Capítulo 8

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A balada tinha muitos jovens. Era alternativa, então, não era estranho encontrar pessoas do mesmo sexo se pegando. Fazia muito tempo que eu não pisava num ambiente deste e tenho que ser sincera em dizer que inicialmente a batida ensurdecedora da música me deixou um pouco incomodada. Eu era mais boêmia, gostava de coisas mais calmas, mas, a felicidade no rosto de Priscila não me deixou tecer nenhum comentário negativo.

Ela me puxou pela mão para próximo do balcão. Algumas pessoas se se esgueiravam para chamar atenção dos barmen. Mas, parecia que a Priscila era conhecida por
eles, já que bastou surgir no campo de visão deles que os três vieram atendê-la. Isso me deixou com a pulga atrás da orelha e também enciumada.

- Minha deusa do ébano. - Um moreno alto disse com um sorriso aberto para a Priscila. - Saudade de você, nunca mais apareceu.

- É mesmo, não pode nos deixar com saudade assim. - Um loiro confirmou.

- Está muito gata! - Um ruivo afirmou com um sorriso charmoso. - Acho que largarei o trabalho para ficar a noite inteira observando a sua beleza.

Priscila deu uma risadinha, e piscou para eles.

- Carl, Stefan, Lucca... Vocês são uns amores! Mas acho que essa atenção toda por mim está irritando os outros clientes.

Não eram apenas os outros clientes que estavam irritados. Eu também estava, tanto que puxei a minha mão e fiz uma cara
de poucos amigos. Aquela atenção toda direcionada á minha garota estava me deixando fora de mim! Queria furar os olhos dos três e depois servi-los nos drinques para os clientes.

- O que vai querer Lauren? - O tal do Carl perguntou, o moreno. Os outros dois foram atender os clientes que já estavam xingando loucamente.

- Dois martíni! - Priscila respondeu sem perceber a minha cara. - E capriche, por favor, você sabe como sou louca por martíni.

- O seu desejo é uma ordem, minha deusa. - Carl paquerou e virou-se para preparar o drinque.

Priscila riu novamente e virou-se para mim. A sua expressão mudou completamente ao ver a minha feição. Diferente de quando estava com o Igor, não fiz questão de omitir o que sentia. Queria que ela soubesse que eu não tinha gostado dessa abordagem patética e essa babação para com ela. Sim, eu tinha muito ciúmes dela, tanto que o meu corpo chegava a doer.

- O que foi? - Priscila me perguntou ao me enlaçar pela cintura e me puxar para ela.

Continuei muito séria. Cruzei os meus braços em frente aos meus seios para evitar que o contato fosse completo, mesmo que os nossos quadris estivessem coladíssimos e Priscila enfiou a sua perna entre as minhas. Quase que me sentei em sua perna, podia sentir a pele quentinha me chamando para roçar nela. Eu ainda estava excitada, querendo terminar o que tinha começado no sofá de sua sala...

Porém, eu não iria ceder aos meus instintos. Estou com raiva para deixar me levar.

- Que palhaçada foi essa? - Perguntei um pouco alto por conta da música. - Deusa
do ébano, saudade de você, cada vez mais bonita, o seu desejo é uma ordem... - Imitei a voz deles, depois me retruquei. - Essa porra toda?

Priscila não parou de me olhar, um sorriso muito lindo surgiu em seus lábios e iluminou o seu rosto. Ela tentou me abraçar com mais precisão, porém, não quebrou a barreira imposta pelos meus braços.

- Eles são gentis. - Ela respondeu e mordiscou o meu pescoço. Fiquei arrepiada e um suspiro escapou dos meus lábios.

- De onde vocês os conhecem? Eles são os seus clientes? - Perguntei mais enciumada ainda. Só de imaginar que um deles tocaram a Priscila, me deixava mais furiosa ainda. Um tremor tomou conta do meu ser.

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