Os sons estridentes das sirenes chamaram atenção das pessoas que trafegavam na Av. 5th Avenue. Não era algo extremamente estranho, dando-se conta que era uma avenida agitada e certo tipo de coisas aconteciam. A questão era que toda a confusão estava direcionada ao Grand Palace NY. Um dos melhores hotéis do mundo. Classificado em cinco estrelas e sempre regado de excelentes críticas.
Nada de ruim acontecia no Grand Palace até o exato momento. Um burburinho se formou em frente ao hotel. Um grupo de curiosos tentava descobrir o que estava acontecendo... Os policiais impendiam que o grupo adentrasse no hotel.
Cerca de cinco minutos, os repórteres locais estavam presentes, iniciando os questionamentos.
O detetive Mark parecia desnorteado
com as perguntas. Apenas os autorizados adentravam no recinto: Policiais e a perícia criminalista.Um duplo assassinato tinha acontecido. O requinto de crueldade espantava até mesmo os policiais antigos da corporação. Eles estavam nauseados.
Aos poucos, a notícia se espalhou. Era grande, cruel e surpreendente.
Eu estava observando tudo ao longe. Era impossível se aproximar com aquele
amontanhado de pessoas que até o trânsito estavam atrapalhando. O lado da avenida foi fechado, justamente para não ocorrer nenhum acidente com algum pedestre desatento preocupado com a fofoca.Á frente do hotel foi isolada. Mas ao
redor da cerca do isolamento, as pessoas continuavam com uma expectativa gritante. Aparentemente, todos queriam ver o impossível.Um policial baixinho, aparentando ser novinho demais para a profissão parou no beco, parecia um pouco pálido. Buscou em seus bolsos algo até encontrar uma bobinha de ar. Inalou umas três vezes antes de sua coloração voltar ao normal. Suas mãos estavam trêmulas e algumas gotículas de suor escorriam em sua testa mesmo com o tempo arejado.
Aproximei-me dele.
- Olá. - O abordei com um sorriso.
Ele se virou em um pulo. Colocou a mão no coração pelo susto, mas ao me ver, relaxou. O susto se tornou em interesse. Ele me olhou dos pés a cabeça sem disfarçar a leve excitação.
- Olá. - Ele respondeu com um sorriso de dentes amarelados.
- O que está acontecendo ali? - . Perguntei sem rodeios. Apontando com o dedo em direção ao hotel.
- É confidencial. - Ele anunciou profissional e também um pouco decepcionado.
Fiquei chateada. Achei que seria mais fácil. Olhei dentro dos seus olhos, firme e intensamente. Ele ficou desconcertado com o meu olhar. Presenteei com um sorriso de lado, provocativo.
- Creio que não terá nenhum problema em me contar... Só estou um pouco curiosa. A não ser que você não saiba de nada... - Coloquei em dúvida o seu conhecimento. Se ele fosse egocêntrico, não ficaria com a boca fechada...
Acertei.
Ele começou a falar...
- Foi um assassinato duplo - como eu já tinha ouvido falar. - Um casal. Um homem e mulher foram brutalmente alvejados. Eles estavam nus. O corpo do homem tinha trinta e três buracos de bala. A motivação contra a mulher parecia maior... O seu corpo estava perfurado com cinquenta tiros, no mínimo. O caixão terá que ser fechado. - Dizia ele, ficando novamente amarelo. - Achei que iria vomitar. Os rostos ficaram irreconhecíveis. - Continuava a falar sem parar de gesticular. - Tudo indicava que o assassino estava com muito ódio na hora pelo nível do sadismo.
O pior de tudo que não se tinha nenhuma pista, além de especulações. Ninguém entrou no quarto do casal. A câmera de segurança não capturou absolutamente nada. O corredor continuou vazio e sem nenhuma movimentação durante há primeira meia hora que o casal estava no quarto... Não houve sinal de arrombamento. O quarto ficava no décimo lugar, não tinha como o assassino ter entrado pela janela. Também não houve sinal de luta corporal. O que indicava que possivelmente o casal foi surpreendido.
Nem os tiros foram escutados.Era óbvio que o assassino tinha usado um silenciador...
- Agora por quem? Quem teria motivos para matá-los? Poderia ser um crime passional ou de vingança. O detetive Mark iria investigar até obter respostas, o crime não ficaria imune. - Afirmou o policial com as mãos nos quadris, dando ênfase ao seu falatório. - Ele era muito bom no que fazia.
O detetive Mark tinha um motivo á mais para se dedicar ao caso: Foi o seu irmão Igor Cavalari que tinha sido assassinado...Parei de escutá-lo ao mencionar o nome
da vítima. Dei-lhe as costas e seguir em frente. Antes mesmo de partir, vi a surpresa estampada no rosto do policial.- Moça?. - Ele ainda gritou, mas a sua voz estava longe demais de mim.
Andei apressadamente para o meu carro. Desviei das pessoas, e não me importei em
esbarrar em outras. O meu corpo juntamente com os meus órgãos estavam frios. Eu não conseguia estabelecer um pensamento em minha mente. As pessoas pareciam um borrão em meus olhos. Deixei de distingui o meu redor.Entrei em meu carro. O celular apitava informando que era uma mensagem de voz.
Liguei para caixa postal e deixei que a mensagem vibrasse entre a lataria do carro.
- Carol...? Oi. Aqui é o Mark. Estou a um tempo tentando falar com você, não tenho uma boa notícia... Igor foi assassinado no hotel Grand Palace e estava acompanhado de uma mulher... Ligue-me assim que escutar essa mensagem, o assunto é delicado demais para falarmos por telefone... Meus pêsames”.
O meu olhar recaiu para a minha mão esquerda, um anel de ouro com diamante branco brilhava no meu anelar.
A minha aliança.
O meu marido tinha sido assasinado...
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SECRET - CAPRI
Mystery / ThrillerUm casamento perfeito aos olhos da sociedade. Mas será que longe dos olhos, o casamento continuava um sonho americano? A resposta é: Não. Com a desconfiança que o seu marido estivesse à traindo, Carolyna embarca em uma aventura. Um momento. Um sur...