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Um dia comum de aula no nono ano do fundamental, ao todos irem a escola nada indicava que choveria, apenas quando as aulas estavam em seu fim que o céu fechou, o tempo ficou úmido e frio, a previsão diria que haveria chuva neste horário, mas quem vê previsão de tempo? Al-Haitham. Por ter visto, levou um guarda chuva, apenas por precaução e no fim o salvou de ter que chegar em casa tarde ou encharcado.
— Tantos momentos pra chover, tinha que ser na hora exata da saída?! — Kaveh perguntava indignado enquanto seu amigo, Tighnari, ria e seu seu outro... “amigo”, digamos assim, observava a multidão de alunos no portão da escola.
Cyno e Kaveh não eram tão próximos ao ponto de serem amigos, mas nem tão longínquo para serem somente conhecidos, a única conexão que tinham era Tighnari. Mas com Al-Haitham não era assim, Kaveh e Al-Haitham eram definitivamente amigos, andavam pra lá e pra cá juntos, normalmente com o loiro falando sobre várias coisas e o platinado quieto ouvindo cada palavra que o outro dizia. Porém, tudo acabou em uma briga, uma briga um tanto quanto besta, era até inacreditável que haviam brigado de forma tão absurda por conta de opiniões opostas. Após este conflito, não estavam mais se falando, mesmo que algumas vezes trocassem olhares carregando saudades e ódio.
Um carro preto parou em frente o portão da escola, com o pai de Tighnari dentro. Ele sempre ia buscar Tighnari e Cyno na escola e em qualquer lugar que estivessem, afinal, moravam no mesmo prédio e eram amigos, por que não dar uma carona?
— Cyno, meu pai chegou, vamos. — Ele dizia enquanto entrelaçava seu dedo mindinho ao do moreno. — Tchau Kaveh, tente não pegar um resfriado quando estiver voltando para casa. — Tighnari falou com seu tom amigável de sempre, assim como sua expressão. Cyno apenas acenou e seguiu o outro.
— Tchau... — O loiro acenou para seus amigos, invejando a relação dos dois, ele nunca teve essa sensação, mesmo quando era amigo de Al-Haitham, ainda era como se fossem distantes, mas com Cyno e Tighnari era diferente, eles eram impressionantemente próximos.
“O jeito vai ser ir na chuva.” Kaveh pensava se lamentando por ter que chegar em casa completamente molhado, logo se alongou e começou a correr para que chegasse mais rápido em casa e tivesse menos tempo de se molhar. Nesta correria, parou debaixo de uma árvore para recuperar o fôlego, lá viu um gatinho filhote encolhido entre folhas, se sentiu mal de simplesmente deixá-lo naquelas condições, então tirou sua blusa de frio oferecida pela escola e ficou apenas de uniforme normal. Enrolando o gatinho nesta blusa, não havia condições de voltar para casa com uma chuva tão intensa e o gatinho no colo, então ficou de baixo da árvore esperando que os pingos de água diminuíssem.
— Não é bom ficar de baixo de árvores enquanto chove. — Uma voz calma conhecida foi dirigida a Kaveh, que imediatamente tirou o olhar do gato e redirecionou para a figura que estava em pé ao seu lado.
— ... — Não sabia o que dizer pelo fato de ser alguém que ele imaginava nunca mais ter a oportunidade de conversar. Al-Haitham. — Não tenho guarda chuva. — Respondeu de forma direta e seca, o que era estranho, já que o loiro costumava responder a todos de forma gentil.
— Vem logo. — Falou enquanto colocava o guarda chuva embaixo de Kaveh e seu novo gato, indicando que ele o deixaria em casa. O garoto com o animal se levantou sem questionar e começou a acompanhar o menor, sem olhá-lo.
— O que está fazendo? Achei que me odiasse. — O mais alto perguntou genuinamente confuso.
— Quando foi que disse que não? Te odiar não significa que devo te deixar para morrer com um raio na cabeça só porque é burro demais para procurar um lugar descente para se esconder da chuva. — Cuspiu palavras rudes e arrogantes, como sempre.
— Pensei que tivesse engolido seu orgulho para ser um pouco gentil e prestativo, mas me enganei. — O outro disse revirando os olhos se sentindo idiota de ter pensado que Al-Haitham realmente pudesse ser diferente.
— Estou sendo gentil demais levando alguém como você para casa.
— Al-Haitham, você é melhor de boca fechada.
— Digo o mesmo para você. — Após isto os dois ficaram quietos e seguiram o caminho até a casa de Kaveh em total silêncio. Mesmo que quisessem admitir certos sentimentos um para o outro, o orgulho e o ego eram muito presentes neste momento para que falassem de coisas bobas como a que queriam. Mas logo esta situação desconfortável se encerrou.
— Obrigado por me trazer. — O maior falou sem olhar diretamente para o platinado.
— De nada. Adeus. — Respondeu enquanto se virava para ir para sua própria casa.
— Al-Haitham. — O chamou, sem indicar nenhum sentimento em sua voz. Logo ele se virou novamente e olhou para o outro.
— Diga. — Seco e curto como sempre.
— Eu gosto de você. No sentido romântico. — Al-Haitham não o respondeu, apenas continuou observando-o sem expressar nenhuma emoção. — Não quero que responda o que sente, porque sei que não sente nada. Tchau, ou... adeus. — Completou a frase se despedindo, virando-se para entrar em casa. O menor ficou lá por alguns segundos, completamente imóvel, mas após um tempo se virou para ir até sua própria casa.
Esse assunto nunca mais foi discutido entre eles.
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One Shots HaiKaveh
FanfictionOne shots (com headcanons) de HaiKaveh pra quando eu estiver com vontade de escrever, porém com preguiça de escrever fanfics elaboradas. NÃO há capítulos com sexo explícito.