Capítulo 07

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Capítulo 07

Nyx

Nós estamos congelando aos poucos os casacos que não serviam de nada. Não sei qual magia Arus usava, mas lá no sul estava no alto do verão, assim que seguimos para o norte o tempo mudou.

Mudou assim que saímos das terras dele, e atravessamos a fronteira. Mas a qualquer momento vamos morrer aqui em cima, já não sinto minhas mãos, as pernas estão dormente. Alina se segura a mim, mas já não me aperta com força, arrisco olhar para ela. Está com a cabeça baixa, para proteger a gaiola que ainda segura com força, para o maior impacto do vento ser nela, não na ave. Acredito que estamos perto, menos de um dia se tudo ocorrer bem, não conseguimos dormir à noite e nem durante o dia. E agora vamos enfrentar mais uma noite fria.

                         °°°


Connor

Sou um idiota, um inútil!

Como não percebi a jogada de Agnes? Agora olho para ela e vejo o plano todo, mas o que ela queria com as duas? Ela chegou quando o inferno rompeu no palácio, fui ao quarto de Alina ver se ela estava bem, como faço toda manhã, e bem ela não estava lá e nem Nyx em seu posto na manhã de ontem.

Então percebi que algo tinha acontecido e fora feito de trouxa, mandei uma patrulha vasculhar cada canto do palácio e outras três no território, elas não poderiam ter ido muito longe. 

Mas foi quando Agnes chegou montada em um urso, que entendi que o sumiço das meninas estavam ligados a ela. 

Arus não ligou para o sumiço da irmã ou da criada, ele só me disse para achar o corvo e poderia mandar as duas para o inferno. Não questionei, não ele era meu senhor. Mesmo que não aprovasse. Mas se levantasse minha suspeita de Agnes ele saberia que estava envolvido. E me mataria.

— Algum problema capitão? — Agnes pergunta de onde está sentada em uma poltrona marrom, e bebe seu chá. 

— Onde está seu dragão? — disparo.

Ela levanta a sobrancelha perfeita e olha pra ele com desprezo dominando as feições — Arus não sabia que devo satisfações aos seus criados, e respondendo sua pergunta impertinente capitão, meu bebê está em época de reprodução, ficou no norte! — Ela mente descaradamente. 

— Perdoe-me, Connor está de mau humor. — respondeu Arus a ela.

— Ah! Então como já discutimos sua posição na guerra, acredito que minha missão aqui está feita, fico aliviada que suas fronteiras estejam bem protegidas. — ela fala amigavelmente — Mas preciso ir para Leste também, obrigada pela hospitalidade Senhor….

Arus entra em uma discussão sobre o leste com ela, mas já não presto, mais atenção em nada só nela. 
Ela mentiu para mim me traiu, e levou as duas tolas em direção a morte. Arus nunca vai perdoar a irmã, ele quer a cabeça dela. 

Horas mais tarde encurralou ela, no caminho de seus aposentados, onde iria passar a noite.

— Você mentiu para mim — grunhiu para ela — Eu deveria matar você agora! — ele pegou o pescoço dela e a pressionou contra a porta sentindo o seu corpo esguio e quente.

— Faça — ela ronronou expondo mais o pescoço — Faça Connor! 

Ele deu um aperto para mostrar que não estava brincando — É isso que recebo de você? É assim que trata seus amigos Agnes? — mas soltei seu pescoço. Mas ainda mantenho o corpo pressionado contra o dela. 

— Você é meu amigo Connor? — ela pergunta, e sua voz está mais baixa soa quase como uma carícia. 

— Sabe que sim porra! O que me deixa mais furioso! — estou no limite e o cheiro dela, a pele quente já estou duro.

— Quer entrar e me mostrar o quanto está furioso? — ela passa uma perna em volta da minha cintura.

— Porra, sim. — abro a porta e a pego no colo. Levando aquela mentirosa para cama. 


                         °°°


Nyx


Entramos no limite da floresta congelada, quando vimos cidades e algumas aldeias espalhadas. Chegamos ao norte, meu coração ficou mais leve. O dragão passou por cima, e subiu mais em direção à esquerda. Estava me virando para dizer a Alina que chegamos, quando um trovão ressoou, e uma rajada de vento, que parecia mais gelo, cortou em nossa direção. 

Alina gritou e escorreu para o lado e jogou a gaiola para mim, em vez de me estender a mão, o dragão sacudiu sua coluna poderosa incomodado, e ela caiu. Gritei seu nome, e outro trovão soou mais ao meu lado. Me viro e me deparo com outro dragão, só que esse era maior e todo negro. E em cima um homem, que não exitou em pular para pegar a mulher que caia em queda livre para o solo.

— Captor! Pousa! — berro. 

Para minha surpresa o animal responde e começa a descida. Eu me atrapalho para segurar a rédea e a gaiola. O vento que derrubou Alina agora amortecer sua queda, o homem cai perfeitamente no solo batendo o joelho, quebrando o chão ao seu redor. Ele levanta a cabeça e avança em Alina. O pânico me domina, o captor está pousando, quando pulei, de seu lombo e caio de joelhos. Ignorando a dor e a ardência na palma da mão, deixo a gaiola no chão rezando para o dragão não comer o pássaro. 
E corro na direção da briga, ou da execução. Ele segura Alina com apenas uma mão, a erguendo do chão pelo pescoço. 

— Não! — paro atrás da montanha de músculo e morte — Não a mate, por favor…

Ele vira a cabeça em minha direção e meu coração para de bater, ele é o homem mais lindo que já vi! Um deus da morte, suas feições são marcantes e determinação brilha, olhos cinzas me fitam, ele fareja em minha direção. E seja lá o que sente seus olhos ficam mais escuro e quando responde com a voz rouca e profunda fico toda arrepiada. 

— Ela tem o cheiro do meu irmão, e quem quer que esteja com ele é seu captor — ele rosna pra ela — Onde ele está!

— Por favor, por favor — avanço em sua direção e seguro o seu braço, ouso olhar para minha amiga e ela está quase roxa e onde as unhas afiadas dele estão em seu pescoço sangue brilha — Nós duas, fugimos, não sabemos do seu irmão! Então solte por favor! —  seu braço estremece e enfim a solta. Alina cai no chão. Alina geme, eu no mesmo segundo estou ao seu lado. Me desculpando e chorando.

— Onde ele está então? — pergunta o deus da morte.

Alina fica sentada e responde: — Éramos prisioneiras de Arus, saímos de só nós duas e o corvo.

Ele rápido demais para que nossos olhos o acompanhasse ele se agachou ao nosso lado — Onde está o corvo? — é impressão minha mais esperança brilhava em seus olhos sombrios.

— Ali — eu aponto a gaiola ao lado dos dragões que nos assistem.

Ele tem uma leveza sobrenatural para aquele corpo enorme, rápido ele vai até a gaiola e tenho a impressão que suas mãos tremem quando abre o fecho, magia instala no ar, mais a porta se o corvo pula para a mão gigante do homem, e uma luz explode nos chegando por uns instantes. Alina prende a respiração, e meu queixo vai. 

Nos braços do gigante está um homem tão grande quanto ele, e, totalmente pelado. Está magro, mas é forte também. O corvo era um homem?

O chamado do Norte Onde histórias criam vida. Descubra agora