Chapter 15❥

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Ain't going down without a fight

(Não vou cair sem lutar)


Ainda assombrada pela última vez em que estiveram juntas e quase foram flagradas por Carlos César, Soraya varre a sala com os olhos em busca de uma fuga rápida, mas sem sucesso para encontrar. A dona do escritório partilha do mesmo pânico, porém é a primeira a levantar e segura levemente os pulsos finos da outra.

- Soraya, calma! É o me... - O barulho da maçaneta atrapalha seu raciocínio e ele se afasta até alcançá-la, mas continua sussurrando. - É o meu pai.

- Eu sei que é seu pai, Simone. - Murmurou desesperada. - Eu não sei o que ele vai pensar...

Antes de seguir com o que ia falar, ela lembrou da torta em cima da mesa e rapidamente a escondeu em um pequeno móvel debaixo da mesa. Depois sentou rapidamente onde estava a princípio, passando as mãos pelos cabelos que, com certeza, Simone tinha bagunçado.

A mais velha deu uma última conferida antes de permitir a entrada de seu velho e repetiu o gesto passando as mãos pela cabeleira escura.

- Pai! Que surpresa. - Não sabia se era perceptível o nervosismo em sua voz, mas, sinceramente, era sua última preocupação no momento. - O senhor não avisou.

- Oi filha. - Esticou-se um pouco ao mesmo passo em que a filha abaixou um pouco a cabeça para receber um beijo ali, isso permitiu que ele visse Soraya assistindo a cena. - Soraya! Você por aqui, que coincidência.

Caminhou até a loira e repetiu o gesto de segundos antes, deixando um beijo na testa dela.

- Oi tio Ramez, vim visitar a Simone. - Acelerou em explicar, com uma calma tão falsa mas igualmente bem disfarçada.

- Eu ainda não tinha visto o escritório depois de pronto, achei que hoje seria um bom dia. - Disse analisando a sala inteira. - E foi um bom dia, afinal aqui estou eu com minhas duas meninas.

- Deixa a Eduarda escutar isso. - Tebet riu baixinho ao lembrar do ciúmes que a irmã tinha de seu pai tratando Soraya como filha.

- Você viu tudo, papai?

- Esperava que você me acompanhasse. - Piscou sereno para a filha.

- Vem, vamos. - Segurou o homem pela mão. - Você vem, Soraya?

Ela girou um pouco até ficar de frente para a loira e, silenciosamente, com a ajuda de seus olhos escuros e expressivos, suplicou para que ela negasse e pediu aos céus para que ela não entendesse errado.

Se dependesse apenas delas, não desgrudariam, não sairiam daquela sala nem se o esperado cliente da advogada chegasse. Mas era constrangedor estar perto do homem que participou da criação das duas enquanto um calor lhes atingia o ventre e deixava o centro de suas pernas carente de atenção.

E exatamente por se sentir igual, Soraya nega com a cabeça.

- Acho melhor eu ir embora, tenho que ir pra empresa. Obrigada pela... hã... obrigada pela conversa, Simone. - Abraçou a mais alta de lado e fez o mesmo com o homem. - A gente se vê depois, estava morrendo de saudade de vocês assim. Juntos e perto de mim, os dois.

Simone exibiu o sorriso mais lindo que Soraya já viu na vida - e isso não ajudava em nada a diminuir o calor entre suas pernas - porque ela sentia o mesmo. A cidade no interior do Mato Grosso do Sul é o canto onde todas as pessoas que ela ama estão e vê-las juntas, acalenta seu coração que foi, por tanto tempo, maltratado pela saudade.

- Vamos almoçar qualquer dia desses! Não nos reunimos depois que Simone voltou, vai ser tão bom ver todo mundo junto de novo. - O mais velho disse alheio aos olhares apreensivos das duas.

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⏰ Última atualização: Feb 01 ⏰

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One and Only - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora