11.

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Ponto de vista de Han Jisung.

Consegui terminar o dia um pouco mais tarde que o normal, havia muitos clientes e por último, eu atendi o sobrinho do dono. Bang chan. Um amigo.

- Então, o quê vai levar hoje? - Perguntei sorridente.

- É para alguém especial. - Ele comenta. Eu me pergunto se ele tem namorada.

- Que tipo de flores esse alguém gosta? - Olhei ao redor.

- Não sei exatamente, que tipo de flores você gosta, Han Jisung? - Eu senti minhas bochechas ficarem tão quentes que se eu as tocasse poderia me queimar. - Eu quero saber. - Eu percebi que ele olhava minha expressão e desviava o olhar dos meus olhos para minhas bochechas.

- Bom... - Comecei. - Eu gosto de flores do campo, como as tulipas. - Disse e ele me olhava atentamente enquanto eu falava minhas preferências.

- Eu quero um arranjo de flores de campo, as mais lindas que você achar. - Eu não sabia que tipo de jogo era esse, mas eu montei o buquê com todo meu esforço, deixando lindo e colorido.

- Aqui está. - Ele pagou e saiu. Por um momento, pensei que ele me entregaria e eu riria acanhado, logo minhas flores preferidas. Suspirei e comecei a fechar a loja. Tirei o avental para eu não me sujar de terra, lavei minhas mãos e peguei meus pertences, comecei a ir até o prédio que estou hospedado, me sinto um pouco cansado dessa rotina, mas não estou achando ruim. Do quê estou falando? Um emprego bom, um lugar para morar decente e um amigo prestativo. Céus, eu devo estar ficando louco. O pouco tempo na mansão me fez esquecer que aquele nunca foi o meu lugar. Meu lugar é aqui, trabalhando para sobreviver, algo que Lee Minho, um herdeiro, nunca precisaria passar na sua vida. Avistei o prédio e passei a caminhar mais depressa, estava cansado e queria chegar rapidamente.

- Han Jisung! - Ouvi uma voz e me virei alarmado. - Você está indo embora? - Apenas Bang Chan.

- Sim, por hoje já acabou. - Passei a caminhar e ele estava ao meu lado.

- Desculpe se te assustei. - Ele notou.

- Pensei que fosse outra pessoa. - Digo sincero.

- Se você achar essas ruas estranhas eu não me incomodo de te acompanhar todos os dias. - Eu sorrio.

- Não precisa ser tão gentil, você já fez muito mim. - Digo, parando na frente do prédio, ainda com um sorriso em meus lábios.

- Aceite isso. - Era as flores de antes. - E aceite também minha companhia depois de um dia cheio.

- E-eu... - Eu havia até mesmo esquecido das flores. Que surpresa, se eram realmente para mim, ele me considera alguém especial? - Obrigado...

- Não fique tímido. Te vejo amanhã. - Ele sorriu para mim uma última vez antes de partir. Eu dei a volta e comecei a entrar no prédio com uma sensação estranha de ser observado durante esse espaço de tempo.

- Com licença. - Uma voz feminina me chamou. Me virei rapidamente e a vi. Han Seojin. - Você tem um minuto? - O quê eu deveria dizer? Eu tenho muitas dúvidas e talvez essa seja a chance de sancionar de uma vez por todas.

- Sim. - Digo. Mas, um pressentimento ruim acende em meu peito de uma forma descomunal e eu prevejo que talvez algo de ruim vá acontecer comigo, ou com alguém ao meu redor.

- Só um minuto. - Ela diz, após seu celular tocar em seu bolso. Ela atendeu afastada e parecia apreensiva ao discutir com alguém no telefone. Suspirei, quem poderia ser? Lee Minho? Não... não é possível, eles não tem nenhum meio de contato. - Desculpa a demora. - Ela diz sorrindo. - Eu posso marcar para amanhã? Surgiu uma reunião de última hora. - Ela diz, mas eu percebi o suor frio escorrer pela sua testa e ela limpar rapidamente. Ela me abraçou apertado. - Vá embora, ele sabe que você está aqui. - Sussurou e eu senti todo meu corpo congelar, ela logo me soltou e saiu do prédio, eu estava estático.

