A FILHA DA GUERRA ; negan smith.

004; DAMA E CAVALHEIRO

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Por muito tempo, eu achei que Negan era um homem insensível que só se importava com o próprio ego, porém, hoje eu conheci a sua verdadeira face. Ele é um cara que usa o sarcasmo para se defender de todos os sentimentos que ele não pode controlar, ou não quer.

Quando tudo explode, ele chega ao seu limite, usa a Lucille e mata a primeira pessoa que vê pela frente. Não posso ser hipócrita, pois o entendo, ele e eu temos uma personalidade parecida, mas a diferença é que eu não tenho um taco de beisebol enrolado em arame farpado, muito menos sociopatia.

Porque psicopata, ele não é. Tenho certeza disso.

Ele estava abraçado a minha cintura protegida por sua camiseta branca enquanto tinha os olhos fechados, ele  não dormia, apenas aproveitava o silêncio da noite para tentar descansar um pouco, o carro não era muito grande e estávamos praticamente embolados em uma só parte do banco. Enquanto ele se sentia confortável em meus braços, eu praticamente tremia de frio, mesmo com seu abraço.

Por mais que não pareça, o meu corpo era pequeno perto do dele, então, era fácil de seu braço me preencher, e eu amava aquilo, o jeito que ele me tocava ou como me mantinha perto dele, não estava apaixonada, longe disso, mas amava ficar daquele jeito com ele.

Olhei para o lado, vendo Lucille jogada no chão do carro, não havia a visto ali, respirei fundo, esticando o meu braço, e logo alcançando o taco caído ao assoalho do veículo. Ao segurar o objeto, sorri fraco passando o meu dedo indicador entre o arame farpado.

— O que acha dela? — escuto Negan perguntar.

— Ela é linda. — respondi.

— Ela é demais, eu estava vindo para fora pegar ela no carro, quando te encontrei.

— Como a achou e a fez sua? — quis saber. 

— Um dia eu te conto, morena. 

— Tudo bem... — murmurei. — Carinha, eu sei que está confortável, mas eu estou com frio.

— Quer entrar? Pode ficar no meu quarto comigo, eu acredito que se entrar no seu e no da Ellie, vai acabar a acordando.

— Eu falo qualquer coisa, o problema maior vai ser se ela me pegar saindo seu quarto.

— Já está me dispensando, Hayley?

— Não.

— Uma noite, vai. Não custa.

Após estarmos vestidos, caminhamos com cuidado para dentro do prédio, Negan segurou em minha mão entrelaçando nossos dedos me guiando para o seu quarto, ao chegarmos em seu aposento, não tive uma visão clara do lugar, apenas de alguns lugares, por conta da iluminação da lua que entrava pela janela, conseguia visualizar os sofás, a cama, mesa de centro —, nada muito específico até Negan acender a luz.

Tudo no quarto dele era perfeito, desde os móveis até a estrutura do lugar, caminhei até o lado esquerdo do quarto, onde ficava a cama, vendo uma estante que separava a parte da sala e quarto, da cozinha. Me vi maravilhada perante alguns livros, segurei um deles o observando com cuidado, logo sentia mão de Negan abraçando a minha cintura apoiando o seu queixo em meu ombro. 

Por alguns minutos, perdi o meu raciocínio.

— Já leu? — ele perguntou.

— Uma aflição imperial? Muitas vezes. — sorrio. — Eu acho lindo, mas confuso, nada a ver o livro acabar no meio de uma frase.

— Acha que a Ellie vai gostar?

— Provavelmente sim.

— Amanhã eu entrego para ela.