𝑶 𝑪𝑶𝑴𝑬Ç𝑶

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Tenham uma ótima leitura!

Pov Jake:

10:00 da manhã.

Cada dia que passava parecia mais monótono, uma repetição interminável de acontecimentos, como um sonho ou pesadelo do qual não conseguimos acordar. Às vezes, para quebrar essa rotina, eu subia até o topo do trailer para apreciar a paisagem. Geralmente, fazia isso à noite para observar as constelações, as estrelas e a lua, a musa da noite. No entanto, o dia estava tão bonito que não pude deixar de apreciá-lo também. Além disso, observava as pessoas do acampamento, suas ações, seus hábitos, como se estivesse assistindo a um programa de baixo orçamento na TV. No entanto, havia uma pessoa em particular que eu observava com mais frequência: Daryl. Ele era um homem mais velho, mal-humorado, de fala rude e falta de educação, mas havia algo nele que me intrigava e me fazia compreender suas ações. Eu e ele tínhamos uma relação especial. Todas as manhãs, nos encontrávamos na frente do trailer e conversávamos por um bom tempo, compartilhando ideias e, ocasionalmente, fragmentos de nosso passado. No entanto, como ele costumava dizer, "por que falar do passado? Nunca vamos voltar para aquela vida de merda." Então, eu evitava tocar muito nesse assunto. Às vezes, também exploramos a mata juntos, e ele tentava me ensinar a caçar, embora não fosse exatamente minha praia ver animais fofos mortos e enfrentar zumbis ao mesmo tempo.

Vocês devem estar se perguntando: "Como o Daryl, um homem tão rabugento e grosso, pode ser tão carinhoso com uma pessoa logo de cara?" Após passar alguns dias naquele acampamento, ele começou a perceber minhas ações e crises. Inicialmente, ele não se envolvia, mas quando eu comecei a mostrar sinais suicidas, ele acabou se aproximando e se tornou um apoio psicológico, mesmo que ele não seja exatamente um especialista nisso. Começamos a conversar e descobrimos que tínhamos muito em comum, especialmente em relação a problemas familiares.

Voltando para o presente, fiquei lá, no telhado frio do veículo, por um bom tempo, até ouvir uma voz conhecida atrás de mim. Era Dale, o avô do acampamento.

 - Oi, Jay Jay, o que você está fazendo aqui? A maioria das pessoas está lá na pedreira, aproveitando. - ele disse.

 - Você sabe que não é muito a minha praia ficar lá, prefiro ficar aqui, onde tenho uma vista incrível - respondi.

Ele tentou me convencer:

- Realmente, você tem razão em parte, mas você precisa passar tempo com sua família.

Eu sabia disso, mas minha resposta foi indiferente:

- Eu sei... Mas eu prefiro ficar aqui.

Dale então propôs

- Então, se você não se importar, vou ficar aqui para fazer companhia.

Aceitei de bom grado.

Ele se sentou ao meu lado, e juntos observamos a paisagem. Era evidente em seu rosto que ele estava cheio de nostalgia. Dale costumava contar que ele e sua esposa gostavam de viajar de carro e conhecer novos lugares. Eu pude ver que ele estava relembrando esses momentos agora. Tinha vontade de fazer alguma pergunta, mas, de repente, notamos um ser emergindo de alguns arbustos. Percebi que Dale também viu e o vi se levantar, pronto para o ataque com sua arma.

Felizmente, era apenas Daryl, com um cervo morto em seus ombros. Nunca senti tanto desejo de bater em alguém como naquele momento.

- Porra, Daryl, você quase nos matou de susto - eu gritei.

Ele respondeu de forma ríspida

- Calma, Constelação, eu sei que estou fedendo igual a um zumbi, mas não sou um.

My constellation - The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora