05. Lembranças

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MAYA

Já se passaram 10 meses dês da última conversa minha com meu pai, eu estava de certo modo nervosa, mas percebi que não era pra estar, por que ele é simplesmente meu pai.

Saio do prédio e vou direto ao ponto de encontro, já quando piso no local avisto um cara de barba pequena grisalha e cabelos pretos. Era ele.

Meu coração parece que vai sair pela boca por um estante, lembro que se eu tô vendo ele provavelmente iremos ter que voltar ao assunto da mamãe, e eu não queria aquilo. Queria apenas agir como uma família normal, o que não já era mais um família e sim uma meia.

Ando até seu encontro e deixo a bolsa na cadeira, logo me sento e vejo o mesmo sorrir gentil para mim.

- Quanto tempo minha filha! - ele fala carismático me abraçando.

- Quanto tempo.. - as palavras saem embaraçosas da minha boca, sem eu ao menos perceber já estou abraçada com ele.

-Ela estaria feliz de ver a família unida.

- Poisé, a família unida. - repito o que ele falou.

- E aí como vai a vida?- Ela pergunta interessado e logo gesticula para chamar a atenção do garçom.

-Bem, e a Mariah? Não lembro nem da última vez que eu vi ela. - Falo olhando no cardápio.

- Está bem sim, tudo nos conformes.. Eu vou querer 1 capuccino com roscas caramelizadas.

- Eu vou querer um café normal e com açúcar acompanhado de um bolo de cenoura. - Falo gentilmente para o garçom que sai anotando tudo em seu pequeno papel.

- Sabe, acho que precisamos manter o contato. Já se passaram 1 ano Maya, temos que marcar para um churrasco. Aliás, comprei uma casa nova em Nova York. Você vai adorar o design, é bem moderno, luxuosa e aconchegante. - ele fala com certo orgulho, meu pai sempre foi batalhador lembro das noites que ele passava em branco prestando serviço à empresa assinando papéis e tudo mais.

- Temos que marcar sim, tenho saudade de momentos com você pai. Ela se foi, só me resta você!. - e assim, sem perceber falo o que estava em minha garganta dês do momento em que ultrapassei daquela porta, eu sentia falta dele, eu sentia falta de uma presença paterna em minha vida. Mesmo com meus 19 anos, eu precisava de amor paterno, todos nós precisamos.

...

Chego em casa e retiro meus sapatos, já se passavam das 18:00h, o tempo passou voando.

Vou imediatamente ao banheiro preparar minha banheira com meu banho relaxante. Um dos detalhes que eu amava em meu apartamento era a banheira.

Depois de alguns minutos adentro nela e fico por 1 hora relaxando. Saio me vestindo e me jogo na cama, por algum motivo me lembro de um dia quando ainda era pequena e havia um churrasco em casa e eu estava no quintal vestida em um vestidinho rosa com detalhes de flor e meu pai me pegou no colo pra tirar foto por que estávamos comemorando a subida de cargo da empresa. Naquela época eram duas vantagens a ser comemoradas, o cargo e a câmera que foi tirada a foto, o que era muito difícil de ter nos anos 2000.

Meu pai como eu disse sempre foi trabalhador, não é atoa que ele é dono de uma das maiores empresas desse país. Bilionário. Tudo que eu tenho é atravéz da minha herança, e me orgulho muito disso. Pois mostra o qual meu pai foi guerreiro e trabalhador para poder me dar tudo que tenho hoje.

Minha mãe sempre foi mulher de familia, era amiga de todos e não tinha frescura com comida. Lembro que se hobby preferido era cozinhar. Ela morreu de câncer pulmonar terminal, só descobrimos da doença quando ela já estava morta. Sempre soube que ela fumava, mas nunca achei que seria algo importante já que ela sempre falava que havia parado e que não se importava muito com isso.

Meu pai se separou dela quando eu tinha 16 anos, e dês de já sempre foi eu e ela, as vezes meu pai visitava e fazia um bom agrado, mas 100% do tempo era eu e ela.
Quando fiz 18 me mudei pra um dos prédios mais luxuosos de Los Angeles.
Perguntei se estava tudo bem pra ela e ela concordou completamente, sempre dizendo que era pra eu buscar minha independência e algo a mais.

5 meses depois recebi a pior notícia do mundo, meu chão tinha caído. Ela faleceu. Acho que a vida tem que ser vivida ao máximo, por que só se existe uma vez. Só se faz 1 ano uma vez, só se faz 52 anos uma vez. Só se apaixonamos realmente pelo menos uma vez. Só sentimos uma vez. Só existimos uma vez.

CALIFÓRNIA LOVE, Leonardo DiCaprio.Onde histórias criam vida. Descubra agora