas da janela do Instituto, e os olhos azuis da garota levaram um tempo até se adaptar à luminosidade. Suas orelhas pontudas se acostumaram gradativamente com o barulho que vinha de trás da porta, apesar de não conseguir identificar as vozes perfeitamente.

Jogou os lençóis que a cobriam para o lado, e levantou-se vagarosamente da cama. A vertigem lhe atingiu antes de colocar os pés no chão, e ela teve que se apoiar na mesinha que jazia ali do lado. Olhou para as próprias mãos, mas elas estavam tão desfocadas que a garota se sentia uma estranha no próprio corpo. 

── Já faz três dias que ela está morta, Isabelle. Algo deve ser feito com o corpo dela. - uma voz estranhamente gentil e firme disse do lado de fora. Ao ouvir aquele nome, seu corpo tornou-se desperto e ao mesmo tempo trêmulo. A garota se apressou ao levantar, caminhando com dificuldade em direção à porta, onde as vozes ficavam cada vez mais nítidas.

── Apesar da insensibilidade evidente da nossa mãe, ela está certa, Izzy. - Alec disse suavemente. - Nós não podemos mantê-la aqui no Instituto. O povo Seelie está cada vez mais insatisfeito com tudo isso, e essa tensão pode levar a uma guerra com todos eles. Além disso, Emmeline merece um enterro digno...

Ela estava a poucos centímetros de abrir a porta, mas congelou ao escutar aquela voz.

── O que ela merecia era estar viva e segura. Ela merecia ter uma vida tão incrível quanto ela. - sua voz falhou. - Não estar imóvel em cima de uma cama. Emmie merecia melhor...

── Eu sei, Izzy. - agora foi a vez de Jace falar.

── Não, Jace, você não sabe! Eu falhei com ela. - era nítido o quanto a Lightwood estava tentando segurar as lágrimas. - Eu deveria... Nós deveríamos tê-la salvado.

── Isabelle, por favor... - Maryse disse com mais ternura do que antes, mas seus olhos não estavam fixos na filha.

── Não, eu cansei de escutar você e suas regras estúpidas! - brandou, e parecia que dessa vez todos tinham a atenção voltada para ela. - Cansei do modo cruel e dissimulado com que a Clave trata os Seres do Submundo, fingindo manter a paz e harmonia por meio dos Acordos, quando na verdade vocês os odeiam tanto quanto Valentim e agem como se eles fossem uma praga a ser combatida. E bom, vocês finalmente conseguiram, porque ela está morta. - seu tom de voz ficou por um fio ao dizer a última palavra, e uma lágrima solitária desceu por seu rosto. - A garota mais doce e gentil que eu conheço está morta, e eu nunca mais poderei ouvir o som da sua voz, ou tocar a sua pele, ou dizer o quanto eu também a...

── Izzie? - a Lightwood estagnou no lugar em que estava, e antes de se virar lentamente notou os olhares perplexos de todos ali presentes. Mas nada daquilo importava, pois tudo o que Isabelle conseguia prestar atenção era na figura a poucos metros de si, parada no batente da porta, tão delicada e angelical quanto ela se lembrava.

𝐂𝐑𝐀𝐙𝐘 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐕𝐄 ➳𝒊𝒔𝒂𝒃𝒆𝒍𝒍𝒆 𝒍𝒊𝒈𝒉𝒕𝒘𝒐𝒐𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora