Han Seojin. Eu poderia facilmente esbarrar com ela, será que ela está envolvida com o preço baixo do aluguel? Será que ela já sabe que estou hospedado aqui? Por que ela ainda não falou comigo?
- Com licença. - Chamei a atenção de um funcionário, ele me olhou atento.
- Como posso ajudar? - Pergunta.
- A dona, Han Seojin, onde se encontra? - Perguntei, ele pensou um pouco e me respondeu.
- Está de férias. - Conclui. - Volta amanhã ou depois de amanhã, não posso dizer ao certo. - Eu agradeço e entro no quarto, será que ela vai falar comigo novamente? Que assunto era aquele de antes? Por mais que eu não quisesse nenhum contato íntimo, a dúvida ainda se instaura na minha mente de forma vivida e eu preciso sancionar meus questionamentos, acredito veemente que ela saiba as respostas. Eu apenas tomei banho e dormir quando cheguei, amanhã eu tenho que trabalhar logo cedo e estudar pelas provas que se aproximam a cada dia.
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- Ela é muito minha amiga. - Disse o senhor Bang quando comentei sobre a dona daquele prédio. - Han Seojin é uma mulher gentil e muito prestativa, me ajudou a construir essa loja. Mas, por que pergunta?- Eu deveria agradecer pela oportunidade da estadia. - Eu disse.
- Ela irá se sentir contente com isso, sabe, há tempos ela dizia sobre um sobrinho que foi tirado dela. - Eu me arrepiei. - Ela sempre se emocionava e chorava as vezes, eu nunca entendi muito bem a história, só sei que os pais da criança morreram. - Eu segurei umas lágrimas solidárias, nunca conheci meus pais, nunca tive a chance de falar com eles, mas por que Minho disse que eles me abandonaram? Eles estão mortos, certo? Ou morreram depois disso? Eu não deveria me importar, eu não posso me importar com alguém que não conheço.
- Entendo. Espero ela o encontre. - Digo, talvez com uma certa sinceridade. Eu queria poder falar mais uma vez, nem que seja a última. Eu realmente quero.
- Eu também. - Sorriu e atendeu um cliente. Eu me perdi em meus pensamentos, tentava deixar minha mente em branco, mas não conseguia, fazia um tempo que eu não tirava a possibilidade de encontrar minha tia. E pior, e se eu encontrar Lee Minho? Ele provavelmente já me esqueceu. O que ele poderia estar fazendo agora?
Ponto de vista de Lee Minho.
Eu conseguia sentir a dor de cabeça me invadir, o cigarro não me acalmava, o ver ali com a maldita mala, o olhar determinado, o corpo firme e as palavras precisas me fez borbulhar em ódio. Eu poderia simplesmente lançar meus feromônios, o ver perder as forças e o forçar a ficar ao meu lado como um bom ômega submisso, mas ele tem essa urgência de querer viver. Se formar em uma faculdade, trabalhar. Porra, o que custa apenas ficar ao meu lado?
Eu não disse nada. Se eu dissese que efeito surtiria? Eu queria xinga-lo e dizer coisas que ele deveria escutar. Mas decidi deixar para o dia de amanhã, eu sei bem para onde ele vai, o celular foi grampeado na primeira oportunidade, os passos são observados pelos meus homens. Amanhã de manhã ele não escapa. Eu vou o trazer e o prender em correntes se for necessário. O portão foi fechado e eu suspirei, apaguei o cigarro e olhei no GPS onde ele estava indo.
Changbin... claro que lembrei dele. Eram melhores amigos no orfanato. Revirei os olhos e observei. Não demorou muito até eu perder o sinal da sua localização. Meu celular tocou uns segundos após.
- Senhor Lee. Perdemos Han Jisung de vista e o endereço estava errado, não há nenhum morador chamado changbin lá. - Eu me levantei totalmente atordoado. O nível de preocupação e principalmente raiva subiu e atingiu todo meu corpo. Eu mandei pelo menos dez homens circularem pela região durante dois dias. E nada de Han Jisung. Ele havia sumido.
