𝑵𝑶𝑽𝑨𝑺 𝑵𝑶𝑻í𝑪𝑰𝑨𝑺

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Tenham uma ótima leitura!

Pov Jake:

8:00 da manhã.

Hoje, decidi acordar um pouco mais cedo, já que tive a companhia de um monstrinho na minha cama. Eu já sabia que Carl estava cheio de energia pela manhã, mas não imaginava que fosse tanto assim. Depois de toda essa movimentação, saí da barraca acompanhado do meu irmão.

À medida que nos aproximávamos do grupo, Lori se dirigiu a nós com uma expressão séria.

- Carl, era para você ter me avisado que foi dormir com o seu irmão - advertiu ela.

- Desculpa, mãe, só queria ficar um pouco com o Jay - murmurou baixinho.

- Eu entendo, meu filho, mas é preciso avisar - ela respondeu.

Ao vê-lo triste, me agachei, encarei-o nos olhos e disse:

- Carl, adoro quando você fica comigo ou vai dormir lá, mas é essencial avisar à sua mãe. Se não, ela pode não deixar mais. Em tempos como esses, é importante comunicar onde você está indo. Me prometa que não fará mais isso?

- Sim, eu prometo - ele respondeu ainda em tom baixo.

- Então corre até a Sophia, senão perderá o início das brincadeiras - falei ao me levantar, sorrindo para ele.

Ansioso para brincar, Carl correu em direção à amiga.

- Acho bonito como a relação de vocês se fortificou nesses últimos tempos.

- Eu gosto de passar tempo com Carl.

- Seria mais interessante se a gente passasse esse tempo juntos também.

- Lori...

- Olha eu sei que é difícil, ainda mais que eu não fui uma ótima mãe para você, eu me sinto péssima por tudo que eu te fiz passar. Eu quero me reconciliar com você meu filho, não posso viver assim, ainda mais afastada de meu filho mais velho.

Fiquei em completo choque, não estava esperando por isso. Tínhamos evitado nos encontrar por tanto tempo que nunca tivemos a oportunidade de começar algo novo.

- Você me chamou de filho?

- Te chamei, você é meu filho, sempre foi, mas fui tão cega que te abandonei.

- Não se culpe tanto assim, sei que algumas mães têm reações diferentes de lidar com as coisas depois que engravidam

- Mas isso não é desculpa para o que eu te fiz.

- Olha eu acho que não é um ótimo momento para a gente continuar essa conversa, já que eu estou vendo a Amy vindo com aqueles baldes com cogumelos estranhos lá dentro. - digo tentando sair daquela conversa.

- Que merda - disse ao ver que Amy se aproxima - Bem acho que meu trabalho de chama. - disse se afastando.

Me dirijo ao trailer para fazer companhia a Dale. Me adentro no veículo e já escuto o mais velho falar

- Ainda bem que você chegou estava começando a ficar chato por aqui.

Subi para chegar até o teto do trailer e me sentei ao seu lado.

- Então Jayjay, como foi a sua noite? - ele pergunta.

- Foi bem inesperado para falar a verdade, quando fui para a barraca me encontrei com Carl.

- Bem inesperado eu tenho que admitir, mas talvez ele só esteja com saudade de você.

- Ele disse exatamente isso. Em sua opinião você acha que eu estou deixando ele de lado?

- Não vou mentir para você, acho que sim, você sempre vive no mundo da lua, se afastando de sua família, fazendo com que eles sintam falta.

- Que porra - falei de forma pensativa.

- Olha a boca.

- Desculpa mamãe. - disse de forma divertida - Aliás o Daryl já afundou aquela fuça dele no meio da floresta?

- Para sua infelicidade sim.

- Porque para a minha infelicidade?

- Jay ninguém é cego, a gente sabe que você gosta dele.

- Você e a Amy com esse tipo de papo, ele é só o meu amigo.

Passamos um bom tempo monitorando de perto qualquer movimento ao redor do acampamento, mantendo um olhar vigilante para detectar possíveis ameaças se aproximando ou zumbis tentando invadir. No auge do meu dia, deparei-me com a visão mais desconcertante: Lori e Shane emergindo juntos da mata, com aparência desgrenhada e sorrisos estampados no rosto. Como ela pôde esquecer tão rapidamente do papai? Entendo que não posso culpá-la; ela perdeu alguém que amava profundamente e agora deseja seguir em frente, encontrar alguém para cuidar do filho mais novo e tentar construir uma vida feliz.

Ficamos conversando mais um pouco, às vezes jogava algumas pedras para matar o tempo, consequentemente atingindo alguém algumas vezes, mas de repente, um som estridente começou a surgir. Era um carro vermelho lindo, nunca tinha visto um igual.

Descemos rapidamente para pedir ao motorista para desligar o barulho, mas vimos que era nada mais, nada menos que Glenn.

- Minha nossa, desligue logo essa porcaria - Disse Dale

- Não sei desligar - disse Glen gritando.

- Levante o capô - disse Shane.

- Minha irmã está bem? - disse Amy, preocupada.

E assim começou uma leve confusão, Shane querendo resolver o problema do carro, Glen tentando explicar a situação e Amy perguntando freneticamente sobre Andrea. Era literalmente o inferno.

- Está todo mundo bem - disse Glen - Mas não diria assim de Merle.

- O que? O que aconteceu com ele?- digo preocupado. Sabia que se acontecesse algo com Merle, Daryl ficaria furioso.

Dessa forma aparece um outro carro, se direcionando até nós.

- Você vai ver...

Assim todos começaram a sair do carro , mas nenhum sinal de Merle.

- Como conseguiram sair de lá ? - perguntou Shane

- Novo cara - disse Glen

- Que novo cara? - Shane pergunta novamente.

- É, vem cara do helicóptero! venha comprimentar.

Naquele instante, meu mundo pareceu congelar; era ele, meu pai. Como? Como isso estava acontecendo? Fiquei paralisado, incapaz de me mover. Vi Carl correr para seus braços; ele era real, não uma ilusão. Meu pai olhava para mim, mas eu continuava imóvel, apenas chorando. Chorava como uma criança, uma criança de 19 anos, que patético.

Vi-o se aproximando de mim, cada passo mais próximo. Senti seus braços ao meu redor e o perfume familiar. O toque pelo qual ansiava. Abracei-o de volta, repleto de saudade e amor. É surreal pensar que momentos antes eu estava preparando uma homenagem para ele, com sua flor favorita, um texto elaborado expressando todos os meus sentimentos. No entanto, naquele momento, percebi que não precisava mais disso, e droga, estava incrivelmente feliz por isso.

- Você está bem? - digo depois de tanto tempo.

- Estou melhor por estar com minha família - disse sorrindo para mim.

Mais tarde naquela noite, ouvimos meu pai falar sobre sua jornada até nós, e puta merda, era longa. Nunca vou conseguir retribuir para Glenn o que ele fez para trazer meu pai de volta; sou eternamente grato por isso. Mas outra coisa martelava em minha cabeça: como o Daryl iria reagir ao saber que seu irmão não voltou para "casa"? Sabia que seria difícil contar, sabia que ele iria ficar bravo, nervoso, puto da vida.

Mas isso é para outro dia.




My constellation - The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora