fim.

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Hayato se levantou assustado enquanto respirava fundo e tentava controlar seu pânico,que sonho horrível havia tido. O juiz se levantou enquanto passava as mãos em seuscabelos pretos, respirando fundo enquanto obrigava o seu corpo a mover-se peloapartamento até o banheiro, fazia um tempo que não tinha mais sonhos como aquele. Suamãe lhe dizia que ele sempre corria para o seu colo quando criança, dizendo que umamulher com máscara de raposa enfiou uma faca em seu peito, o que ele não sabia era queInari havia cumprido o que ele havia pedido, agora ele tinha uma nova vida, era apenas umjuiz famoso que vivia sozinho na província de Daegu, já não era mais a velha kitsunemelancólica, mas ele havia desencontrado Isabella depois daquilo e ela não se lembravamais dele. Jogou água sobre seu rosto, apenas para acordar, era seu dia de folga nafaculdade onde dava aula, então queria aproveitar para visitar a velha senhora que faziaum Katsuro maravilhoso. Vestiu uma camiseta social, como era de seu habitual, umacalça preta e tênis, ajeitando os fios pretos, escovou os dentes, passou perfume e saiuandando de seu condomínio, as cerejeiras deixavam suas pétalas caírem indicando que aprimavera havia chegado, as crianças corriam alegres enquanto voltavam para a escola. Ohomem tinha o sonho de ser pai um dia, de uma menina, como havia visto uma vez em seusonho, mas os dias o convenciam de que ficaria sozinho. Não demorou muito tempo paraque seus pensamentos fossem cortados por uma voz doce, pedindo desculpas por algummotivo que ele não havia percebido, quando saiu do transe do sino que ressoava contraseu ouvido, viu uma mulher pequena, dos cabelos castanhos limpando sua blusadesesperada pelo que havia feito. Sua respiração falhou ao sentir o toque da dona doscabelos castanhos e respirou como se seu coração fosse explodir, a única coisa queconseguiu falar foi:

— Está tudo bem... - Disse com dificuldade, e então reconheceu aqueles olhos.

Nos últimos meses ele vinha sonhando com dois olhos amendoados sorrindo para ele e e dizendo que o encontraria em algum momento, para que ele a esperasse. Sempre que acordava, aquela saudade acabava com ele, e lá estava ela, bem na sua frente. A menor o olhava com atenção e sentia seus olhos se encherem de lágrimas de repente, como se aquele homem tivesse feito de sua vida em algum momento, a mais feliz, e que houve um fim trágico. As gotas de água caíram pelas bochechas da menor, sem entender ela tocou seu rosto secando as lágrimas teimosas que caiam, o juiz em pânico pegou um lençomdentro de seu bolso e entregou a moça.

— Está tudo bem, foi só um café gelado. - Riu. - Isso sai!

— Ah, me desculpa, não sei por que estou chorando. - comentou dando risada enquanto ela secava as lágrimas com o lenço.

Uma fisgada apertou a tatuagem que havia na costela de Hayato, o fazendo respirar fundopela tremenda dor que sentiu, enquanto o peito parecia explodir em fogos. Quando ele sedeitou nas águas de Inari, ela reformulou toda a sua vida, não havia mais sofrimento emsua vida, não havia mais nenhuma dor, imortalidade, habilidades mágicas, ele era apenasum humano normal de 30 anos com uma boa relação com os pais, que amava sua famíliae seu país, que era reconhecido por ser da corte coreana e ser justo em todos os casosque pegava, por amar os animais e ser simpatizante das artes naturais da bruxaria. Que sentia um vazio no peito que agora era preenchido por aquela bailarina que derramou cafésobre sua blusa de algodão da Calvin Klein, e ele nem ao menos a conhecia. Uma chama se acendeu em seu peito quando a viu sorrir, e da sua boca a única coisa que saiu foi:

— Quer que eu compre outro café?

— Quero-, quer dizer, se não for o incomodar eu aceito, n-não por ter derrubado, mas assim, se você quiser... - A mulher respondeu de forma nervosa.

Ele riu a achando adorável, olhando para a própria roupa, resolvendo que passaria emuma loja para comprar uma nova blusa para vestir, não queria ficar manchado de café enquanto caminhava com ela. A brisa do vendo batia contra os cabelos castanhos da bailarina enquanto os dois iam em direção a cafeteria que havia ali próximo para que ele pudesse comprar outro café para ela, ambos passaram o caminho inteiro conversando sobre as cerejeiras que haviam florescido mais cedo naquela primavera e ela estava tão feliz que resolveu aproveitar para dar uma volta, as flores caiam e a acompanhavam como mágica, ele sentia como se fosse um filme de romance de seu diretor preferido, em um impulso automático a mão dele segurou a dela enquanto eles caminhavam e quando suas peles se tocaram, foi como choque para ambos.

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