Uma semana depois. Eu não sabia mais o que era viver. Desde que o conheci há dois anos atrás eu não desgrudei meu olhar dele, desde o início havia essa ligação. Meus pais que notaram, os pais de Han eram muito próximos do meu, eu nasci como um dominante e apenas poderia procriar com outro dominante e quando Han nasceu foi uma tremenda surpresa. Os pais eram normais, o que o tornava mais especial ainda. Um ômega dominante. Eu vivi minha vida normal, sem me importar com isso, com essa parceria arrajanda que meus pais tanto insistiam. Os pais de Han morreram em um incidente e ele acabou indo para o orfanato da família.
Eu diria que não foi uma coincidência Han nunca ter sido adotado. Mas quando eu o vi pela primeira vez já crescido, foi um tipo de amor a primeira vista. Eu queria agradecer meus pais pela insistência em continuar a linhagem dominante, eu diria que é algo tão raro que é quase impossível uma família apenas de dominantes, mas aqui estamos. E se for com Han Jisung, ele podia ser um beta ou o que for, eu quero me casar com ele.
Mas, ele está desaparecido há uma semana. E eu não consigo dormir adequadamente, vem sendo difícil conviver com sua ausência. Eu deveria ter tido mais cuidado, me aproximado devagar, mas eu tava com uma urgência tamanha em o ter em meus braços. Eu não sinto culpa ou remorso, invés disso, eu sinto raiva. Raiva por ele ter ido e raiva por eu ter deixado. Se eu soubesse antes...
Ainda estou a sua procura. Um semana que logo se transformariam em duas, mas não importa, eu vou o achar e nunca vou o deixar sair novamente. Ainda havia pessoas o procurando, havíamos rastreado seu celular e descobrimos que havia sido vendido, aquela pousada foi o último canto que falaram que o viram. Tinha cerca de vinte pessoas o procurando nas redondezas. Meu coração estava aflito e o sentia cada vez menor no meu peito. Me perguntei quando eu deixei que esse sentimento escapasse e me aflingisse de uma forma descomunal, mas eu cheguei a conclusão que eu nunca evitei o amar.
De começo, um amor arranjado, com anos dizendo que eu deveria casar com um dominante, que eu deveria parar com minha vida anterior tão livre e passar a imaginar um futuro com uma família sólida, achava besteira até ter a sensação de o ter em meus braços pela primeira vez. Eu deveria sim, casar com ele. Está tudo determinado até mesmo por mim. Ele só deve colaborar.
- Senhor Lee. - Um beta apareceu na minha frente enquanto eu mexia em alguns papéis não exatamente prestando atenção. - Han Seojin chegou de viagem e está se encaminhando até seu prédio.
- Como assim? Ela concordou em ficar um ano fora. - Digo. - Me passe o endereço desse prédio. - Mais um problema aparecendo na minha vida, eu não poderia de jeito nenhum deixar Seojin responder todas as dúvidas de Jisung. Foi por isso que eu dei aqueles milhões para que ela fosse embora, um ano seria o suficiente para que eu e Han nos cassasemos, certo?
Me levantei totalmente estressado, vou me livrar daquela vadia e procurar Jisung adequadamente. Dispensei o motorista e fui sozinho de carro, o que aquela maldita fez com o dinheiro? Nem faz tanto tempo. Será que ela veio atrás de mais? E se ela encontrar Jisung antes de mim? Dessa vez, eu realmente vou mata-la, me segurei por ser parente de Han, mas não posso suportar mais. Eu devo ser a única família do ômega, eu deveria acabar com ela o quanto antes. Saí do carro e olhei as horas, oito da noite, espero que ela esteja aqui. Comecei a caminhar até a entrada, um prédio mais luxuoso do que eu pensei.
Meus pés pararam, como se cola quente estivesse encobrindo esse asfalto, como se eu tivesse caído em areia movediça e afundasse a cada respirava que eu soltava, meus coração estava tão disparado que eu pensei que seria meu fim, meus olhos era a única coisa que mexia analisando toda a cena. Han Jisung está diante de meus olhos, parecia cansado mas ainda assim alegre, a pessoa ao seu lado o acompanhava conversando alguma baboseira. Quando Han parou na frente do prédio, aquele homem o deu um buquê de flores que havia tirado detrás das costas. Eu não entendi.
Eu não entendi como ele teve coragem.
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Delusion •minsung
FanfictionO diretor novo do orfanato é um alfa que Han Jisung tem propriedade em falar o quanto o odeia. Mas, não seria esse mesmo alfa que despertou em seu coração os variados sentimentos que experimentava superficialmente através de livros?