ATENÇÃO! ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE ATAQUE DE PÂNICO, ABUSO PSICOLÓGICO, SOBRECARGA EMOCIONAL E MENÇÃO A TOQUE CORPORAL NÃO-CONSENSUAL. SE VOCÊ FOR SENSÍVEL A ALGUM DESSES TEMAS, NÃO LEIA. PRESERVE SUA SAÚDE MENTAL.
Peço para que o motorista acelere o máximo possível, porém pegamos horas de congestionamento na cidade.
Ao estacionar, salto para fora do carro e entro em casa, a primeira pessoa que vejo é Naomi correndo até mim esbaforida e com o semblante exalando preocupação.
- Onde ele está? – pergunto ansioso.
- No quarto de sua mãe, eles estão lá, de portas fechadas a mais de uma hora. Ele ainda não comeu nada, pois ela o pegou assim que chegamos da consulta. Os escravos dela o seguraram e carregaram lá para cima e ela não deixa ninguém entrar. – Naomi solta tudo de uma vez, nem ao menos parando para respirar, coisa que também não consigo fazer.
Corro para o andar de cima, correndo diretamente para o quarto de minha mãe, segurando na maçaneta e a girando com força, mas a mesma encontra-se trancada.
-ABRA AGORA ANTES QUE EU DERRUBE ESSA PORRA! – esbravejo enquanto esmurro a madeira pesada.
Segundos que parecem horas se passam e estou pronto para bater novamente quando a mesma se abre totalmente e a cena que vejo é trava as batidas do meu coração por um momento.
Minha mãe está sentada em frente à penteadeira de seu quarto se maquiando e com um dos seus escravos arrumando seus cabelos em um penteado complicado enquanto Ethan está ajoelhado no centro do quarto com a cabeça no chão e a bunda empinada, quase inteiramente nu, se não fosse por todas as amarras presas em si.
Há um capuz preto de látex cobrindo todo o seu rosto, uma mordaça fortemente presa na boca, os braços presos às costas por uma corda vermelha que transpassa seu tórax e desce com um nó que aperta em cima do seu membro contido à uma jaula de ferro de forma que tudo se torne ainda mais doloroso dolorosa, além do outro pressionado o plug em sua bunda. Posso ver seu peito subindo e descendo rapidamente.
-Fiz metade do seu trabalho já cuidando dos preparativos para a festa, é assim que um escravo dos Petrov deve parecer. Não precisa me agradecer. – Ela nem ao menos desvia os olhos de seu reflexo enquanto fala comigo.
-Você está completamente louca. – Murmuro estarrecido.
-Você que está louco se acha que vou deixar você levar o nome dessa família para a lama assim como sua irmã. Apesar de que também darei um jeito de colocar juízo na cabeça dela em breve.
Não tenho tempo de responder quando ouço um gemido sofrido e arrastado, seguido de um fungar profundo vindo de Ethan. Então faço o que eu deveria ter feito assim que entrei nesse quarto, pego-o em meus braços e saio correndo para nosso quarto com o som da risada de minha mãe ao fundo.
Naomi me encontra no corredor e corre na minha frente afim de abrir a porta do quarto.
O corpo de Ethan em meus braços pega fogo, sugerindo uma forte febre. Coloco-o na cama e pego um canivete suíço da mesa de cabeceira, cortando todas as cordas que restringem o corpo dele.
Assim que tem as mãos livres, Ethan se senta na cama desesperado, quase me derrubando devido ao susto repentino. Ele tateia atrás da cabeça para soltar a mordaça com as mãos tremendo querendo arrancá-la de qualquer forma. Sinto a angustia e a agonia fluindo dele em ondas, atingindo-me como um tsunami. Seguro-o pelos ombros enquanto tento falar com ele.
-Amor, por favor, eu vou tirar isso de você, eu juro que vou, mas preciso que você me deixe ajudá-lo, por favor Ethan, eu estou aqui com você agora querido.
Ele tira as mãos devagar e eu rapidamente corto as correias de couro e puxo o capuz para fora de seu rosto totalmente molhado de suor e lágrimas. Seus olhos vermelhos me atingem como um soco enquanto Ethan soluça cada vez mais forte.
Tento tocá-lo mas ele se arrasta para trás, se ajoelhando na cama e dando um grito cheio de dor, arranca o plug de si mesmo e passa a mão pelo pênis ainda enjaulado.
-TIRA DE MIM, TIRA ISSO DE MIM, POR FAVOR!
Corro até ele e abraço-o mesmo que ele tente me afastar afim de impedi-lo de se machucar. Ethan se debate enquanto continua gritando.
Seguro sua cabeça em meu peito e deixando-o me socar. Minutos depois a respiração dele engata e ele me encara com os olhos arregalados, a mão voando para a garganta enquanto puxa o ar. Me desespero por não saber o que está acontecendo quando Naomi aparece ao nosso lado e puxa a atenção de Ethan para ela enquanto ainda tenho ele em meus braços.
-Ethan, presta atenção aqui, meu bem. Conta os dedos da minha mão comigo de trás para frente, vamos...10, repete Ethan, conta. – Ela diz duramente enquanto levanta as palmas das mãos abertas na frente do rosto de Ethan.
Eles contam juntos duas vezes até que a respiração de Ethan começa a normalizar e o corpo dele amolecer em meus braços.
-Muito bem, querido, você foi muito bem. Um menino tão corajoso. – Ela diz, esfregando as costas dele. – Ouça o coração de Kai e respire junto com ele. Isso mesmo, muito bem.
Aperto-o mais em meu peito e o sinto seus braços passando ao redor de minha cintura. Controlo minha respiração para ajudá-lo.
-Dói, dói tanto, senhor. – A voz de Ethan é tão fraca que se ele não estivesse tão próximo, não se se conseguiria ouvi-la.
-Eu sei, amor. Vai passar, eu juro que vai.
Seguro as lágrimas que querem cair e sinto Naomi retornando ao quarto com uma bandeja quando nem ao menos a vi sair. Ela me entrega uma chave e sussurra no meu ouvido.
-Para abrir a gaiola. Peguei com a sua mãe e disse que era porque você quer "brincar" com ele, então não saia por agora. Qualquer coisa que precisarem, estarei próxima ao telefone da cozinha. Ligue e virei correndo.
Acenei e a vi saindo do quarto após deixar alguns comprimidos e um copo com suco na mesa de cabeceira.
-Amor. – falo calmamente. – Eu tenho a chave, preciso que você se deite para que eu possa tirar isso de você.
Leva alguns minutos até que ele se afaste, chorando baixinho. Tiro com calma para não o machucar mais e jogo do outro lado do quarto junto ao plug que estava em cima da cama. Pego os comprimidos e o suco, oferecendo a ele.
-Consegue tomar isso, por favor? Naomi que trouxe, vai te ajudar.
Ele acena devagar, ajudo-o a se sentar e beber todo o suco em pequenos goles junto aos remédios.
Deixo o copo de lado e me aproximo dele, não querendo invadir seu espaço.
-Posso me deitar com você? – pergunto receoso.
Ele acena novamente e me posiciono a seu lado, o puxando para o meu peito e abraçando-o com força. Jogo o cobertor pesado sobre nossos corpos juntos e Ethan se aninha mais a mim enquanto suas lágrimas molham minha camisa.
Não sei quanto tempo se passa, mas posso ver sua respiração está normalizada e profunda, ele finalmente dormiu, e minha mente acordou para as diversas formas que farei todos pagarem pelo que fizeram com meu garoto.
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E não é que surtei e escrevi dois capítulos no mesmo dia?? Que isso, a voz dos anjos sussurrando no meu ouvido? Kkkkkkkk não esqueçam de votar e comentar, ajuda muitoooooooo.
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Lançados à Sorte
RomanceEm um país distante, leilões de escravos são feitos livremente para as famílias mais ricas e poderosas. Os terceiros filhos das famílias pobres são dados para este tipo de prática em troca de moedas de ouro que garantem o sustento durante muitos ano...