Ganhei um novo sobrenome
O céu está piscando, inundando a noite com um clarão branco, trovões ensurdecedores, relâmpagos caem um atrás do outro no chão. Seja lá o que aconteceu, Zeus está com muita raiva. A tempestade que está se formando é forte.
Mas acho que não é Zeus fazendo isso...
No centro do campo, um pouquinho afastado do acampamento, uma pessoa está ajoelhada no chão, gritando para o céu, lançando ondas magnéticas que devasta tudo o que toca. As árvores se partiram ao meio, apenas uma estava conseguindo aguentar, o pinheiro de Thalia. A ventania levava as folhas da árvore, mas ela permanecia forte.
Eu não consigo ouvir, mas sinto a intensidade e a dor no ar. Meus pelos se arrepiam, e por algum motivo consigo sentir o que está sentindo, pelo menos uma parcela pequena da sua dor.
Mas alguém tem que parar a pessoa antes que destrua tudo. Corro até ela, mas não posso tocá-la, e quando vou para frente dela, uma sensação de sufocamento me atinge ao perceber quem ela realmente é.
Sou eu.
Estou gritando, lançando raios descontroladamente. E parece que estou sentindo dor, estou colapsando e isso está afetando tudo à minha volta. O que está acontecendo? Por que estou assim?
Uma luz ilumina tudo, e os olhos da Celeste no chão encontram alguém atrás de mim. Suas orbes brilhantes se arregalaram enquanto a luz se transforma em uma pessoa, eu não consigo vê, mas a pessoa se ajoelha e tudo para.
Desperto abruptamente, acompanho o pulo do carro quando passa por um quebra-mola e me sento ofegante. Demoro um pouquinho para me situar, o lugar é escuro e cheira muito mal.
Algo do meu lado não para de chorar, é estranho, e me inclinando para olhar, é uma zebra!
- Ei princesa, tudo bem. - a mão de Clarisse está subindo e descendo nas minhas costas, ela se inclina para frente para poder olhar meu rosto.
Ah, agora sei onde ainda estamos, naquele caminhão com animais vivos. Assim que me acostumei com tudo, achei um lugarzinho decente, ficamos conversando sobre a missão, até eu não conseguir ficar com os olhos abertos. Clarisse me ofereceu seu colo, e bem, estava cansada demais para pensar duas vezes.
- Te acordei? - perguntei me encostando na parede do caminhão. Os outros três estão dormindo.
- Não, eu não consegui dormir.
- Você precisa descansar um pouco, Clari!
- Tá tudo bem.
- Não, vem dorme um pouco também, eu não vou conseguir voltar a dormir.
- Teve um pesadelo?
- Não sei bem, foi estranho.
- Quer contar?
- Eu não me lembro direito, mas acho que eu estava mal, muito machucada e isso me fez explodir. - me encolhi lembrando de toda a cena caótica e agonizante. - Eu destruir tudo ao meu redor, não quero ser capaz disso, destruir as coisas.
- Sei que você não faria isso porque quer.
- Eu não faria.
- Foi só um pesadelo, já passou, você não destruiria nada. - ela parecia acreditar realmente naquilo. Como se eu não fosse na verdade uma bomba relógio
- Isso é legal.
- O que?
- Isso - apontei para mim e para ela - no acampamento vivíamos brigando e agora conversamos normalmente, sem alfinetar uma a outra.
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END GAME - Clarisse La rue
FanfictionAos 11 anos, Celeste viu sua família ser brutalmente assassinada. Forçada a abandonar sua vida normal, ela foi enviada a um acampamento para semideuses, onde descobriu a existência dos Deuses. Por muito tempo, todos acreditavam que Thalia, a única...