Capítulo 7

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Devo admitir que a minha escolha me
deixou muitíssimo feliz. Naquele mesmo dia, dispensei os meus pacientes com a desculpa que uma paciente estava em trabalho de parto. Elas aceitaram a desculpa, até porque o meu trabalho exigia isso e fui aproveitar com Priscila. Descobri que ela tinha uma moto, e foi muito divertido andar nas ruas de Nova York em sua moto. Depois, ela me levou á praia, protagonizamos uma intensa cena de sexo em um canto escondido, propício para os casais. Era muito bom se sentir jovial, sentia cada parte do meu corpo vibrar. Eu estava feliz.

Mesmo quando cheguei em casa á noite e
a culpa quis me corroer, ainda sim, fiquei feliz. Eu estava com imensas borboletas em meu estômago que sempre batiam as asinhas quando via a Priscila...

Eu não tinha falado com Igor. Ele tinha ligado e falado com o Thor. Disse que estava com saudade, e que voltaria logo para casa. Eu não me importei com a sua ausência, era melhor para mim. Eu podia ser livre da forma que sempre quis.

E foi pensando em minha liberdade que programei uma saída com Priscila. Era sábado. Iríamos passar o dia juntas, e depois faríamos uma programação de noitada. Estava escolhendo as roupas quando a campainha tocou.

Desci para atender. Era o meu cunhado. Mark Cavalari. O irmão mais novo do Igor. No início, o Mark desenvolveu uma paixão platônica por mim, mas como eu estava muito encantada com o Igor, não lhe dei atenção. Talvez, se eu tivesse escolhido o Mark, minha vida não estaria assim.

- Olá Mark. Entre. - Eu disse e me afastei para que ele entrasse. - Thor! O seu tio já chegou. - Voltei a olhar para ele. - Obrigada por ficar com ele, Mark. Eu estaria em maus lençóis se não fizesse isso por mim.

Mark sorriu. Ele era muito bonito. As laterais de suas bochechas formaram graciosas covinhas. Lembrava um pouco o Igor, a feição máscula, os cabelos encaracolados. A diferença era a cor dos olhos, do Mark era um castanhos escuros.

- Não precisa agradecer, você sabe que eu faço tudo o que me pede. - O Mark respondeu, então, olhou para o meu pescoço. Franziu o cenho. - O que aconteceu com o seu pescoço?

Droga! Eu tinha esquecido completamente de cobri-lo. A sorte que os hematomas estavam se dispensando e não parecia mais com marcas de dedos. Dei de ombros e dei um sorriso meio sem graça.

- Fiz a besteira de tentar alcançar o meu chapéu que tinha caído no quintal do vizinho pela grade. Consegui passar minha cabeça, mas não os meus ombros. O meu pescoço ficou na grade. Foi horrível. - Fiz uma careta e balancei a mão. - Bateu um desespero muito grande, achei que morreria sufocada ou teria que chamar os bombeiros e pagar o imenso mico de ser a mulher presa na grade.

Mark não parecia acreditar muito bem na estória. Devo admitir que foi bem surreal. Mas tentei demostrar convicção.

- E como conseguiu se soltar? - Ele me perguntou com os olhos apertados. Tinha esquecido que o Mark era detetive.

- Por um milagre... Oh, aqui está ele! - Dei graças a Deus por Thor ter aparecido.

- E aí, garotão! - Mark o apertou pelo ombro e deu uma tapinha.

- Oi tio Mark. - Thor cumprimentou com um sorriso.

- Pronto pra um dia de aventura? - Mark perguntou.

- Sim! - Thor gritou.

Nós rimos. Dei um beijo na cabeça do meu filho que correu para o carro do tio. Agradeci novamente para o Mark, tinha usado como desculpa um parto de gêmeos que assistiria em Los Angeles.

- Já disse, não precisa agradecer. Eu amo o meu sobrinho, é um menino muito inteligente e divertido. - Mark me olhou. - Você está diferente, Carol. Parece que está radiando luz. -  Sorrir para o meu cunhado. - Está muito mais bonita, encantadora.

SECRET - CAPRIOnde histórias criam vida. Descubra agora