CAPÍTULO IV: - COMO EU CONHECI O CHRISTIAN

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COMO EU CONHECI O CHRISTIAN


Tal como eu havia dito que era assunto para um outro capítulo, então és aqui o capítulo.

É sabido por vós que a cinco anos atrás eu estava prestes a entrar em um avião quando recebi a triste notícia do falecimento do Eugênio. Sabe-se também que eu tive que fazer um escolha entre ir ou voltar para âncora que já havia se levantada.

Eu decidi prosseguir, entrei no avião e me desliguei de tudo que me ligava ao passado e simplesmente quis viver um novo começo e distante das cobranças das consequências.

No vôo ao país que eu tivera escolhido como um novo começo, o avião apresentou algumas falhas que fomos obrigados a fazer uma paragem de emergência num outro país que durou no mínimo cerca de seis dias cheios.

Foi neste país que eu conheci o Christian na piscina do hotel em que fiquei hospedada por esses dias.

O Christian chamou a minha atenção logo de primeira. E a sorte fora que o mesmo sempre teve atitude, pois caso não tivesse, digo-lhe que hoje não estaríamos juntos.

Ele chegou bem próximo de mim e me saudou com aquele corpito todo sarado e musculoso. Nada exagerado, porém perfeito para o meu gosto.

Foi um dia cheio de emoções, com ele sim eu pude esquecer o Eugênio e nem preciso dizer o Fred. Com ele eu vi que a vida por mais dura que esteja sendo, ela sempre será rodeada de oportunidades e cabe a você ignora-lás ou fazer delas o caminho para o seu sucesso.

Se eu tivesse dado ouvidos a situação em que me encontrava, juro-vos que não conseguiria dar o passo que dei quando aceitei no mínimo ouvir o que ele tinha a dizer. Mas como eu me coloquei surda aos meus pensamentos e de boa audição as oportunidades da vida, cá estou hoje, casada e com dois lindos filhos que a mesma vida que parecia estar de costas para mim, me deu.

A verdade é que a vida nunca está de costas para nós, mas nós é que vivemos viramos para o lado errado e caminhamos de costas para ela. Não é a vida que nega de nos manter vivos, mas somos nós que morremos.

Vida é vida quanto vida e você decide o que fazer com ela enquanto vida. Eu decidi dar ouvidos a ela e assim foi.

Para a minha sorte o Christian estava naquele país só a negócios, porém era de nacionalidade do país pelo qual escolhi para recomeçar de novo. Ficamos a noite toda conversando naquela piscina até que depois só acordamos no mesmo quarto de hotel tal igual uma criança quando nasce. (Ou seja, sem roupa alguma).

Dois dias depois o Christian tinha que voltar e me fez o convite, mas antes me pediu em namoro como um cavaleiro que sabe valorizar uma boa dama. (Não esse teu namorado que não sabe o que é um pedido de namoro).

Fora lógico que aceitei e viajamos no seu jato particular.

Entenda que a vida pode te fazer alcançar coisas que nem você podia imaginar que um dia alcançaria. A vida lhe pode dar destinos que não precisaram ser sonhados por ti, mas pelo outro, como forma de lhe mostrar que todos temos um propósito desde o momento em que decidimos dar ouvidos as oportunidades.

Dar ouvidos as oportunidades é o mesmo que reconhecer a sua situação e não aceitar permanecer na mesma desgraça. Dar ouvidos as oportunidades é olhar para os problemas como degraus para chegar a uma possível solução. Dar ouvidos as oportunidades é dizer não ao sim em que se encontra e sim ao não que lhe impede.

Dar ouvidos as oportunidades é a capacidade de olhar para desgraça e não ver a mesma como ela é, mas vê-la quanto motivo para se sobressair e nunca mais voltar para o deserto que a desgraça o colocara.

Dar ouvidos as oportunidades é ser livre do peso que as impossibilidades te colocam, mas ser visionário o suficiente para torná-las possíveis.

E foi assim que tudo começou entre eu e o Christian. Passando-se alguns anos contraímos o nosso matrimónio e depois fomos agraciados por dois filhos lindos que os chamei Eugênio e Fred como forma de homenagear os dois amores diversos que passaram da minha vida.

O Christian é um homem de negócios internacionais e por conta disso a gente viajava demais para vários países que eu nem fazia ideia de que um dia iria conhecer. Era tudo bom e agradável até que ele teve que viajar para o meu país, me arrastando junto com ele para a cova que eu jurei nunca mais voltar.

Sem opções eu tive que ir com ele, mas também rezava que ninguém me encontrasse ou me reconhecesse naquela cerimônia a negócios que faríamos.

Por vezes a vida nos leva de volta ao passado, não para nos aprisionar a ele, mas para fazer dele um momento de reflexão e de encontro consigo mesma.

Eu me encontrei de novo naquele lugar e as minhas origens me receberam como um filho que volta a casa do seu pai depois de longos anos distante. Era suposto ser recebida de pedras e críticas, mas o tempo os aliviou de tal modo que demonstram carinho e empatia para com a minha pessoa.

Voltar a casa não é sinônimo de fracasso, mas é o auto reconhecimento de que sim, por mias longe ou grandes que sejamos, há sempre uma casa em que teremos que voltar para que a mesma nos lembre do caminho em que devemos andar, para que não nos desviemos do que sempre carregamos em nossos corações.

Voltar a casa é aceitar que a distância não lhe pode fazer esquecer o caminho de casa, mas pode lhe gerar a saudade de viver em um lar cuja as suas vivências são parecidas com as suas e que ninguém lhe pode tirar este mérito de ser filho.

Um filho sempre volta por mais que esteja muito distante, ele saberá que não há maior distância do que a de estar por fora de casa.

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