Comecei a tremer involuntariamente, meu coração disparou e o ar começou a faltar. O quê é isso? Uma crise de pânico? Só pode estar brincando. Reuni minhas forças e comecei a caminhar até meu quarto, peguei minha mala e joguei todas minhas roupas dentro, eu não tenho o quê temer, certo? Ele não vai me alcançar agora, ele não pode ser tão rápido, a não ser que... ele já esteja aqui.

Ponto de vista de Lee Minho.

Eu estava irado. Dei meia volta e entrei no carro, o que eu deveria fazer? Quebrar as mãos que ele usou para dar aquelas flores? Arrancar todos os dentes daquele sorriso? Eles fizeram alguma coisa íntima? Porra, se tiverem feito eu não vou aguentar, eu vou matar os dois. Não. Han Jisung... porra. Me encostei no volante do carro, tentando acalmar meus sentimentos e respirei fundo. Eu deveria saber disso. Liguei para Taewan, pedindo para que ele investigasse alguém para mim e liguei para Seojin. A vadia deve estar lá dentro, esperando para cuspir mentiras. É a porra da vontade dela me ver no fundo do poço.

- Han Seojin. - Digo. - Você voltou, onde está? - Pergunto.

- Como assim? - Aquela voz irritante e fina. - Estou fora ainda. - Diz.

- Eu sei onde você está, eu sei que Han Jisung está nesse seu prédio, eu sei de tudo. - Eu escuto uma respiração pesada. - Ou você cala a boca e vem aqui fora ou eu entro aí e mato vocês dois.

- Você não se atreva a encostar em um fio de cabelo nesse menino. - Eu rio.

- Você sabe muito bem do que eu sou capaz. - Ela parecia falar alguma coisa, mas desligou. Não demorou nem dois minutos até ela sair do prédio e avistar meu carro já há alguns metros de distância. Ela entrou rapidamente e parecia com raiva quando me viu.

- Eu vou te devolver o dinheiro. - Ela diz. - Vou te devolver o dinheiro e você vai me deixar em paz.

- Não há mais o quê devolver, acordo é acordo. - Ela olhou para frente, parecia estar procurando alguém.

- Eu vou trazer Han comigo, vamos sair do país se essa for a única solução. - Caralho, que mulher irritante.

- A única opção que você tem é pegar o dinheiro e sair da minha vista, e nunca mais falar com Jisung novamente. - Falei.

- Isso nunca vai acontecer. - Ela saiu do carro e isso me deixou tão sem escolha, que eu peguei a arma no meu porta-luvas, adicionei o silenciador e guardei no bolso antes de sair do carro.

- Você sabe o que vai acontecer, não sabe? - Pergunto. Ela para os passos e vira para trás. Tiro a arma do bolso, a deixando visível. Ela recua. Eu sorrio e guardo novamente. - Você sabe.

- Eu... - Ela parecia não ter argumentos. Claro, quem argumentaria quando sua própria vida está em risco?

- Entra nesse carro que eu te levo paro o aeroporto. - Digo sério e ela ponderou, pensou e tomou uma decisão. Ela decidiu ir. Entrou no carro e durante toda a viagem não disse uma palavra, mas as lágrimas molhavam seu rosto. - Você deveria guardar essas lágrimas para depois.

- O quê? - Paro o carro em uma estacionamento há alguns kilometros do aeroporto, mesmo que ainda desse para o ver.

- Para você derramar com motivo. - Digo e não demorou dois segundos até seu corpo ser puxado do carro, eu olho três homens a levarem e suspiro, dou partida e vou até o prédio, Han Jisung é o próximo. Claramente ele é o próximo que vou atrás, tem que ser ele, por que não seria ele?

Droga, estou ficando ansioso pensando em quando o pegar e o tiver a minha mercê, totalmente ao meu poder, diante do meu controle, ele nunca vai pisar fora daquela mansão se depender de mim, eu devo, devo garantir que isso aconteça. Afasto pensamentos que corroem minha mente e estaciono o carro próximo ao prédio. Saio com tranquilidade em saber que em breve vou colocar minhas mãos nele.

- Onde fica o quarto de uma pessoa chamada Han Jisung? - Pergunto a recepcionista. - Sou uma visita.

- Han Jisung? - Ela parece procurar no sistema. - Não reside mais aqui, saiu há trinta minutos.

Meu plano escorrega entre meus dedos e eu poderia facilmente colocar uma bala na cabeça de qualquer um que passasse por aqui. Mas eu deveria guardar. Agradeço e saio. Han Jisung... você está perto, não está?

Delusion •minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora